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Insert your (bit)coin

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De vilã a ativo queridinho do mercado financeiro, a criptomoeda agora chegou no bolso das empresas, que estão descobrindo uma forma de usar a moeda digital nos seus negócios. De Cielo abrindo espaço para aceitar em suas máquinas de cartão, até Apple não descartando a ideia de ter uma criptomoeda, as companhias, de fato, perderam o medo. A gente bem sabe que quando se trata de tecnologia é sempre assim: primeiro vem a euforia, depois a decepção e então, a produtividade. 

iCoin?!

O primeiro sinal forte de que as criptomoedas chegaram num ponto de maturidade foi quando grandes empresas passaram a não só aceitar, mas a planejar a emissão de suas próprias bitcoins. O JP Morgan, nos Estados Unidos, foi um dos primeiros bancos a entrar na onda. Então chegou o Facebook com a Libra, uma moeda digital que tem o lançamento marcado para 2020 e tem uma série de parceiros – de Uber à Mastercard: a empresa está empenhada em fazer o negócio acontecer, apesar dos reguladores estarem céticos. Isso sem contar com os críticos e com aqueles que já pensam em abandonar o projeto. Na esteira deles, veio o Walmart e o Telegram, como a gente até comentou nesta segunda-feira. A mais nova empresa que está de olho nas criptomoedas não é ninguém menos do que a Apple. Nessa semana, a vice-presidente da Apple Pay, Jennifer Bailey falou literalmente que está “observando” as criptomoedas. “Nós achamos interessante, com um potencial de longo prazo, mas estamos, primariamente focados no que os consumidores estão usando hoje”, disse ela, numa entrevista à CNN. 

Aceitamos cripto

Aqui no Brasil, as companhias estão indo para outro caminho: o de aceitar em bitcoins e outras moedas digitais estáveis, as “stablecoins”. Afinal, se todo mundo emite, os usuários poderão ter as moedas em suas carteiras digitais, quem estará na outra ponta, fazendo o processo de pagamento? Com isso em mente, a Cielo anunciou na semana passada que tanto suas maquininhas quanto o aplicativo CieloPay irão aceitar criptoativos como pagamento – e ainda com QR Code para o pagamento. Para fazer isso acontecer, a gigante dos pagamentos brasileira se juntou à Uzzo, uma fintech que começou as operações neste ano e que realiza conversão automática de bitcoin para reais em seu aplicativo, bem como uma conta digital. Ah, falando na Uzzo, o cenário brasileiro que já é ~pouco~ fértil para startups financeiras está vendo um boom de empresas sendo criadas para tratar de criptomoedas. Taí um movimento para a gente observar mais de perto. 

We are watching

Com isso tudo rolando, não é de se estranhar que as discussões sobre criptomoedas e cripto ativos chegaram em Brasília. A Receita Federal começou a pedir que corretoras e investidores que utilizem esses ativos informem mensalmente a instituição (ou seja, a Receita está tratando as moedas digitais como trata dinheiro e ações), enquanto isso o Banco Central incluiu bitcoin e outras cripto nas contas da balança comercial.  Nessa semana, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) falou ao Congresso Nacional, em favor da regulamentação rápida das bitcoins e de moedas digitais em geral.  O medo aparentemente passou. 

O pulo do Mario

Não é coincidência que o Facebook resolveu tratar da Libra no mesmo momento em que as leis de proteção de dados estão batendo na porta. A questão é que a monetização de dados está ficando um pouco mais difícil, o próprio CFO da rede social falou isso. Dessa forma, trazer uma forma interna de monetização, como uma moeda própria, e de serviço financeiro faz todo sentido. Da parte das companhias, a corrida para adotar as criptomoedas está completamente ligada à busca por captar dados de qualidade para entender seus usuários e de oferecer um serviço com comodidade em troca. As gigantes chinesas já mostraram que os pagamentos digitais em um único ambiente Mobile fazem total sentido e que o público gosta desse tipo de comodidade. Para quem recebe as moedas também há essa clareza das transações, devido ao blockchain. Será que a gente vai chegar no momento de ver nos restaurantes as placas “aceita-se bitcoin/Libra”? Ou será que teremos dinheiro digital da Amazon para comprar dentro da loja e em outros espaços na Web?! Questões que esperamos poder responder para vocês num futuro pouco próximo.

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