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Novos negócios com base nos “antigos” OTT’s

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Mais conexão? Mais conectados? Ou mais uso para conexão?

No MWC, o Mobile World Congress, deste ano, dentre os 2.000 expositores e os mais de 80 mil visitantes, foi possível ir de A a Z no que diz respeito à conectividade. Da palestra de abertura, realizada pelo diretor geral da GSMA, Mats Granryd, que destacou que ainda há 3,6 bilhões de pessoas sem conexão à Internet móvel no mundo, colocando o termo “usage gap” em evidência ao longo do evento, às possibilidades do 6G, apresentado com sua capacidade de velocidade chegando mais de 100 Gbps, o ponto mais importante para reflexão, na nossa opinião, passa a ser, qual o futuro da conectividade? Quais os novos business models estão surgindo, seja para aproveitar essas novas possibilidades, seja para suportar desafios, como o próprio “usage gap”?

Quem é commodity e quem agrega valor?

Uma eterna discussão no MWC, que acompanhamos desde nossa primeira visita, anos atrás, é sobre como no business de telecom, depois rebatizado de conectividade, alguns players acabam sendo “forçados” ao status de commodity enquanto outros surgem como players que surfam a commodity dos terceiros e agregam valor para si em uma proporção bem diferente de quem proporciona a infraestrutura. Esse tema já é batido quando falamos das OTT’s (over the top) que monetizam vídeos, músicas, games, software etc, com base na infraestrutura de telcos e fabricantes de hardware, que monetizam um valor fixo enquanto os demais monetizam diversos serviços “on top of it”.

O ponto agora é que esse jogo pode estar mudando… e como toda vez que o mercado se movimenta, alguns desafios e oportunidades podem surgir. Alguns OTT’s, que vinham brilhando em seus business models começaram a ser desafiados. O mercado de conteúdo em vídeo e áudio que o diga! Com a competição e demais desafios, as empresas começam a se movimentar e alguns já começaram a dizer que uma plataforma de vídeo ou music on demand já passa a ser a commodity, e alguns players já começaram a surgir como “on top of the top of…” 🙂

The Rooftop…

Imagine os principais Apps e Plataformas digitais da atualidade, e tente imaginar quais negócios podem surgir com base em sua infra, sua tecnologia, seu ecossistema. Se desafie a olhar para esses players assim como eles olhavam para empresas de telecom e fabricantes de smartphone no passado. O Waze surgiu deste racional, enquanto players como Tomtom e Garmin precisavam vender um “aparelho de GPS”, a ideia do Waze era utilizar o hardware já existente (smartphone) e conexão já existente (operadora) para criar um “asset light GPS”. Existem diversos outros exemplos nesse sentido, mas sempre olhando o passado… Mas qual seria o olhar do algo? Como criar o over the top dos players que já estavam “on top”, como chegar ao Rooftop!?

Rooftop Business Models

Mas como funciona na prática? Uma boa abordagem envolve o uso de dados, os dados gerados por essas empresas… que até então então no hype e no topo da cadeia alimentar dos negócios digitais.

Mas como fazer na prática?

Algumas fintechs já utilizam dados de plataformas de eCommerce e delivery para ofertar crédito, outras usam dados de empresas como o próprio Waze para otimização de carros conectados. A Bands in Town por exemplo utiliza dados do Spotify e Apple Music para um serviço (incrível por sinal!) que avisa você quando suas bandas favoritas do seu serviço de streaming vão fazer algum show perto de você. Quer mais música para os ouvidos dos negócios digitais? Já existem empresas que financiam artistas fazendo a análise de crédito com base nas estatísticas de suas obras nestas plataformas. Ou seja, novos negócios estão surgindo, on top of the top.

Rooftop ideas

Voltando às ideias e possibilidades, já conseguiu pensar em algum serviço que poderia surgir assim? Quais empresas, com seus business models atuais, poderiam gerar novos modelos baseados nos dados gerados?

Uma agência de viagens para solteiros que, com base nos dados do Tinder, Innercicle e Apps similares, cruzando com seu perfil, recomenda qual o destino turístico no qual você teria maiores chances estatísticas de conhecer alguém?

Uma plataforma que analisa dados do iFood ou Rappi para auxiliar empreendedores que queiram abrir um novo restaurante, mostrando com base em dados estatísticos qual a melhor região para determinado tipo de estabelecimento, qual melhor pricing com base nos preços da região etc.

Um serviço que se baseie em dados de plataformas de venda de ingresso, como a Ingresse, para auxiliar artistas, músicos e produtores, para definir datas, locais e conceitos para seus eventos.

Até comprar um tênis baseado nos dados analisados do seu RunKeeper, Strava ou Nike+.

Sam Walton on Rooftop

As informações “abertas” da web vinham sendo exploradas comercialmente em uma enorme desproporção pelo Google. Qualquer um que desafiaria esse mercado seria uma loucura… Até que surgiu o ChatGPT, e mostrou que pode trazer um novo olhar sobre como utilizamos esse conhecimento disponível. Agora imagine um ChatGPT conectado à todos esses dados que comentamos acima? Você poderia perguntar ao Chat aonde passar as férias para conhecer alguém, aonde abrir seu restaurante e até qual tênis comprar… Ah, mas esses dados não estão abertos… sim… porque ainda não tem um business model para isso. Mas não seria essa uma oportunidade? 

Open Data and Open Connectivity

Além de Open Banking e Open Finance, que temos falado muito por aqui, um outro assunto vem ganhando pauta no mundo digital, o Open Data, ou seja, como as empresas terão que, cada vez mais, permitir que os usuários possam portar seus dados, seja para migrar de plataforma, seja para ter novas experiências digitais. Além de todas as oportunidades que falamos, sabem os 3,6 bilhões de não conectados? Teria ali uma oportunidade de negócios ao disponibilizar a conexão sem custos como forma de suportar novas oportunidades de negócios? Por fim, faça o desafio de pensar, seja para os 3,6 bilhões de não conectados, seja para os conectados, quais novas oportunidades comerciais poderiam surgir para o seu negócio se você estivesse on top of the top?

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