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Mulheres que Inovam

O cenário das mulheres no mundo tech

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Você com certeza já ouviu o termo “bug”, certo? Ele passou a ser usado depois que Grace Hopper, primeira mulher a ter um PhD em Matemática em Yale, solucionou um erro de processamento de dados ao retirar um inseto de dentro da máquina. Além disso, ela foi uma das criadoras do COBOL, uma linguagem de programação para bancos de dados comerciais. E sabe quem de fato teve a ideia do primeiro programa computacional? Asa Lovelace, que realizou o primeiro algoritmo a ser processado por uma máquina em 1843. As contribuições fantásticas e protagonismo das mulheres no mundo da tecnologia começaram há muitos anos e chega a ser contraditório pensar que ainda hoje falamos da discrepância de espaço, interesse e desigualdades entre homens e mulheres na tecnologia. 

Vamos aos desafios…

Apesar de boas esperanças (calma que falaremos daqui a pouco!), existem inúmeros desafios que precisamos abordar por aqui. Há vários fatores e influências que apontam um cenário de desinteresse, desigualdade e discrepância da presença das mulheres no mundo da tecnologia. Segundo o estudo da PwC Women in Tech: Time to Close the Gender Gap, apenas 3% das mulheres citam uma carreira baseada em tecnologia como uma primeira escolha. A falta de interesse ou pelo fato de não acreditarem que podem se tornar experts no ramo, levam a uma falta de engajamento na área. Segundo a pesquisa da organização sem fins lucrativos Girls Who Code, apesar de 74% das meninas mostrarem interesse em ciência, tecnologia, engenharia e matemática no ensino médio, apenas 0,4% selecionam títulos nesta área. 

Outro ponto importantíssimo é o cenário desigual no quesito salarial. Segundo a Pesquisa de Remuneração Total, realizada pela consultoria Mercer, o mercado de tecnologia é o mais desigual entre gêneros no quesito salarial. A consultoria analisou 30 mil empresas no mundo inteiro, dentre as quais 759 no Brasil. De acordo com o levantamento, no nível de executivos de empresas de alta tecnologia a disparidade salarial chega a 36%. 

Empreendedoras que inovam

Quando olhamos para o universo empreendedor, os dados nos mostram um cenário que carece de crescimento mas que a inovação é o principal motivador! O relatório do Distrito, Female Founders Report 2021, mostra que apenas 4,7% das startups são fundadas apenas por mulheres. Nesse contingente, as fintechs aparecem em terceiro lugar entre as categorias preferidas por elas, com 8,2%, perdendo para educação (12,7%) e saúde e biotecnologia (15,2%). A maior parte das fundadoras ouvidas no relatório declarou que o principal motivo para empreenderem estaria em um alto conhecimento sobre a solução e mercado, e em uma crença em relação à possibilidade de inovar naquele setor e/ou fazer melhor o que já estaria sendo feito. 

Outro fator importante são os estereótipos e barreiras que as empreendedoras enfrentam perante outros empreendedores e investidores. Mais de 60% das mulheres afirmaram que já foram questionadas por investidores se “teriam condições” de conduzir o negócio, 14,2% foram questionadas se tem homem no board/quadro societário e 45,7% se conheciam termos técnicos básicos. 

Quanto aos desafios da jornada empreendedora, além do processo natural de validações e escala, há também a falta de uma rede de boas conexões, tal como mentores e investidores, frente essa em que muitas iniciativas e empresas estão atuando!

Um outro desafio para mulheres que empreendem no mundo digital é que a distorção do mercado no que diz respeito à presença feminina na agenda de tecnologia traz, mesmo que indiretamente, um viés para quem quer contratar uma solução e o desafio comercial para mulheres empreendedoras no mundo digital acaba sendo muito maior do que o desafio dos homens. Pensando nisso, fizemos uma pequena mudança no digitaliza.ai, nossa loja de soluções para digitalizar negócios. Tomamos essa semana a decisão de criar um filtro adicional (estará pronto em breve) para que a busca por soluções possa considerar como critério empresas que foram fundadas por mulheres. E foi muito bacana saber que já existem várias empresas, inclusive aqui no Brasil. 

