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GHOST INTERVIEW #17 | Pin this IPO!

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Board do Ben

Páscoa chegando e, se no passado você tinha que achar os ovos de chocolate no teto do supermercado, esse ano não faltam sugestões, ideias e até receitas num outro lugar: a plataforma do novo IPO bilionário do momento. Estamos falando do Pinterest, lógico. E a gente, que já está com um pé no feriado, resolveu chamar o Ben Silbermann, co-fundador e CEO do  maior mural de inspirações online do mundo para dar uma palavrinha na “Ghost Interview”.

Lançada em 2010, a rede já supera a marca dos 250 milhões de usuários mensais que buscam entre mais de 75 bilhões de “pins” quais as suas imagens favoritas. A ideia pode parecer até inofensiva, quase adolescente, mas, só nos Estados Unidos, 48% dos usuários utilizam o Pinterest para descobrir e procurar produtos para comprar. A rede, que foi avaliada em US$ 11,3 bilhões,  também consegue levantar as tendências em diversos assuntos como decoração, moda e turismo. Como eles fazem isso? Ben explica para gente:  

Save this for… now!

Na verdade, a ideia surgiu a partir de um produto que eu e o Evan (Sharp, o cofundador do Pinterest) queríamos para nós mesmos. Queríamos conseguir reunir todas as coisas legais que achávamos na internet em um único espaço, para acessá-los no futuro, como uma coleção mesmo. Eu costumava colecionar insetos e selos quando era pequeno. Evan colecionava cartões de baseball e, quando foi para a faculdade, ele também colecionou muitas fotos e imagens porque era estudante de arquitetura. Então começamos a construir o site a partir disso.

(Entrevista ao Business Insider em 26 de outubro de 2018)

Uma coleção diz muito sobre quem você é. E, quando olhamos na web, ainda não tinha um espaço para você compartilhar essa faceta. A ideia começou com hobbies das pessoas.

(Entrevista ao The NextWeb, em 29 de maio de 2013)

A gente não costuma descrever o Pinterest como rede social, porque as redes sociais se baseiam na comunicação com outras pessoas; já o Pinterest se baseia muito mais na comunicação do usuário consigo mesmo, porque é uma plataforma usada para planejar e ter ideias para a vida pessoal. Com as redes sociais é o “tempo para outras pessoas”, com o Pinterest é “o tempo para mim”.

(Entrevista ao The Guardian em 12 de junho de 2016)

Acho que estamos passando por uma transformação fundamental em como a gente consome mídia. No começo da internet, a mídia era basicamente texto. A página da web, o próprio HTML, as ferramentas de busca, para tudo era necessário usar texto, só que algo aconteceu há uns dez anos. A gente tem a causa dessa mudança nos nossos bolsos: o smartphone. Pela primeira vez, milhões de pessoas no mundo têm acesso a uma câmera de qualidade, a uma tela boa com touchscreen, que podem vir no lugar de digitar em um teclado. Os smartphones mudaram tudo, já mudou a forma como a gente se comunica profissionalmente – videoconferências no lugar de e-mails ou calls; mudou o jeito que a gente fala com amigos e família: de voz e texto para chamadas em vídeo e emojis. E está mudando o jeito que a gente descobre novos assuntos online: a busca visual ganhou força.

No caso do Pinterest, as coleções de imagens dos usuários representam o seu gosto. Com o “visual discovery”, a gente consegue unir os dados das imagens e organizá-los de uma forma nunca vista antes, conseguimos transformar esse dataset extraordinário em um gráfico de gosto [ou, em inglês, “taste graph”]. A gente entende a regularidade que as pessoas salvam imagens, as preferências delas ao guardá-las, o que ganha tempo para que elas nos digam isso em palavras, ou seja, criamos um gráfico. Isso nos ajuda o usuário a achar as coisas que ele ama num mar de opções. Acreditamos que o futuro da personalização vem a partir do entendimento do gosto das pessoas.

