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WTF is happening?

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Para finalizar a semana de comemoração da nossa edição 100, queremos dizer uma coisa só: caramba, há 100 edições o mundo do Mobile e Big Data era outro. E olha que se passaram menos de dois anos! Foram novos devices, novas interfaces, paradigmas, novas competições…

Tanta coisa que nos faz perguntar, de verdade: que raios está acontecendo no mundo de tecnologia e para onde o mercado está remando? E quem melhor para responder do que os principais executivos das marcas mais valiosas do mundo?! (Que, olha só, calham em ser os principais nomes do Mobile e Big Data :O)

Ads pra cá…

De todos os grandes executivos, Jeff Bezos ganhou destaque no último ano e meio apenas por mudar de ideia – e transformar a Amazon no meio tempo. Antes ferrenho detrator do mundo da publicidade, Bezos entrou de cabeça nos Ads digitais com a Amazon Ads – que, em 2019, vai ser a terceira maior plataforma de ads digitais. Só em 2019, a área comprou a Ad Server da Sizmek, bem como se mostrou aberta a experimentar dar mais transparência à cadeia dos ads digitais utilizando o blockchain. A Forrester indica que o crescimento de 117% na receita com ads que a empresa de Bezos viu entre 2017 e 2018 “é só o começo”, e que a tendência é que o mercado “invista cada vez mais na Amazon”.

Falando em ads, e em competir diretamente com o duopólio, ontem a Taboola anunciou a fusão com a Outbrain. “Ao juntar forças, nós poderemos criar um competidor mais robusto contra Facebook e Google, dando ao setor mais escolhas significativas”, disse o CEO da Taboola, Adam Singolda.

Se as empresas de tecnologia estão indo para o mundo de mídia, existe também o caminho contrário: companhias de mídia investindo em tecnologia como forma de diversificar portfólio. A UOL fez IPO da Pagseguro; a Globo criou uma joint venture com a Stone e também investiu R$ 35 milhões na Bom Crédito, fintech de crédito.  “A parceria com a Bom Pra Crédito reforça os objetivos do Grupo Globo de diversificar seus investimentos em negócios voltados para a área de inteligência e análise de dados“, diz Sérgio Lourenço Marques , executivo de finanças do Grupo Globo.

…Voz para lá

“Estamos no início da era de ouro da inteligência artificial”, disse Jeff Bezos no começo deste ano. Um dos maiores investimentos da Amazon tem sido, de fato, em IA, mas utilizado na voz. Afinal, se é para falar de Amazon, é lógico que temos que mencionar a Alexa, a assistente de voz da empresa que tem mostrado que é possível imaginar a tecnologia como a futura interface tecnológica para os usuários. Ela é tão popular que foi mencionada por Bezos em todas as calls de resultado da Amazon desde que o Morse começou – e nesta semana ela passou a falar português brasileiro, sendo lançada oficialmente por aqui. A Microsoft, que também figura na lista das marcas mais valiosas do mundo, também aposta na voz: Satya Nadella afirmou nesse ano que a Cortana “não é uma competidora do Google Assistant ou da Alexa”, é mais um app. “Você deve ser capaz de usá-la no Google Assistant ou na Alexa, assim como você utiliza os nossos apps no Android e no iOS, é assim que queremos pensar aonde [a Cortana] deve ir”, disse.

iService

Tim Cook leu a cartilha de Bezos (e de Nadella) e também promoveu uma mudança grande na Apple: de companhia de hardware e software, ela passou a ser uma empresa de serviços. E, como tudo do mundo dos negócios, tal transformação teve dois símbolos muito fortes no último ano: o fim do anúncio do número de iPhones vendidos, que ocorreu em novembro de 2018, e o evento para anunciar apenas novos serviços que aconteceu em março deste ano. Quando anunciou que a Maçã deixaria de reportar o indicador preferido do mercado, Cook deu um vislumbre do que será o negócio da Apple. Segundo ele, a base instalada de iPhones se tornou tão grande, que os usuários já donos de aparelho já é mais importante do que as vendas de aparelhos. “Nossa base instalada está crescendo em dois dígitos. E essa é, provavelmente, uma métrica mais significativa para a gente, de um ponto de vista do ecossistema e de fidelidade dos usuários, do que o número de aparelhos vendidos”, disse. 

