Ghost Interview
GHOST INTERVIEW #42 | Eles uniram a Taboola e a Outbrain!

Adam: Nós começamos essa jornada para ajudar os usuários a descobrir que novos conteúdos desconhecidos que eles poderiam gostar. Nós construímos um negócio e uma plataforma voltada para parceiros. A fusão dá para a gente melhor chance na batalha contra Facebook, Google e Amazon, ao atrair mais publicidade para a web aberta, ao dar para eles oportunidade de atingir quase 2 bilhões de pessoas todo mês. Nós temos alguns milhares de advertises, Google e Facebook, juntos, têm mais de 10 milhões. Facebook e Google, juntos, geram pelo menos US$ 20 bilhões em receita, nós juntos, vamos gerar uns US$ 2 bilhões.
Temos muito trabalho a nossa frente, mas, juntos, estamos numa posição melhor de dar chance para a nossa concorrência. Se a gente tiver sucesso, todo mundo ganha.
Eu acredito que o mundo está vulnerável depois de Google e Facebook se tornarem fortes, talvez fortes demais. Anunciantes querem escolha, mais transparência, menos dependência. Usuários estão preocupados com privacidade. E os publishers desejam desenvolver lealdade nos relacionamentos com usuários e capitalizar esse crescimento, encontrando maneiras diferentes de gerar receita.
O mundo precisa de ajuda, [o duopólio] está machucando o mercado e nós dependemos de menos de cinco empresas para manter as luzes acesas de um grande ecossistema.
Se você é uma pessoa da Marvel ou da DC, ou se cresceu em Thundercats, Star Wars ou em Transformers – você já viu isso antes. É aquele episódio em que dois rivais se reúnem porque há um bem maior, e este foi um deles para Outbrain e Taboola.
Yaron e Ori [Lahav] iniciaram o Outbrain como uma plataforma de recomendação de artigos baseada em texto e, um ano depois, iniciei o Taboola como uma plataforma de recomendação de vídeo. Depois, passamos uma década com a sorte de ter pessoas incríveis, investidores e parceiros a bordo para construir essa jornada juntos, e é quase um sonho pensar que hoje aconteceu.
Para ter uma chance real de realizar nossa visão compartilhada – combater o duopólio, inovar mais rapidamente e apoiar anunciantes e editores a sobreviver e prosperar – seguiremos em frente e nos concentraremos em impulsionar o crescimento.
Nosso objetivo é acelerar a inovação em todas as linhas de produtos e fornecer melhores soluções para todos os nossos parceiros e clientes.
(Post no blog da Taboola em 4 de outubro de 2019)
Yaron: Quando estávamos analisando quais seriam as melhores rotas para o nosso negócio crescer, se tornou claro que a nossa melhor aposta seria juntar as forças com a Taboola.
(…)
Tempos de transição são, por definição, momentos de enjoo. Como marinheiros, nós aprendemos que a melhor forma de lidar com os enjoos durante as viagens é não olhar para as ondas do mar, e sim para o horizonte. Então, lembrar que esses enjoos são temporários é importante.
(Post no blog da Outbrain em 3 de outubro de 2019)

Adam: Parte do problema [é a codependência do mercado com as grandes], hoje em dia, a razão para a gente estar passando tanto tempo falando das FAANG [sigla usada para falar de Facebook, Apple, Amazon e Google] em geral é porque tem muito dos orçamentos de publicidade indo apenas para duas ou três empresas. Sou otimista porque vejo cada vez mais empresas aparecendo no mercado, e dá opção para explorar novos caminhos.
Não acho que eles [Google e Facebook] estão enganando o público, eu acho que o desafio principal é que, quando você tem só dois canais para investir [o orçamento de ads], você cria desvantagens de preço e desequilíbrios em acesso a dados. Não posso dizer se eles são monopólio ou não, mas quando a sua empresa chega a um número de 2,7 bilhões de usuários, vale a pena ser analisada.
