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Ghost Interview

A vida de investidor de Roger Federer

Campeão das quadras mostra a sua inspiração para inovação e startups

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Durante todo o ano, a gente tenta trazer no Ghost Interview as principais histórias daqueles que estão liderando a inovação no mundo. Para o Ghost de hoje resolvemos olhar um pouco mais para “cima”, para o Olimpo. Para aqueles que inspiram as nossas inspirações: Os atletas. E, como nosso foco aqui é sempre falar de business, por que não, saber o que os campeões sabem sobre o mercado? 

O primeiro desta série está bastante acostumado a ser primeiro: ele passou 237 semanas consecutivas (mais de QUATRO ANOS E MEIO) como o primeiro do ranking da ATP, 20 grand slams na carreira e duas medalhas olímpicas. Estamos falando de Roger Federer! Além disso, em 2020, ele fez um movimento de carreira que o tornou “sócio” de ninguém mais, ninguém menos que Jeff Bezos ao investir na startup chilena NotCo. E aí, quer saber sobre a faceta investidora de Roger? Vem cá.  


Roger, você se manteve no topo por muito tempo e, quando chegou aos 30, quando muitos tenistas já se aposentariam, você fez o contrário: pisou no acelerador. O que te ajudou a seguir neste nível?

Normalmente tenho uma ideia do próximo ano e meio e uma ideia muito boa sobre os próximos nove meses. Posso dizer o que farei na segunda-feira antes de Rotterdam ou o que farei no sábado antes de Indian Wells. Quer dizer, não hora a hora, mas eu planejo em detalhe dia a dia. 

Acontece muito rapidamente, você fica “não aguento mais, não quero mais fazer isso, estou cansado de tudo isso”. E realmente, isso é o que eu tento evitar tendo a programação adequada, a diversão adequada e a mudança adequada, porque, se você fizer a mesma coisa, não importa o que seja, muitas vezes, o tempo todo, você acaba ficando entediado com frequência.

(Entrevista ao The Sydney Morning Herald publicada em 6 de agosto de 2021)

Mesmo depois de muito tempo, você acabou perdendo o número um do ranking. Qual a sua opinião sobre rivalidade?

Eu adoraria dominar para sempre, claro! Quando Rafael [Nadal] e outros estavam me passando, demorei um pouco para me acostumar. Em certo momento, você tira o chapéu: “você é muito bom”. Fico feliz ao perceber: Você não pode ficar sozinho no topo. Você precisa de rivais. Agradeço a esses caras por me tornarem um jogador melhor! 

(Entrevista ao Financial Times publicada em 28 de junho de 2019)

Durante toda sua carreira, sempre fez boas parcerias com EMPRESAS, sendo o garoto propaganda de marcas como a Wilson e a Rolex. Em 2018, no entanto, um ponto mudou na sua carreira: seu contrato com a Nike não foi renovado. Sua saída da Nike coincidiu com o começo do seu investimento na On. Conta um pouco mais para a gente sobre isso.

Na época as perguntas eram do tipo: “Como vamos fazer agora? O que vem a seguir? São tempos assustadores ou divertidos?” Na verdade, eram tempos de oportunidade. Foi aí que a Uniqlo veio à mesa. Que a On veio à mesa. Se eu tivesse assinado uma simples extensão do meu contrato com a Nike, o que eu poderia ter feito, eu nunca teria chegado aqui.

De uma certa forma, é incomparável quando você investe na empresa. Quando você é um parceiro, de verdade, das pessoas que fundaram a empresa, você realmente faz parte de toda a jornada. Uma sessão de fotos ou uma decisão que você toma com eles pode ditar tudo, se a empresa vai bem ou não. Para outras empresas, faço uma sessão de fotos,  promovo a marca, faço um evento para eles. E então, se a empresa vai bem ou não, isso não faz uma diferença real para mim, mesmo que eu me importe muito. 

(Entrevista ao site Complex publicada em 23 de dezembro de 2019)

A On é uma marca suíça e você acabou sendo mais do que apenas um investidor, você se tornou um colaborador ativo. Em 2020, inclusive, você lançou um sneaker em parceria com eles. Como você os conheceu e como foi, para você, esse processo de se tornar empreendedor?

Nós apenas nos reunimos, isso foi muito antes de algo estar no horizonte para fazermos juntos. Eu ainda queria apenas conhecer os caras, ouvir a história de sucesso dos suíços. Fico muito intrigado com os suíços fazendo algo global. Na Suíça, em algum momento, você precisa se tornar global e é por isso que adoro apoiar e ouvir suas histórias. 

Eles talvez pensaram que eu era grande demais, mas sabíamos que ter apenas um papel de embaixador regular para mim não era o caminho certo a seguir. Eles queriam ver e sentir o quanto eu acreditava neles. Eu estava tipo: “Eu acredito em vocês, acho que a tecnologia é ótima, acho que vocês estão pensando rápido, vocês têm o impulso necessário, na minha mente, e gosto de estar com vocês. Acredito em vocês”. Foi quando começamos a estruturar outro tipo de acordo. Isso também é algo muito novo para mim, de repente você é um homem de negócios e parece tão estranho.

(Entrevista à revista Forbes publicada em 7 de dezembro de 2021 )

Quando começou a parceria com a On, imaginava que iria estar num papel tão consultivo?

Sou bastante flexível. Tenho muitos sentimentos sobre o que vejo que pode se adequar à marca. Talvez o tênis, o patrimônio e a história sejam bons, mas às vezes não os usamos… Estou realmente aberto e prestes a embarcar nessa jornada. 

Meus parceiros de negócios querem que eu esteja totalmente focado no tênis, sem pressa para eu parar de jogar. É por isso que é extremamente emocionante e bastante incomum.

(Entrevista ao WWD publicada em 25 de novembro de 2019)

Em 2020, você investiu alguns milhões de dólares na NotCo, startup chilena que logo se tornou um unicórnio. Aqui e ali, tem feito aporte, qual é o seu perfil como investidor?

Eu sonho grande, mas ainda assim, vamos com cuidado! 

(Entrevista à CNBC publicada em 25 de novembro de 2019)

Por último, o que te inspira? Quais as suas aspirações de vida?

Teria sido fácil ficar complacente, mas eu sabia que realmente precisava redefinir meus objetivos e dizer: para onde vamos a partir daqui? Não se trata necessariamente de ser melhor do que os outros – a questão é nunca estar totalmente satisfeito e sempre se esforçar por mais.

Por mais que seja bom atingir objetivos de curto prazo, você precisa usá-los para motivá-lo e inspirá-lo – sempre mantendo seu olho no plano de longo prazo e no quadro geral.

No geral, as coisas simples da vida é que me deixam feliz. E talvez esse seja o segredo das pessoas se enxergarem em mim, através da minha carreira. Porque se eu posso fazer algo, outra pessoa também pode fazer o mesmo. Porque eu talvez não tenha um talento excepcional, recursos para me tornar a pessoa e o jogador que eu sou hoje, mas eu fui capaz de chegar lá através dos meus pais, que foram incríveis, minha esposa, e claro, todos os meus técnicos, é muito trabalho e perseverança, então se eu faço, todo mundo pode fazer.

(Entrevista ao Credit Suisse publicada na série Pioneers of Progress)

(Entrevista ao GloboEsporte publicada em 25 de março de 2019)

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