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Venture Capital: o novo business das celebridades
Depois do uso da imagem, know-how e network são os novos ativos
Se você achava que aparecer numa campanha, na embalagem de um produto, em uma “publi” nas redes sociais ou mesmo criar uma música para um jingle eram as únicas formas de celebridades entrarem no mundo das marcas e negócios para potencializar seu capital intelectual, você está enganado!
Com celebridades virando verdadeiras empresas, com muito aprendizado sobre as diversas formas de monetizar seus ativos, uma nova oportunidade vem surgindo: aproveitar esse aprendizado prático do sucesso em suas carreiras, acrescido da capacidade de atrair e engajar audiências, somado à todo o network criado, para dar escala aos seus ativos. E isso tudo sem necessariamente sair colocando seu rostinho disponível por aí. Como? Estamos falando das Celebridades que partiram para o mundo do Venture Capital.
Uma notícia que gerou impacto no mudo dos VC’s, e trouxemos aqui pelo Morse News nesta semana, foi sobre a entrada da Kim Kardashian no mundo do private equity. Através da sua nova empresa, a SKKY, Kim investirá em negócios de rápido crescimento. Mas ela não está sozinha, diversas outras celebridades e influencers estão caminhando para o universo de investimentos, trazendo seus cases de sucesso e network como forma de diferenciar sua capacidade de fazer o dinheiro, seja o próprio ou de terceiros, render mais. Um dos mais antigos, e famosos, é o caso do Bono Vox, que ganhou mais com as ações do Facebook do que em toda sua carreira musical, através da Elevation Partners, que em 2009 adquiriu 2,3% do capital da empresa. (Curiosidade, o nome da empresa é baseada em uma das músicas da banda , do álbum “All that you can leave behind).
Por aqui no Morse, no Ghost Interview, já falamos de algumas outras celebridades que seguiram no caminho dos investimentos como por exemplo; Ashton Kutcher, Serena Williams, Jay-z, Roger Federer, Kevin Durant (R.I.P) etc.
Economia da atenção: As “publis”
Essa jornada de empoderamento das celebridades e influencers foi potencializada nos últimos anos através da economia de atenção que aconteceu nas redes sociais e no mundo online. Só no Brasil os usuários passam 91h da semana conectados. E neste ambiente de conexão entre conteudistas e espectadores, a atenção passou a ser o elemento chave. Quanto mais atenção o conteudista tem, maior e melhor será sua oferta para uma potencial marca parceira. Assim, as “publis” ganharam força.
Por um tempo, a atenção era o suficiente para o crescimento das grandes celebridades. Contudo, agora com um número crescente de influencers, e redes sociais mais democráticas como o tiktok abrindo espaço para mais criadores crescerem, as “celebridades” passaram a entender que precisavam criar novas soluções para se diferenciar.
Só no Brasil existem 500.000 influencers com ao menos 10.000 seguidores espalhados pelas diversas plataformas. Com esse número crescente de criadores e influencers, os grandes nomes da influência passaram a entender que poderia existir novos caminhos não só para se diferenciarem como também para aumentarem suas receitas.
De celebridades para co-founders
A partir daí vimos um boom de celebridades a influencers tornando-se co-founders e empreendedores de negócios de diferentes segmentos. As marcas nativas digitais foram potencializadas e construídas pelas celebridades e se tornaram parte de um novo caminho com mais resultado e diferenciação.
No Brasil e no mundo, grandes marcas de beleza e maquiagem como Kylie Cosmetics (Kylie Jenner), Rhode Beauty (Hailey Bieber), Honest (Jessica Alba), Boca Rosa (Bianca Andrade), Bruna Tavares (Bruna Tavares), Mari Maria, entre outras, foram construídas por grandes celebridades e influencers que adotaram o caminho empreendedor de construção de marca, produto e diferenciação.
A partir daí vimos grandes celebridades se posicionando como empresários(as), aparecendo em grandes fontes de negócios e nos principais eventos nacionais e internacionais para compartilhar seus cases.
Um outro modelo, que vem sendo muito adotado nos últimos anos, é a parceria ativa entre o artista e a marca com o objetivo de criar soluções para o negócio e troca de know-how. Um grande case aqui no Brasil é a conexão entre Anitta e a Beats, onde a artista se tornou head de criatividade da marca apoiando o desenvolvimento de diversos produtos, mídia e conteúdo para uma audiência que ela conhece bem. Artistas como Jay-Z, que também empreende em diversos negócios, entre eles o serviço de streaming de música Tidal, não ficam de fora desse modelo. Jay-Z foi também um dos diretores de marca da Budweiser Select e colaborou com o título em programas de marketing estratégico e desenvolvimento de anúncios criativos.
