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Recalibrando os Radares

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A Honda fez a sua primeira aquisição de startup na história na mesma semana que a Globo fez aporte na sua oitava startup. E o que os dois fatos tem a ver? Absolutamente tudo. Afinal, a disrupção é democrática, atinge grandes e pequenos. Enquanto as pequenas podem ser mais ágeis para inovação, as maiores foram sempre vistas como “ navios”, grandes demais para virar de uma vez só. O que a Globo, a Honda  e o MORSE dessa semana vão mostrar é: não importa o tamanho do navio que precisa virar, e sim o raio do radar para captar as possíveis mudanças abruptas na maré. 

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Números e mais números…

Um passo para trás antes, só para dar um pano de fundo sobre os investimentos em empresas de tecnologia e inovação. A América Latina está tendo o seu melhor ano de investimentos em startups. Só nos primeiros seis meses de 2019, US$ 2,6 bilhões foram investidos em empresas de tecnologia do continente, informou a  Private Capital Investment in Latin America ou LAVCA. Para vocês terem uma ideia, em 2018, o valor aportado em todas as operações foi menor do que US$ 2 bilhões. Só no Brasil, foram investidos US$ 989 milhões em 88 negócios nos primeiros seis meses de 2019.

Os Novos Globais

Chegamos na Globo, gigante da comunicação nacional que acelerou o investimento em startups nos últimos meses. Tiveram investimentos de R$ 35 milhões na Bom Pra Crédito, e criação de joint venture com a Stone (na qual investiu R$ 461 milhões). Isso sem contar nos investimentos feitos no Enjoei, no final do ano passado, na Órama e no Rappi. O último investimento anunciado pela Globo foi na Buser, aplicativo voltado para viagens compartilhadas de ônibus fretados feito em conjunto com ninguém mais, ninguém menos do que o SoftBank.  Só que, diferente do grupo japonês, a Globo tem usado a estratégia “media for equity”, como nos conta o pessoal do Neofeed. Ou seja: a empresa investe recursos na startup que, por sua vez, utiliza o dinheiro em publicidade nas mídias do grupo. É uma forma da companhia, ao mesmo tempo diversificar as suas rendas e calibrar a área de ads com marcas diferentes – e que podem se beneficiar da mídia em massa.


“A parceria com a Stone nos dará oportunidade de unir forças para criar uma vitrine para serviços financeiros, impulsionada pelo nosso amplo alcance e profundo conhecimento do cliente brasileiro”


Até tu…

“A parceria com a Stone nos dará oportunidade de unir forças para criar uma vitrine para serviços financeiros, impulsionada pelo nosso amplo alcance e profundo conhecimento do cliente brasileiro”, disse o CEO do Grupo Globo, Jorge Nobrega, após o anúncio da joint venture. O que chama atenção na movimentação da Globo é, exatamente, o aporte em empresas de fora de seu core business. Quando uma empresa da magnitude dela aposta em fintechs indica que aquele raio do radar está mesmo grande, além das possibilidades de mídia, indo para as oportunidades no transacional. O Carrefour Brasil seguiu essa mesma estrada: na semana passada anunciou a compra de 49% da Ewally, companhia de contas digitais, e fincou o pé no mundo das financeiras.  

“Esta parceria estratégica com a Ewally nos permitirá desenvolver uma série de soluções financeiras que irão facilitar a jornada de compra dos nossos clientes B2B e B2C em todo o ecossistema Carrefour. Com o desenvolvimento de tecnologia de ponta da startup, vamos democratizar o acesso a serviços financeiros a atuais e novos clientes, além de levar inovações em meios de pagamento para nossos diferentes formatos”, reitera Paula Cardoso, CEO do Carrefour e-Business Brasil.

Drive my car!

O que nos leva à Honda. Que está começando a pensar no setor automobilístico de maneira muito mais ampla. Como falamos lá no começo, a empresa comprou a Drivemode,  uma startup que desenvolve aplicativos para motoristas – desde apps que fazem a navegação do caro mais fácil, como também aplicações que integram voz ao sistema do carro. Segundo executivos da Honda, tal aquisição faz parte da estratégia da companhia para se tornar mais digital e mais “focada em produtos de mobilidade conectados”. Voltando para o Brasil, outra empresa que está com uma visão mais ampla e mais voltada para dados é a CCR, que fez um aporte de US$ 10 milhões na Quicko, startup que simplifica trajetos e cria um roteiro ‘multimodal’ para o usuário final. 

GPS e Radar ligados

A questão que fica é: as startups não estão mais sozinhas no ecossistema. Elas já estão aparecendo no radar das grandes, que, por sua vez, também despertaram para as possibilidades de negócio que não são apenas o aporte por si só. Modelos como o da Globo, ou o da CCR, que prevê também uma parceria de troca de dados. 

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