Não sei se é de propósito ou não, mas quando eu olho algumas iniciativas do passado como o instant article para os publishers, quando eles colocaram o conteúdo no Facebook, mas o tráfego ficou dentro da rede social, para mim, isso foi um erro. E esse erro custou muito ao jornalismo. Então, não sei se é algo feito de propósito ou não, mas quando você é tão grande, até algo que acontece sem querer é significativo [no mercado].
(Entrevista ao programa Squawk Box, da CNBC, em 25 de julho de 2019)
Yaron: Acho que os CMOs de grandes e pequenas marcas precisam estar nos lugares onde a atenção do usuário está. Esse trabalho é basicamente ir atrás da atenção e estar no meio desse fluxo de atenção. Então acho que eles precisam estar no Facebook e no Google, mas também em outros espaços, porque eles existem. Existem muitos outros espaços em que é possível capturar a atenção do usuário que não as redes sociais, espaços onde eles estão engajados. Então não acontece apenas nesses dois lugares, tem muito mais espaços na internet.
(Entrevista ao BrandChannel em 29 de setembro de 2016)
Adam: No começo do Mobile, a gente pensou, como indústria, que ele seria uma extensão do que fazíamos no desktop, tanto de maneira editorial quanto comercialmente. Por exemplo, a gente pensou que faria sentido para a homepage mostrar o mesmo conteúdo para usuários do desktop e do Mobile, e nós pensávamos que os nossos ads iriam se encaixar muito bem no fluxo da experiência Mobile.
Desde então, a gente descobriu que o padrão de uso de celular é dramaticamente diferente do desktop, e isso requer soluções pouco ortodoxas para monetizar e engajar os usuários. Por exemplo, muita gente acessa o conteúdo do smartphone enquanto estão esperando para serem atendidos pelo médico, ou na fila numa loja, essas pessoas estão num momento mais exploratório do que pesquisando por informações específicas. Além do que, telas menores abrem possibilidades novas de targeting e oportunidades para novos formatos e plataformas.
(…)
Nesse sentido, acredito que o futuro será todo personalizado, a web de cada um.
Entre conteúdo original, conteúdo republicado, conteúdo nativo, parceiros, existe muito para os leitores considerarem e isso pode parecer opressivo para os usuários.
Num mundo em que boa parte da web é consumida numa tela menor, e desktops serão algo visto em museus, será mais fácil ainda para os usuários acharem informação interessante. Então ter a informação entregue para ele de forma personalizada será um veículo chave para o consumo e a monetização de conteúdo.
(Entrevista à Business Insider em 19 de novembro de 2014)
Adam: Quando comecei há 11 anos, eu achava que personalização era sobre saber quem eu era e o que eu queria, ou seja uma personalização “demográfica” – minha idade, meu gênero, minhas preferências. Eu digo para o Facebook que eu gosto de “O Poderoso Chefão” porque eu acho um filme bom e também porque é um filme que me faz parecer mais legal para os outros – ele se encaixa no meu perfil, mas isso não quer dizer que quero assisti-lo agora ou todos os dias. E eu acho que o perfil demográfico, que é esse “dizer às pessoas quem eu sou”, é como nós estávamos acostumados a ver personalização, mas essa não é mais a realidade.
Definindo melhor, personalização significa “quem eu sou agora” e eu sou diferente de manhã, diferente nos finais de semana. É a persona mais o contexto. E uma vez que você junta esses dois, você consegue criar uma experiência melhor para os usuários.
Atenção é a moeda, que leva a relacionamento, que leva a receita por visita, receita por vida. Usando a Amazon como exemplo. Se você comparar publishers e mídia com o e-commerce, eles já decifraram esse código há uns 10 anos. Um varejista está pensando no usuário e no que ele vai fazer nos próximos oito meses, desde que conhecem o usuário eles conseguem melhorar a experiência exponencialmente a cada contato com ele. Então eles sabem que isso [entender o usuário e o seu comportamento] é um investimento a longo prazo, e não uma monetização rápida de usuário. Essa é a tendência.