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Querem me manter como líder?

Você está pronto para fazer essa pergunta para o seu time?

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Mais um capítulo da série

Essa semana a série Elon Musk & Twitter teve um novo Capítulo, e desta vez de uma nova Temporada. Depois das Temporadas: “Quero comprar”, “Vou comprar”, “Desisti de comprar”, “Vou ser obrigado a comprar” e “To Comprando”, a nova temporada “Devo me demitir” já começou e promete ser tão aquecida, ou mais, do que as outras. Então pega a pipoca para acompanhar o último Morse Trends de 2022 e entender como, mais uma vez, Elon pode estar, mesmo que de sua forma quase irresponsável, lançando ou mesmo colocando holofotes sobre uma nova tendência. 

Zero um, pede pra sair!

Para quem não acompanhou os últimos movimentos, no dia 18 de dezembro Elon postou em sua conta pessoal no Twitter uma enquete com a frase “Devo deixar o cargo de chefe do Twitter? Vou respeitar os resultados desta enquete”, querendo saber a opinião dos usuários sobre sua permanência, ou não, como CEO da empresa. O “problema” foi que, ao final da enquete, 57,5% dos respondentes, ou 17,5 milhões de pessoas, votaram para que ele renunciasse ao cargo de CEO, e ele então anunciou que irá deixar o cargo assim que encontrar uma nova pessoa. Colocamos acima a palavra problema entre aspas pelo fato de que vale refletir se a notícia, que pode parecer ruim, na verdade não poderia inclusive já fazer parte da estratégia de Elon, que pressionado pelos acionistas da Tesla, seu ganha pão e maior aposta, vinha sendo cobrado por sua saída do Twitter para focar seu tempo, energia e esforços na operação de automóveis. Além disso, Elon também tem encarado problemas com a Neuralink. Em resumo, abrir espaço na agenda, e na cabeça, para lidar com os demais desafios seria importante nesse momento. Mas anunciar a sua saída da companhia poderia comprometer a operação na qual investiu uma bela bolada, além de eventuais amarras com os demais investidores que financiaram a operação e devem ter alguma cláusula que exija a permanência de Musk. Porém, se a vontade dos usuários for diferente, Elon pode então sair “pelo bem de todos, e felicidade geral da comunidade”.

A criação que manda no criador

Mas o Morse de hoje não é para falar especificamente sobre Twitter, Musk e o movimento de sua saída ou não (ele pode sempre desistir né…) da operação, mas sim para explorar como o movimento de perguntar aos usuários, ou até mesmo colaboradores de uma empresa, sobre quem deve ser o seu líder, pode ser uma tendência que já vinha acontecendo abaixo dos radares, e com o movimento atual pode começar a se tornar uma tendência.

Já falamos aqui no Trends “Community First, Product Later”, sobre a importância de empresas e marcas criarem e manterem comunidades, seja para testar o MVP de algo recém lançado, seja para popularizar e dar capilaridade para empresas e operações já em escala de growth. Criar essas comunidades é um grande desafio, e como muitas coisas nessa vida, “o que se leva uma vida para construir, pode levar um segundo para se perder”. Ou seja, em empresas nas quais a comunidade e os players do ecossistema têm um papel crucial na operação, a definição sobre a escolha do líder de uma empresa pode realmente estar da porta para fora.

The Great Resignation

Não apenas a comunidade externa pode pressionar empresas e negócios por novas abordagens e novas lideranças. Na virada do ano passado uma onda chamada de The Great Resignation colocou uma enorme pressão sobre empresas e líderes quando perceberam a grande quantidade de profissionais que simplesmente começaram a pedir as contas e deixar seus empregos ao não concordarem com o ambiente profissional no qual estavam inseridos. No auge do problema, diversas empresas tiveram de tomar decisões radicais como forma de garantir a permanência de seus colaboradores e a continuidade dos seus negócios. Aqui podemos voltar a inserir Musk na conversa dado que a turbulência de suas atitudes vinha causando diversos atritos, e desistência, de colaboradores e até de clientes.

