Estrela da NBA e dos negócios

Empresário fora das quadras

Como grande talento do basquete, Durant sempre teve ótimos salários, estima-se que na sua carreira, Kevin Durant acumulou mais de US$ 270 milhões em contratos na NBA do início de sua carreira até 2020 – sem contar patrocínios como os da Foot Locker e da Nike, na qual ele tem uma linha de tênis com seu nome. E desde os seus primeiros salários, o jogador  tem o hábito de investir boa parte do montante. 

Desde 2016, quando assinou um contrato de dois anos e US$ 51 milhões com os Warriors e se mudou para San Francisco, ele cresceu exponencialmente seus investimentos na Bay area, através da Thirty Five Ventures, fundada com a intenção de investir em startups e empresas de inovação, principalmente nos setores de tecnologia, educação e saúde. 

Entre seus principais investimentos estão empresas como a plataforma de investimentos Robinhood, a startup de entregas Postmates, a operadora de criptomoedas Coinbase, o site de conteúdo esportivo The Players Tribune, a plataforma de ensino linguístico Cambly e até um time de futebol, o Philadelfia Union. Não apenas de histórias de investimentos vive a Thirty Five Ventures, a empresa também já realizou bons exits (nomenclatura dada ao momento de venda das empresas)  Estima-se que a Thirty Five tenha investido na Coinbase quando a empresa era avaliada em cerca de US$ 1,5 bilhão, e o exit aconteceu quando a empresa  realizou sua IPO levantando US$ 100 bilhões, uma valorização estimada de 61 vezes. Em outra operação, quando a  Postmates foi comprada pela Uber, Durant teria lucrado mais de US$ 15 milhões na negociação.

O jogador também vem atuando no mercado de Cannabis, ao se juntar ao conselho da Canopy Rivers, empresa do mercado de maconha dedicada ao sono, bem-estar e atletas de alto rendimento. A coleta de dados e estudo de mercado consumidor foram os diferenciais da empresa que atraíram Durant, enquanto “muitas companhias se concentram em tudo para todos”, a Canopy Rivers coleta dados sobre o comportamento do consumidor. Assim, concluiu que a maconha está se tornando uma indústria de segmentos nichada, que atinge mercados como sono, recuperação, esportes e bem-estar. 

À medida que seus negócios avançam, seus aprendizados também! E por isso Kevin Durant é a personalidade do Ghost Interview de hoje. Let’s play the game 🙂

O seu início nos negócios começou com sua marca, certo? 

Sim, você vê o negócio de si mesmo primeiro!  Você sabe que tipo de imagem quer retratar, que histórias quer contar e como quer usar seus recursos para fazer tudo crescer. Então eu tentei olhar para o meu próprio negócio primeiro. Então eu contratei caras como [parceiro de negócios] Rich [Kleiman], meu time financeiro, meu time da fundação que contratei, apenas sabendo que você pode capacitar as pessoas para ajudar a impulsionar sua visão.

(Entrevista ao New York Post) 

Kevin, você teve mentores para te apoiar nessa jornada como empresário?

Sim! Tenho mentores como Ron Conway [investidor em estágio inicial do Google e PayPal] e Ben Horowitz [cofundador do fundo de capital de risco Andreessen Horowitz do Vale do Silício] e boas amizades com caras como Chris Lyons [chefe de equipe da Andreessen Horowitz]. Quero dizer, você vai jantar com esses caras, sai com eles. Você começa a conhecer esse tipo de pessoa nos jogos…

(Entrevista para a ESPM – 2018) 

O que é preciso para avançar no mundo dos negócios?

Você tem que remover o ego e perceber que você não sabe tudo. Quero aprender mais sobre esta vida e este negócio e este mundo. Então eu tenho que fazer perguntas, e eu tenho que ter uma mente aberta para tudo isso. Seu cérebro funciona um pouco diferente à medida que você envelhece.

(Entrevista para a ESPM – 2018) 

Qual o seu conselho para os jovens empreendedores? 

Não faça as coisas apenas por dinheiro. Não faça as coisas apenas pela fama. Faça as coisas porque você se sente bem e parece verdade.

(Entrevista para a ESPM – 2018) 

Como é seu papel como estrela do seu time? 

Muitas perguntas surgem no vestiário e você precisa estar preparado para dizer a verdade, mas também ser vulnerável é muito importante se você quiser levar os caras na direção certa. O papel da estrela é apenas uma parte da equação, a liderança tem que ser em toda a organização. A peça chave do sucesso de qualquer time da NBA é o treinador principal.

(Entrevista SB Nation – 2020)

O treinador como um grande líder é fundamental para o sucesso de qualquer time, certo? Como você vê isso na prática?

Se nossos princípios não estiverem alinhados, isso pode causar uma desconexão entre a equipe e o treinador. Todos devem estar na mesma página e ter um objetivo singular que queremos alcançar. Devemos reconhecer nossos próprios papéis e como podemos ajudar a contribuir para esse objetivo. Então começa de cima… (com o treinador). 

(Entrevista SB Nation – 2020)

Qual um dos grandes desafios de liderar times e estrelas?

Acho que é mais desafiador reunir as pessoas mais talentosas em uma sala e fazer com que elas se concentrem em um objetivo. Acho que é mais fácil ter os “azarões” e liderá-los na direção certa, eles já estão procurando um líder… Mas caras que têm suas próprias personalidades, suas próprias opiniões sobre as coisas, suas próprias rotinas, é mais difícil para você colocar tudo em uma página. É um desafio legal! 

(Entrevista SB Nation – 2020)

Você atua em alguns negócios com Rich Kleiman, como vem sendo esta interação com foco nos negócios?

Antes de conhecer Rich, eu tinha muitas ideias sobre como eu queria construir meu negócio e minha fundação, mas não tinha ninguém ao meu redor realmente pensando a longo prazo. Rich entendeu meus objetivos desde o início.  Eu gosto de ir logo sabe, e o Rich é mais “vamos devagar, vamos descobrir esses detalhes”. Conversamos muito e conseguimos chegar a algo tão especial para nós e para nossa família. 

(Entrevista a Forbes – 2021)

(Entrevista ao New York Post) 

Como você decidiu focar além da sua marca e o esporte e realmente construir um legado?

Quando eu comecei a criar uma marca para mim como jogador de basquete, com negócios da Nike, eu vi caras como Michael Jordan que teve sua marca nos últimos 20 anos, sabe, ser capaz de sustentar por tanto tempo…. Normalmente não temos um plano específico para os próximos anos, nós só queremos encontrar coisas diferentes e nos reinventar e sempre progredir.

(Entrevista a Forbes – 2020)

Como foi esse processo de explorar novas atuações fora do basquete?

Eu tenho uma grande equipe de pessoas ao meu redor que me empurraram para explorar esse campo e aprender mais sobre isso porque, como eu disse, sou apenas um jogador de basquete. Fico feliz quando estou jogando basquete. Mas tenho que dar muito crédito às pessoas que me forçaram a pensar um pouco fora da caixa, porque isso mudou minha vida e tornou minha vida mais interessante. Não é para todos os jogadores de basquete e nem sempre é assim, mas para mim foi uma progressão natural e as coisas realmente funcionaram.

(Entrevista a Hoopshide -2018)