De empreendedores a investidores
E com uma bagagem de mercado, influência e conhecimento em desenvolvimento de produtos, serviços e marcas, um novo papel surge para estas celebridades que agora adotam postura de investidores, gestores de investimento e mentores para repassar seu conhecimento, network e influência para mais negócios.
Além de Kim Kardashian, diversos outros artistas estão entrando no universo das Venture Capital. A Serena Williams é bem ativa em seus investimentos em startups de estágio inicial e recentemente anunciou que está preparando um novo fundo para startups, e que pretende investir no Brasil!
Lewis Hamilton é outra celebridade que também investiu em potenciais startups. Junto do campeão tenista Roger Federer, Lewis investiu na rodada que tornou a foodtech chilena NotCo um unicórnio em julho de 2021. Hamilton é entusiasta de iniciativas plant-based e participou da rodada de US$ 235 milhões, liderada pela Tiger Global. A atriz colombiana, estrela de Modern Family, Sofía Vergara e a cantora mexicana Thalía investiram no mês passado na Influur, uma plataforma com sede em Miami que conecta celebridades e criadores de conteúdo com marcas. O cantor colombiano Maluma também já anunciou que investiu na Trebel, uma plataforma de streaming de música, e que iria atuar como consultor para ajudar expandir o serviço da Trebel na América Latina. Dentre outros negócios, Maluma já investiu na Rappi. Aqui no Brasil o apresentador Luciano Huck possui a sua gestadora, a Joá, através da qual já investiu em diversos negócios como Reserva, Tembici e Petcare.
Este novo momento das celebridades abre espaço para evoluírem suas jornadas empreendedoras para uma jornada como investidores, potencializando outros negócios através do compartilhamento de experiências e capital financeiro.
Community First
Historicamente, a participação das celebridades nos negócios sempre foi voltada à publicidade. Ou seja, como aproveitar a “chancela” e a audiência das celebridades para vender mais. Com o passar do tempo, as celebridades começaram a fazer parte da construção de produtos e serviços, como nos diversos exemplos acima, para que inclusive a publicidade pudesse ser feita com maior propriedade. Porém, produtos e serviços são derivados do posicionamento, valores e missão de uma empresa, e por vezes a margem de manobra é menor quando se está na parte mais tática do negócio. Neste sentido, algumas celebridades chegaram até a fazer parte do board de empresas, e aqui no Brasil o caso da Anitta no NuBank é o mais famoso e emblemático. Além do alinhamento de valores e cultura, a participação das celebridades na estratégia das empresas tem um outro ponto bem pragmático e importante: para qualquer empresa, seja uma startup ou uma multinacional, a capacidade de se relacionar com potenciais clientes e testar novas idéias, ainda no papel, é um ativo importante para errar menos. Tanto que o conceito “community first, product later” ficou muito famoso no mundo das startups como forma de provar teses, e até MVPs, antes de partir para o desenvolvimento e escala. Dentro deste conceito, quem melhor para ter uma comunidade pronta para opinar e testar novos conceitos do que as celebridades?
Uma nova era de oportunidades
Esta nova relação pode ser ainda mais potencializada através de novas tecnologias que estão crescendo e amadurecendo a cada dia. Muitas tecnologias e interações do universo da web3 poderão fortalecer essa interação entre empreendedores, fãs e celebridades investidoras.
Imagine que você é fã de uma celebridade e através de um NFT você inicia uma relação de longo prazo com ela. Ao comprar o NFT você tem acesso às comunidades iniciais e diversos outros benefícios. Ao passar do tempo, a celebridade poderá desenvolver programas de empreendedorismo e investimento para potenciais negócios que estão já dentro da comunidade como uma forma de apoiar e conhecer potenciais startups. Ou, um dos benefícios do NFT, poderá ser o acesso a mentorias exclusivas e soluções da própria celebridade. Quer entender mais sobre como os NFTs funcionam? Leia aqui!
Um artista com uma base de fãs através de uma comunidade fortalecida pela tecnologia poderá criar essa relação de longo prazo onde se inicia com uma série de benefícios e a medida do tempo se constrói uma relação de ganha-ganha e troca de investimento e atenção.
Dentre várias oportunidades e tendências que estão surgindo, é nítido que o papel de influencers e grandes celebridades está mudando para um agente cada vez mais ativo na economia. Este papel mais ativo poderá fomentar ainda mais o empreendedorismo e ecossistema de startups de diferentes mercados, além de unir diferentes competências, know how e network. Isso tudo de forma mais escalável e sem precisar mostrar rostos para uma embalagem ou “publi”.
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