We believe in god, all others should bring data

Mas quais outras forças da nova economia podem colocar pressão na liderança dentro das empresas? Com o avanço de diversas iniciativas de A.I., poderia a inteligência artificial prever, ou mesmo sugerir, a demissão de um gestor? Já falamos disso por aqui quando comentamos sobre as DAO’s – Decentralized Autonomous Organizations. Se por um lado decisões de uma comunidade, ou mesmo colaboradores, podem estar acaloradas por emoções pautas em posicionamentos, discursos e opiniões de seus líderes, por outro lado, com a inteligência artificial, a decisão poderia ser puramente tomada com base em dados. Mesmo imaginando que a manutenção da posição de um líder está sempre pautada por entregáveis que podem ser mensurados pelos seus gestores, ou investidores e acionistas no caso da posição de CEO’s e Presidentes, sempre existe um intangível humano na análise: amizade, relacionamento etc. Por outro lado, uma máquina pode dar de forma simples, prática e precisa (na visão das máquinas) a opinião sobre manter um ou não um líder. Obviamente que a máquina ainda não consegue considerar uma série de outras variáveis que o ser humano ainda tem como diferencial na análise, mas como em diversas outras frentes de A.I., o equilíbrio entre os dois pontos de vista pode ajudar a pautar as decisões.

Data Driven Leadership Skills

Um conceito que acreditamos que estará em evidência para 2023 será a liderança pautada em dados, mas não apenas os dados de performance de entregas e resultados financeiros. O boom das HRTechs vem apresentando para empresas, gestores e investidores, diversas plataformas que têm a mesma capacidade de análise e predição de indicadores financeiros, porém direcionada para outros indicadores de liderança como eNPS, Turnover e até Felicidade no ambiente de trabalho. Para empresas de serviços, na qual o capital humano é o maior ativo, monitorar esses indicadores pode ser tão ou mais importante do que monitorar os indicadores financeiros para análises de longo prazo. Uma vez em um grande eventos de CEO’s em que estávamos presentes, uma pessoa da plateia perguntou para uma CEO no palco, “como é ter 50.000 pessoas trabalhando para você?”. A CEO imediatamente respondeu: “Acho que você está fazendo a pergunta errada, deveria perguntar como é trabalhar para 50.000 pessoas?” Frases como essa podem até já ser clichê hoje em dia, pipocando nos posts do tipo “arrasta pra cima” dos diversos Gurus de Gestão que aparecem por aí, mas na essência carregam algo importante, os novos líderes precisam, mais do que nunca, ter um olho no gato e outro no peixe, pois não adianta entregar resultados práticos sem criar e dar manutenção num dos alicerces mais importantes de uma empresa ou comunidade: valores e cultura.

E, para fechar esse último Morse Trends de 2022, queremos deixar aqui uma provocação. Mas não para responder agora, mas sim para você levar em suas análises para 2023… Se você perguntasse, de forma anônima, se os seus liderados querem ou não manter você como líder, qual seria a resposta?


Neste último Morse Trends de 2022 queremos agradecer, e muito, pela audiência. Por escolherem nosso e-mail, dentre tantos outros que afogam suas caixas de mensagem, para dedicar alguns minutos do seu dia. Agradecer também pelos feedbacks que recebemos e as sugestões que são enviadas. Saber que nosso trabalho e dedicação ecoam por aí é o que alimenta nosso carinho e energia por esse projeto. Que nossas provocações, das mais práticas às mais ousadas, possam ter ajudado a abrir a cabeça para novas abordagens e novas visões. Não queremos aqui prever o futuro e nem ser donos da verdade, mas gostamos muito de tentar enxergar fatos e acontecimentos de uma outra forma, conectar pontos, desafiar verdades e trazer provocações, que podem iluminar uma reunião de trabalho, ou um papo de bar.

Desejamos um Feliz Natal e um 2023 repleto de provocações que possam gerar inovações, seja no dia a dia de sua vida pessoal, seja nas decisões de sua vida profissional.

#MayTheMorseBeWithYou

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