Já no começo de 2019, no primeiro evento não ligado a um novo device da Apple, Cook apresentou o cartão de crédito da Apple, o Apple TV Plus – serviço de streaming da Maçã, o Apple Arcade, assinatura de games e o Apple News Plus, uma plataforma para assinatura e leitura de revistas nos aparelhos da Apple. “Esses novos serviços não são um hobby”, disse Cook. Com essa toada, não foi surpresa quando a principal característica do iPhone 11, apresentado em setembro deste ano, foi o chip interno que suporta AI – uma feature 100% ligada a serviços. E, só para constar, no terceiro trimestre de 2019, a receita com serviços da Apple foi de US$ 11,46 bilhões, 20% da total.

Botando ordem na casa!

As duas maiores empresas de tecnologia do mundo estiveram no epicentro de discussões sobre privacidade no último um ano e meio. Na Europa, o Google “estreou” a GDPR (lei de proteção de dados da União Europeia) e foi multado em 50 milhões de euros na França, já o Facebook está passando por 11 investigações no continente. Nos Estados Unidos, as duas companhias também estão passando por algumas investigações por parte do Governo, que procura analisar práticas anticompetitivas de ambas. O Facebook, inclusive, também pagou US$ 5 bilhões de multa ao governo norte-americano para encerrar as investigações relativas ao caso do Cambridge Analytica.

Tudo isso para dizer que, bem, Facebook e Google estão cada vez mais antenados com o assunto da privacidade, inclusive promovendo mudanças em suas plataformas. Outro ponto é que a pressão externa tem tornado tais companhias mais abertas a discutir novas regulamentações. O CEO do Google, Sundar Pichai, falou em entrevista na semana passada sobre como os governos podem se preparar para a AI. Segundo ele, a ideia seria regular por setor, e não a tecnologia como um todo. 

Já o Facebook anunciou a Libra, criptomoeda para pagamentos internacional que poderia funcionar para membros da rede social. A ideia não agradou governos, o ministro das Finanças francês já afirmou que quer barrar o desenvolvimento da criptomoeda no continente europeu.  Parceiros grandes como Visa, Mastercard e Paypal também estão reconsiderando o apoio à moeda digital, com medo de que o Facebook faça no mundo das finanças o que já fez no de ads.

From China, with AI

A Alibaba, sétima marca mais valiosa do mundo, teve uma mudança substancial em 2019: Jack Ma saiu da presidência da empresa, dando lugar a Daniel Zhang – e a gente já falou um pouco sobre dele no Ghost Interview dessa semana. O que fica claro é: a Alibaba está investido forte em IA. Eles tem sete laboratórios dedicados apenas a isso, sem contar nos aportes a empresas como a SenseTime, startup que provê tecnologia de reconhecimento facial, e no lançamento de um sistema de Machine Learning via cloud. No final de setembro a empresa lançou um chip, chamado Hanguang 800, que é voltado para IA para serviços de computação em nuvem. 

Outra companhia chinesa que não só está na lista das mais valiosas, como também apertou o pé no acelerador na IA é a Tencent. A dona do WeChat, no entanto, está observando a tecnologia para outro uso, o da internet das coisas. Segundo Pony Ma, CEO da Tencent, esse será o futuro da “internet industrial”. “Puxada pelo 5G e IA, o desenvolvimento da internet industrial entrou na via expressa”, disse ele, na última semana.

Big Data é o meu negócio!

O McDonald’s, nono da lista de marcas mais valiosas do mundo, intensificou a aposta em dados numa evolução da transformação digital. Em 2019, a empresa comprou a Dynamic Yields, companhia especializada em análise de big data para personalização de ofertas (e também comprou a Apprente, startup que trabalha com áudio para automatizar os pedidos do drive thru). Segundo o CEO do Mc, Steve Easterbrook, os dados são mesmo a nova batata frita do Mc.

