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Feed Engine Optimization (FEO)

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Precisamos falar sobre o apagão do Facebook. Não, não esse que rolou no Instagram, WhatsApp e FB no começo de outubro e deixou todo mundo de cabelo em pé. A gente quer falar sobre um outro apagão, o dos algoritmos do seu feed no Facebook. E o que isso significa para você, para o seu negócio e para o mundo atual que direta ou indiretamente, tem a partir dele o seu efeito borboleta.


Borboletas no seu feed

Não sei se todos já conhecem o conceito do “efeito borboleta”, segundo o qual o simples bater das asas de uma borboleta de um lado do planeta poderia influenciar o curso natural das coisas e, por consequência, talvez provocar um tufão do outro lado do mundo. A metáfora, utilizada pela primeira vez em 1969, pelo meteorologista Edward Lorenz, para falar justamente sobre o desafio da previsão do tempo em longos períodos, se encaixa como luva no mundo digital de hoje. E aqui estamos falando além do que um efeito viral de um meme ou vídeo, que acontece com frequência, e pode atravessar fronteiras, romper limitações de idiomas e religiões e alcançar milhões de pessoas. Aqui queremos falar sobre o conceito phygital destes conteúdos, ou seja, o poder destes conteúdos causarem mudanças e impactos, sejam positivos ou negativos, em nossa vida real, e em nossa sociedade. E como a borboleta nesse caso pode ser um simples post, ou o agrupamento de posts, temos no feed e nos algoritmos o poder de causar esses tufões em nossa sociedade.


Unfollow Geral

A cena é a seguinte: final de domingo chuvoso, nada para assistir na TV ou na Netflix, você saca o seu celular e passa a olhar o feed do seu Facebook – ou do Instagram. Do nada, depois de um ou dois swipes, uma postagem pula na sua tela e você se pergunta  “por que, raios, isso tá aparecendo para mim?”. E até olha de novo, para tentar entender de onde veio tal post para, só assim, se questionar de novo: “peraí, mas quem é essa pessoa que postou?”. Se você já passou por isso, saiba que não está sozinho. Afinal, temos esses canais há tanto tempo, que fica meio difícil controlar tudo e todos que seguimos. E, exatamente porque estamos há muito tempo nesses espaços, fica mais complicado ainda deletar tudo e deixar de lado. Ainda existem amigos e familiares, ou até ex-colegas de trabalho, que usam as redes para se conectar com a gente. Com isso em mente, o desenvolvedor Louis Barclay  criou um plugin chamado Unfollow Everything. A ideia do plugin é simples: você consegue resetar o seu Facebook sem, de fato, sair da rede social. Louis lançou o Unfollow Everything na Chrome Store no meio do ano passado e milhares de pessoas optaram por utilizá-lo. O problema foi que o criador desse plugin acabou tomando um unfollow bem importante: do próprio Facebook, que cancelou a sua conta no começo de outubro, alegando violação de código de conduta. E para piorar, alertou que entraria com um processo contra Louis caso ele insistisse na ideia. Aqui vale lembrar que, em 2009, o Burger King criou uma ação que tinha de certa forma o mesmo objetivo, o Unfollow de Amigos. Chamada de Whopper Sacrifice, a ação trocava o unfollow de 10 amigos por um hambúrguer. Talvez com um dos maiores anunciantes do Face o Zuck não tenha ficado tão chateado assim… 🙂 #ForçaLouis, estamos com você por um Feed mais saudável.


