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O presente e o futuro do Metaverso
Como a buzzword do ano é realidade hoje e também promessa futura
Com certeza a palavra Metaverso foi a “buzzword” do ano. Da mudança do nome do Facebook para Meta até o surgimento de grandes iniciativas de avatares, games e devices de realidade virtual, o Metaverso esteve presente nas principais notícias e novidades do ano, o que comentamos muito aqui pelo Morse. A expectativa é alta! De acordo com o relatório da McKinsey & Company ‘Value Creation in Metaverse’, foram mais de US$ 120 bilhões investidos no metaverso em 2022. Ao mesmo tempo, 25% de executivos seniores acreditam que mais de 15% da receita corporativa deve vir do metaverso nos próximos anos.
Quando olhamos para o comportamento do consumidor, há lados e lados. Por um lado, vemos expectativas altas e comportamentos curiosos. O relatório da Mckinsey destaca que 79% dos consumidores ativos no metaverso já realizaram compras e 59% dos consumidores estão animados sobre a transição de atividades cotidianas para o metaverso. As 5 principais atividades que os consumidores estão animados em “levar” para o metaverso são: Sociabilidade, Entretenimento, Gaming, Viajar e Comprar. Ou seja, uma visão bem positiva sobre o que vem por aí. Mas por outro lado, vemos plataformas consideradas “metaversos” não apresentando usuários ativos em seus ambientes, como uma recente polêmica com a Descentraland. Além disso, 80% dos brasileiros nunca tiveram acesso ao metaverso e até o Tim Cook, CEO da Apple, questionou a temática do ponto de vista do consumidor: “Eu sempre acho importante que as pessoas entendam o que é algo. E eu realmente não tenho certeza se a pessoa comum pode dizer o que é o metaverso. E isso pode ser usado de uma maneira boa. Mas eu não acho que você queira viver toda a sua vida dessa maneira”.
Com diferentes iniciativas, reports e novidades diferentes sobre o ‘Metaverso’ a cada dia, será que realmente sabemos do que se trata o metaverso? Será que estamos entendendo o que de fato é essa rede? O Morse decidiu juntar alguns conceitos, referências e boas reflexões para tratar sobre este tema por aqui!
O que é vs o que não é Metaverso
Começar dizendo o que não é metaverso já é um bom começo! Metaverso não é apenas uma experiência de realidade virtual ou realidade aumentada, muito menos um vídeo game que você joga com colegas e amigos. Também não se trata apenas de um device e headset. E o principal, metaverso não se trata de criações de avatares isolados com o objetivo de divulgar em um Instagram.
Apesar dessas diferentes tecnologias e iniciativas terem uma relação e boas intenções com o metaverso, o metaverso envolve muitos outros pontos e é uma temática que está em constante descoberta.
De acordo com Matthew Ball, autor do livro ‘The Metaverse and How It Will Revolutionize Everything’, Metaverso é:
“Uma rede massivamente dimensionada e interoperável de mundos virtuais 3D renderizados em tempo real que podem ser experimentados de forma síncrona e persistente por um número efetivamente ilimitado de usuários, cada um com uma sensação individual de presença; ao mesmo tempo em que dá suporte à continuidade de dados, como histórico, identidade, comunicações, pagamentos, direitos e objetos”. (Neste vídeo de 14 minutos, ele detalha suas percepções sobre o conceito).
Diante disso, existem ainda inúmeros desafios, evoluções e desenvolvimento que precisam ainda ser feitos para chegar ao modelo de Metaverso que Matt descreve. De acordo com o autor, há 7 subcategorias que envolvem o metaverso, são elas: Hardware (o que moldará o metaverso, se será via devices ou sem objetos que precisamos segurar), Rede, Poder Computacional, Plataformas Virtuais, Padrões e intercâmbio e interoperabilidade, Trilhos de pagamento (via blockchain) e “CAS” – Conteúdos, ativos e serviços de identidade.
O intuito não é explicar e entrar em detalhes pela complexidade de cada item, mas mostrar que está sendo criado, mas há muito a ser desenvolvido, evoluído e principalmente apresentado quando olhamos para Metaverso. Mas se o que estamos vendo não se trata de um metaverso “completo ou ideal”, o que estamos vendo?
As iniciativas de hoje
Isso não significa que muitos traços e iniciativas de olho no metaverso não estejam sendo feitas de maneiras interessantes. Em diferentes segmentos, “traços” e iniciativas de metaverso estão sendo criadas para revolucionar e modular novas interações com o mundo real e virtual. Na Indústria por exemplo, são várias as soluções unindo tecnologias imersivas que possibilitam melhorias na visualização, planejamento e estratégias na produção, bem como na organização e automação de máquinas. Um case muito interessante da Indústria é da união entre Siemens e NVIDIA, notícia que demos no Morse News desta semana, mostrando como as empresas juntas expandiram sua parceria para habilitar um metaverso industrial e aumentar o uso da tecnologia de IA que ajuda a levar a automação industrial a um novo nível.
Na medicina, são várias as soluções de VR e AR que juntas agregam grande valor para estudo, prática e visualizações de profissionais da área da saúde. Organizações militares já estão de olho no metaverso e criando soluções internas com o objetivo de melhorar ainda mais suas experiências, treinamentos, aprendizados e interações. Será que num futuro teremos as guerras saindo do mundo real e sendo disputadas em Metaverso?
Já falamos por aqui em ‘Vende-se Terreno no Metaverso’ sobre algumas plataformas que têm relações com metaverso e já possuem seus “solos virtuais” como o Decentraland. Além disso, iniciativas que envolvem marcas, gamers, plataformas (como Roblox e Sandbox) e impacto social, como o Favela X, estão trabalhando com traços e conceitos do metaverso, mesmo que ele ainda não esteja completo, possibilitando reconhecimento sobre o assunto, impacto e aprendizados.
O que vem por aí…
Na última semana trouxemos as novidades em relação ao Meta Connect, o evento da Meta que apresentou os próximos passos da empresa com o Metaverso. Dentre as novidades, é interessante destacar algumas iniciativas. A parceria com a Accenture e Microsoft visa tornar possível um futuro do trabalho no qual o metaverso está inserido. Imagine criar, desenvolver, interagir e reproduzir dentro desta rede Metaverso em tempo real com diferentes pessoas e ferramentas para uma melhor produção. Através de algumas tecnologias que a própria Meta está desenvolvendo, a expectativa é de que, no futuro, a criação de avatares fotorealistas através da análise de um rosto seja instantâneo. Agora imagine isto se unindo a todo o conceito descrito por Matthew Ball (volte lá em cima e leia novamente). O Metaverso de fato tem um potencial gigante, mas ainda há muito a ser construído, testado, criado e validado.
Uma coisa interessante que Matt destaca em seu livro e no vídeo é que hoje falamos sobre ondas tecnológicas e digitais como algo singular, “as redes sociais”, “o streaming”, “o mobile”. E na verdade, são pacotes. Eles representam e só funcionam por causa de muitas entradas diferentes. Todas essas criações individuais permitem a transformação em geral. Portanto, são válidas as diferentes iniciativas que buscam conectar com o Metaverso, mas é de importância entendermos a maturação e desenvolvimento delas ao longo do tempo.
E se você ainda continua cético a respeito, lembre que muitos céticos duvidaram de Bill Gates sobre o que seria a internet hoje 🙂 Keep your mind open!
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