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Só para Adultos!

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Eles são pioneiros na adoção de novas formas de se conectar com a gente. Da análise de big data ao 5G, passando por inteligência artificial, realidade virtual e, até mesmo, criptomoedas: essa indústria sabe usar (bem) as ferramentas primeiro. E a movimentação dos usuários – e das cifras – está sempre na casa dos milhões, respondendo rápido às mudanças. Sim, gente, estamos falando das “sex tech” e da indústria de entretenimento adulto. O assunto não é novo, visto que o acompanhamos desde 2016 – ano que até chegamos a fazer o Tech Rouge! O que fez a gente voltar no assunto em 2020 foi a CES 2020… 

CESex

Se você acha a gente ousado por falar do tema no meio de uma sexta-feira comum de janeiro é porque não conhece a história de Lora DiCarlo. A executiva resolveu colocar o Osé, sua criação eletrônica que contava com oito patentes (!!), para participar da premiação de produto de Robótica e Drones mais inovador da CES de 2019. Lora ganhou, mas ela não recebeu o prêmio. A razão? O Osé não era um simples robô ou drone, e sim um massageador clitoriano, ou seja, um “sex toy”. Mesmo utilizando a tecnologia de drones e robôs, o produto acabou sendo renegado da feira, considerado obsceno. Irritada com a situação que considerou preconceituosa, a empreendedora levou a questão a público. E as pessoas reagiram. A revolução foi tanta que, em 2020, a CES acabou separando um espaço da feira apenas para empresas do setor de sex tech apresentarem suas inovações. E o Osé acabou recebendo um prêmio honorário de Inovação este ano. 

Woman on Top

Além de mudar a maior feira de eletrônicos para consumidores do mundo, a  atitude  de Lora conseguiu frisar que as mulheres no mundo da tecnologia gostam mesmo é de uma posição: CEO. O que tem acontecido nos Estados Unidos é uma explosão de startups de sex tech voltadas para o público feminino, todas elas com líderes mulheres. Uma grande mudança em comparação com o “clube de cavalheiros” que é o Vale do Silício.

Deep what?!

Existe uma piada que diz que machine learning é exatamente como sexo na adolescência: todo mundo fala que faz, mas ninguém faz de verdade. No caso das sex-tech, podemos dizer que a piada não vale, afinal, uma quantidade não desprezível delas está usando, de fato, machine learning. Em 2014, o HUM foi lançado, um vibrador que era capaz de utilizar inteligência artificial para se adaptar ao corpo da mulher. No ano passado, a Autoblow lançou um aparelho parecido, só que voltado para homens. Diferente do HUM, o Autoblow AI utiliza deep learning para saber quais movimentos são melhores para cada usuário. Aparentemente, o algoritmo analisou dados de profissionais no assunto – e diversas delas – para criar múltiplos padrões de toque.

Testando, 1, 2, 3…

Se estamos falando de inteligência artificial e deep learning nesse segmento, não tem como não falar dos deepfakes. Os vídeos hiperrealistas criados via algoritmos estão nas principais discussões de plataformas de conteúdo, nas últimas semanas mesmo, o Facebook informou que irá banir tais vídeos, o TikTok está construindo features com a tecnologia, o Snapchat também… Enquanto isso, a indústria de entretenimento adulto já está na frente, de fato usando. De acordo com uma pesquisa da Deeptrace, 96% dos deepfakes do mundo digital são utilizados pela indústria pornográfica. E como não há almoço (nem jantar a velas) de graça, é uma boa hora para falar das criptomoedas, aquele dinheiro digital que dá arrepios para o varejo e para os bancos? Então. tem site pornô que já aceita bitcoin desde 2016.  É um setor tão pioneiros que tem analista colocando o crescimento do 5G no colo do entretenimento adulto, já que a baixa latência da rede poderá impulsionar os sites de streaming ao vivo de vídeo. 

Data-me

Como em qualquer outro setor, nenhuma dessas inovações existiriam se eles não utilizassem análise de Big Data. Eles literalmente têm dado em casa: os sites pornográficos coletam mais dados de usuários que o Netflix e o Hulu combinados! E eles sabem muito bem usar tais informações, principalmente para criar clusters de gostos e comportamentos. Foi essa inteligência que fez o Pornhub se consolidar como o maior player da indústria. Só no ano passado, o site teve 115 milhões de usuários diários ativos que fizeram 39 bilhões de pesquisas dentro da página no ano. Quase 84% de todo o tráfego do site vem do Mobile – 76,6% apenas de celulares – o indicador brasileiro é de 79.9% de uso via celular. Além de ter os detalhes das pesquisas – ou seja, as preferências de cada usuário, eles também enriquecem tais informações com dados externos, que podem dar um indício forte do comportamento de grupos grandes de pessoas. No ano passado, quando houve uma massa de ar polar passando pelos estados do Norte dos Estados Unidos, que manteve muita gente presa em casa com as ruas completamente congeladas, eles verificaram aumento de até 22% no uso do site. Quando o Liverpool ganhou a Champions League, o tráfego do site caiu 18% na cidade – e apenas 5% em Madrid, a sede do jogo da final! No Brasil, a segunda de Carnaval foi tão poderosa que levou 10% a menos de uso do site (festa da carne, sabe como é.…). Só comparando, durante os jogos da seleção brasileira na Copa do Mundo de 2018, o tráfego do Pornhub caiu 33% no país, realmente, o Brasil é o país do futebol e do samba… isso porque a gente nem começou a falar das segmentações e das palavras mais pesquisadas no site, informação que o Pornhub tem separada por país, região e dias da semana, infelizmente, o horário ainda nos proíbe…

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