Anti-vício

Se há alguns meses, em nosso artigo Feed-Me, a gente comentou sobre como o Feed estava virando um serviço prestado pelas Big Techs, visto a quantidade de dados que eles captam dos usuários. Temos então que falar do “anti-feed”. Ou seja, das pessoas que estão preferindo personalizar seus serviços “na mão”, sem o uso dos algoritmos de personalização. Para muitos, é uma maneira de diminuir o tempo gasto em tela, com a ideia de matar o tal do FOMO, já que a pessoa deixa de seguir aqueles conhecidos que podem dar essa sensação. A ação do Facebook de deletar a conta de Louis e exigir que ele nunca mais criasse um tipo de ferramenta do tipo acaba por mostrar uma forma meio perversa da rede social de Zuckerberg que, ao mesmo tempo que diz que todos podem usá-la do jeito que quiserem, cria barreiras para as pessoas criarem formas de diminuir o tempo gasto na rede.  “O comportamento do Facebook não é só anti-competitivo, mas é anti-consumidor. Estamos sendo presos na plataforma por causa de sua inegável utilidade e, em seguida, impedidos de fazer escolhas legítimas sobre como usá-la – não apenas por meio da compressão de ferramentas como Unfollow Everything, mas por meio de designs e recursos altamente manipuladores que as plataformas adotam. O perdedor aqui é o usuário, e o custo é contabilizado em bilhões de horas desperdiçadas no Facebook”, escreveu Louis nesse artigo da Slate que recomendamos fortemente. 


A volta dos que não foram

Se você acha que esse movimento vem apenas das redes sociais, saiba que não. E o que mostra para a gente? O “retorno” do Google Reader em forma de uma extensão do Chrome chamada Canary. O Google está testando desde maio deste ano um botão para embedar o RSS do site no resultado da busca. Assim, os usuários podem “assinar” o site e ver as suas atualizações em um único espaço. Sim, como comentamos, isso sempre foi possível usando o RSS, tecnologia que, inclusive, está por detrás dos podcasts (por isso os episódios do MorseCast conseguem estar em todas as plataformas, fica a dica aî), mas esse sempre foi um código meio escondido. Meio fechado para os entendidos do assunto.  Tanto que a própria galera do Google comentou com todas as letras que sabia que a descoberta e a distribuição de novos conteúdos estava em falta na web, e que o RSS nunca chegou ao mainstream. A ideia do Canary é exatamente ter um design mais simples do que as linhas de código do RSS.

Sigam me os bons…

A feature do Google dá poder aos sites até a página dois, isso porque, para acessar as atualizações, os usuários terão que continuar na página do Google. O mundo da mídia sempre foi dividido em três pilares claros de dados: o de pesquisa, dominado pelo Google;  o de comportamento, dominado pelo Facebook e o do transacional, dominado pela Amazon. Sabemos que, com todos os movimentos de Big Techs, está tendo uma dança, ou um verdadeiro Rock n Roll, das cadeiras nesse ambiente, com a Amazon entrando em conteúdo, o Facebook apostando em transacional e devices… Além das novas Big Techs chegando e dançando outras músicas também… Com isso, o conteúdo ganha bastante força. E sabemos que esse é um calcanhar de Aquiles para o Google, já que, com exceção do YouTube (um asterisco aqui para a perda de usuários e criadores da rede de vídeos para o TikTok), o Google nunca conseguiu ter seus pés em criação de conteúdo.

Predict this

Sem a criação de conteúdo, a jornada do usuário do Google fica “apenas” no search e com o mundo preditivo avançando exponencialmente, e com os feeds quase que (ou já literalmente) prevendo (ou direcionando) o que as pessoas precisam, o futuro indica que cada vez menos precisaremos fazer buscas e os conteúdos, produtos e serviços chegarão a nós, quase como um concierge digital. Para o Google, fica o desafio de avançar cada vez mais do “passivo” Search para o ativo Feed, seja de conteúdo ou seja transacional. Para nós enquanto usuários, fica o alerta para desafiarmos sempre, e cada vez mais, o que recebemos em nossos feeds, com objetivo de nos manter como decisores do que queremos consumir. E, para você enquanto empresa, e para sua marca, vale entender que além do SEO (Search Engine Optimization), você precisa agora pensar também no FEO, ou Feed Engine Optimization, para que sua marca possa estar cada vez mais ativa num mundo no qual esperar que alguém busque por você pode lhe deixar como John Travolta no famoso meme que viralizou por aí, e virou uma nova forma de linguagem, como o bater das asas de uma borboleta…

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