“O que nós não tínhamos feito é começar a conectar a tecnologia junta, e fazer todas essas áreas já digitalizadas conversar. Como você vai do marketing em massa para a personalização em massa? Para fazer isso, você realmente precisa destravar os dados que já existem no ecossistema numa maneira que seja útil para o cliente”, afirmou Easterbrook

E se tem uma coisa que o último ano e meio nos mostrou é que a dona do Big Mac não está sozinha nessa empreitada. A Nike comprou a plataforma de analytics Zodiac no ano passado, neste ano comprou a Celect. A empresa  passou até mesmo a se considerar uma “empresa de tecnologia”. Ainda no tema “grandes marcas e Big Data”, a P&G passou a usar um novo approach para segmentação de audiência própria: no lugar do sócio-demográfico, comportamentos. O resultado foi um approach muito mais D2C e, pegando emprestado a frase de Easterbrook, “massivamente personalizado”. Quando começamos o MORSE, os Dados eram o novo petróleo; hoje em dia, eles têm sido a gasolina e a energia elétrica que movimenta as companhias. 

Sua entrega chegou!

Falando em marcas que não eram, mas estão se tornando digitais, o que dizer dos grandes varejistas, que abraçaram de vez o Mobile? Nos Estados Unidos, o Walmart liberou o check-out por meio do app e segue investindo em Mobile. Já no Brasil, o Carrefour comprou o Cybercook  e a fintech Ewally; o Pão de Açúcar, por sua vez, comprou o James Delivery no final do ano passado e, desde abril deste ano, já acrescentou a opção de entrega em seus apps.

Isso vem na esteira do crescimento dos chamados super-apps no Brasil. O Rappi, que chegou a avaliação de US$ 2,5 bilhões no começo desse ano após aporte bilionário do Softbank, fincou o pé no chão contra o iFood no Brasil, o que tem levado a uma verdadeira batalha dos apps de entrega. Segundo os executivos da colombiana, a ideia é chegar a mais de 60 cidades no país até o final de 2019.

Já o iFood (outra que se tornou unicórnio nesse meio tempo entre o primeiro e o centésimo Morse) também tem investido na entrega de compras de supermercado,  bem como em opções de pagamento via QR Code. Ainda no mês passado, a Locaweb comprou a Delivery Direto, empresa que cria app para restaurantes. Outra brasileira que também atingiu o patamar de unicórnio em 2019 foi a Loggi.

Essa movimentação toda mostra que, preocupadas em perder o contato – e as margens – com os seus clientes, as companhias estão olhando para o Mobile como caminho para não só ter uma relação direta com o usuário, como também para entendê-lo melhor e oferecer comodidade para ele. 

Streaming Wars

Por último, mas não menos importante, está a AT&T, a décima marca mais valiosa de 2019. A gigante da telecomunicação já está testando 5G em mais de 20 cidades espalhadas nos Estados Unidos. Um ponto a se comentar ainda sobre a nova rede é que o CEO da AT&T, Randall Stephenson, acredita que as operadoras deverão mudar o pacote de planos Mobile oferecidos com a chegada da nova tecnologia. “Nós estamos a 2 ou 3 anos de ver essa mudança [vinda pelo 5G]”, disse.  

Além do 5G, a AT&T ainda decidiu entrar de cabeça na guerra dos streamings. No meio do ano, eles anunciaram o HBOMax, seu serviço próprio de streaming de filmes e séries de TV, que deve ser lançado no ano que vem. Segundo o COO da AT&T, John Stankey, isso faz parte da estratégia da operadora de “se movimentar em favor de relações diretas com os usuários”. Enquanto isso, a Disney também anunciou o seu streaming, o Disney Plus, com previsão de chegar nos Estados Unidos em novembro (e no Brasil só ano que vem).

UFA!

E isso tudo foi só em 100 edições, o que será que acontecerá nas próximas cem?

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