Um mundo em crescimento

São várias as iniciativas e novos empreendimentos com foco em desenvolver e estimular mulheres para o mundo tech, seja como empreendedoras ou profissionais contratadas. O PyLadies, por exemplo, é uma comunidade mundial que foi trazida ao Brasil com o propósito de instigar mais mulheres a entrarem na área tecnológica. A Female Tech Leads e She´s Tech também atuam com este propósito. Frente a um cenário onde mulheres representam apenas 17% das programadoras, iniciativas como Mulheres Programam, Black Women in Tech da Microsoft e o Yes She Codes do Nubank tem como objetivo aumentar este número através do estímulo ao aprendizado de mulheres sobre programação e contratação. 

E os resultados estão nos encaminhando para um cenário muito mais esperançoso! De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), a participação feminina no mercado de tecnologia cresceu 60%, passando de 27,9 mil mulheres para 44,5 mil em 2020, o que reforça as oportunidades que elas podem encontrar no setor. E se a mudança continuar em um ritmo acelerado, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) acredita que, em 10 anos, a participação das mulheres no mercado de trabalho brasileiro deve crescer mais do que a masculina em muitos segmentos (a ciência e tecnologia são alguns deles). 

Uma influência que impactará neste crescimento importante é o surgimento cada vez maior de ferramentas digitais fáceis e práticas para facilitar a rotina e desenvolvimento de soluções. Com o crescimento das plataformas low/no code, veremos empreendedoras e profissionais que não possuem conhecimento aprofundado de código, utilizarem estas tecnologias para construir suas soluções e inovações para o mercado tech. Além disso, o processo de educação e aprendizado vêm se tornando cada vez mais democrático a partir de plataformas educativas e especialistas criadores de conteúdo que educam através das mídias sociais. Tornando-se mais fácil e prático o acesso ao conhecimento básico e avançado do universo da tecnologia. 

De mulher para mulheres 

Sabemos que os desafios nos questionam e nos geram reflexões importantes, mas é preciso olharmos para as oportunidades, muitas vezes disfarçadas, para construirmos e conquistarmos nosso espaço neste mercado. Encontrar ou criar ambientes que alinham nossa identidade, sonhos e competências nos transformam em agentes importantes de transformação e inspiração para outras mulheres. É nosso papel apoiar, ensinar e inspirar outras mulheres a se tornarem protagonistas em um mercado que tende a crescer e trazer frutos significativos. Contar nossas próprias histórias e jornadas empreendedoras, expor nossos trabalhos na área, opiniões de mercado e contribuições é uma maneira de espalhar as oportunidades, barrar crenças limitantes de que não somos suficientes para este mercado e unir forças para enfrentar desafios que nos cercam. Como já comentamos aqui no Morse, em “You as a brand“, construir nossa marca pessoal é um caminho que traz frutos oportunos seja para sua própria carreira, quanto para inspirar outras mulheres. 

Eu, Rafaela Guimarães, estou escrevendo este texto aqui no Morse porque encontrei maneiras e canais para me comunicar, me expressar e mostrar meu trabalho através de meu próprio podcast, newsletter e conteúdo nas redes sociais. E foi através desta exposição, mostrando minha visão e expertise de mercado, marketing e conteúdo, que pude ser convidada para estar aqui hoje construindo conteúdos para vocês. 

As tecnologias e plataformas sociais nos permitem conectar de forma direta e instantânea com profissionais e grupos importantes para nosso desenvolvimento enquanto profissional. Há um mar de oportunidades para encontrarmos mulheres com os mesmos desafios e juntas, nos apoiarmos e conquistarmos nosso espaço. Portanto, não tenha medo de expressar sua visão sobre tecnologia, empreendedorismo e contribuições. Se somos e podemos ser experts na tecnologia, vamos expor nossas expertise na área! Isso pode ajudar outras mulheres a despertarem seu interesse, se desenvolverem e principalmente aprenderem. 

E se você tem conteúdo e opiniões sobre o mundo digital mas não tem espaço para apresentar, agora tem! O Morse está aberto a receber e divulgar artigos em nosso site. Encaminhe seu conteúdo para contato@morse.digital. 

E para te ajudar a mergulhar de vez nesse assunto, separamos aqui diversos conteúdos aqui do Morse que mostram como as mulheres estão se tornando presentes e conquistando espaço no mundo Tech, confira:

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