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Scrolling e Dissociação 

Como o fluxo de conteúdo contínuo acelerou o sentimento de dissociação

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Sabe quando estamos rodando o feed das redes sociais sem parar e quando percebemos, estamos completamente desconectados dos nossos pensamentos ou identidade, e simplesmente apenas navegando nas redes? E o pior, nem ao mesmo percebemos o que estamos consumindo ali mesmo no feed… Ou quando estamos em uma reunião e esquecemos como fomos parar ali ou o que iríamos falar. Ou até mesmo quando estamos procurando um filme na Netflix e simplesmente perguntamos alguns minutos depois “O que estou fazendo mesmo?”. Isso são sinais de dissociação, ou seja, um processo mental quando desconectamos dos nossos pensamentos, memórias, sentimentos e até mesmo senso de identidade. E pode se manifestar em diversos momentos e formas, como os exemplos que demos aqui.

A WGSN recentemente destacou que a dissociação foi mapeada como um dos sentimentos-chave para chegar ao mercado de massa em 2025 e que isso trará grandes desafios para o mercado. Isso porque o fluxo altíssimo de conteúdo que vivemos, o “scrolling infinito” das redes sociais e plataformas, e o excesso de informações a cada segundo, vêm intensificando esse processo mental. No último Morse Trends, Viciar é o melhor negócio?, fizemos uma provocação sobre um ponto relacionado a isso, e como até mesmo algumas empresas, e fundos de investimento, já começam a repensar estratégias de monetização baseada em ações que estejam indo nesse sentido. Como as empresas, ao adotar estratégias para nos engajar, acabam não compreendendo os seus limites. O vício nos produtos digitais durante muito tempo foi visto como um “ativo” das empresas, mas hoje os próprios consumidores estão começando a identificar a importância de não cair no “jogo do vício”. E a dissociação na qual estamos falando está sendo percebida pelos usuários que vivem nesse mundo de scrolling viciante.

Mais tempo ou menos tempo? 

Falamos muito que o tempo de atenção do consumidor é um indicador fundamental no “engajamento” com as marcas. Mas será mesmo? Imagine a situação na qual já contextualizamos, um jovem scrollando sem parar as redes sociais, um adulto rodando as notícias em um momento sem foco, ou quando sentamos na TV após o trabalho sem nem notar o que estamos assistindo. Será que as mensagens que são passadas ali estão sendo realmente absorvidas? Se sim, quanto?

Vale mais uma atenção curta, mas em um momento onde o nosso cliente está presente, ou nos dedicarmos profundamente para ter a atenção integral das pessoas por cada vez mais tempo? Neste outro Morse Trends, Tempo vs Atenção, fizemos essa provocação. Será que a busca pela atenção integral das pessoas é o ideal? Ou melhor, será que é necessário e, pensando em negócios, será que vale o investimento?

Pause-se

Mas a dissociação, em primeiro lugar, impacta nós como profissionais. O FOMO (Fear of Missing Out) atrelado às plataformas digitais, ou até mesmo ao mundo que nos envolve, nos guiou a um excesso de consumo de conteúdo que a mente em muitos momentos pede pausa. E a pausa na rotina dinâmica que temos não desce bem… Achamos que não é necessário ou que há mil e uma prioridades na frente. Mas a pausa é o que possibilita equilíbrio, reposição, reconexão com nós mesmos, para que possamos voltar de forma mais presente e ativa nas nossas rotinas de criação, trabalho e consumo. 

Seja com nossos negócios ou na nossa própria rotina, a dissociação é um lembrete de que devemos nos questionar sobre a forma como consumimos, interagimos, criamos experiências e nos dialogamos com os outros. É uma chamada de atenção para um excesso que vem mostrando cada vez mais seu efeito colateral.

E como marca, seja como estratégia de produto ou comunicação, vale parar e pensar sobre onde você está nesse contexto. Sua marca é “apenas” mais uma em meio à algum consumo de conteúdo de uma audiência com características de dissociação? Ou sua marca já começa a entender e agir para se comunicar dentro de uma estratégia de tempo e atenção mais equilibrada. Esta pauta já é importante para o agora, mas será ainda mais para o futuro, pois como a WGSN levantou, este tema deve continuar crescendo até 2025, e quando estourar, vai ser importante saber em qual contexto sua marca pode estar.

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