(Apresentação na ShopTalk 2018 de 31 de março de 2018)

Usamos Machine Learning em duas grandes formas. Uma é para ajudar com que as recomendações para cada usuários sejam alinhadas com os gostos dele. Todo o desafio está no fato de que, muitas vezes, sabem o que gostam ao ver, mas não sabem como comunicar isso em palavras. Trabalhamos muito duro para entender cada preferência ao mostrar imagens similares.

O outro uso é na área de “computer vision”. A gente acha que o futuro da câmera é se tornar o próximo teclado. Será uma forma fundamental do usuário captar e entender o mundo a sua volta.

(Entrevista à AP, publicada pelo USA Today em 30 de outubro de 2017)

O usuário do Pinterest está lá para procurar inspirações e para procurar o que fará no futuro. Na raiz, existe uma ligação forte entre a motivação dos usuários e o objetivo de quem faz a publicidade, por exemplo, porque faz com que o assunto chegue na pessoa certa no timing correto. E é interessante porque é um ciclo valioso: quando as pessoas fazem algo que viram no Pinterest, isso gera valor para o conteúdo do serviço, o que volta como mais conteúdo. É um ecossistema que estamos criando.

No final do dia, o importante é que o usuário tenha tentado. O meu sonho é estimular as pessoas o bastante para que elas fiquem offline e façam coisas que nunca acharam possíveis, seja uma receita ou uma decoração para a festa dos filhos.

Ao criar esse catálogo de ideias que é o site/app, tentamos mostrar como elas  funcionam para cada usuário, ou seja a gente tenta torná-las o mais próximo da ação possível. Então se o conteúdo é sobre um lugar, colocamos um mapa; se é uma comida, colocamos a receita; se é um artigo, mostramos o autor, queremos continuar essa jornada para seguir esse trabalho.

Até mesmo quando vejo blogs e posts que falam de ideias que as pessoas viram no Pinterest, mas que não deram certo na “vida real”, eu acho muito legal. Porque significa que aquilo foi algo que viram no Pinterest e tentaram fazer. Mesmo que não tenha dado certo, as fotos indicam que os usuários fizeram algo novo, e isso pode ser motivador para os outros.

(Entrevista na Code Conference 2015 em 27 de maio de 2015)

Percebemos que 93% das pessoas que usam o Pinterest dizem que estão utilizando para planejar ou pensar sobre uma compra. Nós sabemos que se comparar os nossos usuários e um não-usuário, os que usam Pinterest gastam 39% mais.

Isso porque eles estão literalmente usando uma ferramenta para ter ideias do que fazer ou inspirações. Então foi um movimento natural [o de ir para compra].

A busca visual é quando você olha uma imagem e diz “quero olhar apenas para uma parte disso”, então acha essa “parte”. Imagina que estamos aqui e eu olho para você e digo “puxa, eu amei seus sapatos, eu quero buscar apenas esse sapato”. Não é uma busca fácil de ser feita online se você não sabe o nome. No Pinterest, a gente faz a busca pela imagem em si. A gente olha para a “assinatura de dado” da imagem. No futuro, queremos fazer a câmera do celular ser capaz de fazer essa pesquisa. No lugar de apontar a câmera para algo e ela te mostrar as palavras, eu poderia dizer “me mostre coisas parecidas com essa”. Isso me parece ao mesmo tempo futurista e realista de se prever nos próximos anos.

(Conversa no NewCo Shift Fórum 2018 em 1º de maio de 2018)

Eu uso o Pinterest para tudo! Coleções de livros, viagens, hobbies. Tudo está lá. Eu planejei o meu casamento nele – até achei o fotógrafo do casamento no Pinterest! Quando eu tive um filho, também planejei tudo relacionado a ele – chá de bebê e festas de aniversário – pelo Pinterest. É realmente uma excelente plataforma para descobrir novos temas.

(Entrevista ao Huffington Post, em 28 de novembro de 2012)

Eu nunca pensei a tecnologia como boa ou má. Não é algo moral ou amoral. Eu acho que tecnologia é uma ferramenta, é aquilo que a gente faz com ela que importa. A questão que muitas empresas agora precisam se decidir é: como a gente quer que a tecnologia seja usada e para que fim?

(Entrevista ao CNN Business em 12 de fevereiro de 2019)

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