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Seu tempo acabou

Como a atenção virou moeda para projetos e negócios

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Atenção é dinheiro 

Passamos anos ouvindo “tempo é dinheiro”, seja nos negócios e em muitos casos, até na vida pessoal. Mas e a nossa atenção? Num mundo rodeado de algoritmo e um fluxo alto de informações instantâneas e digitais, a nossa atenção se divide nesse mar de comunicações. Do outro lado, empresas e pessoas querendo se conectar cada vez mais com a gente e encontrando formas de chamar a nossa atenção, ou em muitos casos usá-la como modelo de negócio. 

Recentemente o TikTok anunciou o TikTok Lite, um novo aplicativo que recompensa os usuários mais ativos com dinheiro. Assim como nos EUA, o número de usuários do TikTok na Europa está crescendo menos. A ideia desse novo app é atrair as pessoas para a plataforma e usar a sua atenção e engajamento como forma de recompensa. Não, ninguém ficará rico com a ferramenta, já que as recompensas para os usuários são limitadas a US$ 1/dia, mas é um novo modelo para o negócio. Com usuários mais engajados, mais marcas terão o interesse em investir nos anúncios na plataforma. 

A lógica do “se você não paga pelo produto, você é o produto” não se aplica apenas as redes sociais, em outros segmentos isso também pode se aplicar, e com impacto social! A FreeWater, por exemplo, é uma startup americana que usa a embalagem de sua água como espaço publicitário e uma parte do investimento é destinado a ONGs. Segundo os empreendedores, as pessoas costumam ficar em média 45 minutos com uma garrafa pequena antes de jogá-la fora. A exposição desta pessoa à propaganda é muito maior do que outros veículos. 

Moeda de troca para o bem 

A Ribon é outro exemplo interessante de como utilizar a nossa atenção como negócio, e para o bem. A statup possui um serviço de assinatura para doações voltado para os jovens da geração Z e millennials. No aplicativo da startup, os usuários recebem uma notícia boa por dia. A cada texto lido, eles recebem uma quantidade de pontos, chamados de ribons, que podem ser usados para fazer doações às causas que os interessem. Há dois modelos de negócio aqui, um modelo gratuito, que é subsidiado por meio de patrocínios de empresas como a marca de roupas Malwee e o aplicativo de meditação Lojong. E o modelo de assinatura direta, que custa 10, 25 ou 50 reais por mês, iniciativa que foi pedida pelos próprios usuários, que queriam colaborar mais. Seja como negócio ou um projeto, a atenção pode ser um elemento chave para modelos que vão além dos algoritmos. 

Automático vs Intencional 

Imagine duas situações distintas. A primeira, você está “rolando o feed” de algum aplicativo ou vendo algo de forma automática, talvez você esteja vendo porque ficou entediado ou porque já virou um hábito constante. Na segunda situação, você entra no aplicativo ou conteúdo sabendo que há um propósito por trás, seja você receber um reconhecimento pela sua atenção, uma gamificação, uma contribuição para um projeto, entre outras opções. A diferença é que há uma intenção ou atenção consciente envolvida nessa segunda situação, portanto, assim como no exemplo da FreeWater ou da Ribon, a atenção passa a ser mais qualitativa nas publicidades e contexto das comunicações. Falamos aqui já no Morse em ‘Tempo vs Atenção’ como o tempo e contexto pode influenciar a nossa atenção, e vice versa. Em ‘Show me the money’ também exploramos as novas alternativas e estratégias de monetização no mundo digital, de assinaturas premium e sem ads até o conceito de in game buy. O ponto aqui é que empreendedores e negócios podem utilizar do dinamismo da atenção atual dos consumidores para criar projetos e campanhas mais intencionais com sua audiência e clientes, seja para engajar, vender ou criar novos modelos de negócios que vão além do algoritmo. 

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