Rede lança nova feature que a coloca no mesmo patamar de um app de microvídeos
Essa semana, o Pinterest lançou o Idea Pins no Brasil, um serviço de vídeos curtos voltado para os produtores de conteúdo, principalmente aqueles que se voltam para criar inspirações de decoração, design… Funciona assim: o usuário que tiver uma conta “Business” pode produzir um conteúdo em vídeo de até 60 segundos e com edição de vídeos para até 20 páginas, além de contar com ferramentas para edição de som e para fazer a transição das imagens.
Na verdade, esse modelo foi lançado lá fora em setembro do ano passado com o nome de Story Pins, mas no conceito que já conhecemos em redes como o Instagram e a Snapahcat. Ah, e só pra não esquecer, ele também não excluía automaticamente esses stories depois de 24 horas.
Se você chegou até aqui e se perguntou o que mudou de um para outro, é simples: a nova modalidade oferece um conjunto mais amplo de ferramentas de edição do que o que estava disponível anteriormente.
Pelos bons frutos que estão sendo colhidos, o Pinterest quer investir mais. Para o futuro, a empresa já está trabalhando em um banco de dados de música livre de royalties; em uma “páginas de detalhes” onde os visualizadores podem encontrar a lista de ingredientes ou instruções e em opções de exportação que permitirão que as pessoas compartilhem seus Pins na web e nas redes sociais. E, sim, difícil não pensar em, bem, todos os outros aplicativos de microvídeos.
Me dá mais 60 segundos!
Como falar desse cenário todo sem entender os movimentos das outras empresas? Já deu pra perceber um pouco que o que puxou esses movimentos de stories foi o Snapchat, certo? O app que veio em formato story e depois foi implementado pelo Instagram, Facebook e Whatsapp. Inclusive, olha aqui o que aconteceu com o crescimento do Snap depois que o Instagram lançou os Stories.
Agora o hype tá com o TikTok, a gigante chinesa que veio com a ideia de vídeos curtos e com ferramentas de edição de vídeos e posteriormente foi usada na categoria de Reels do Instagram. É recentemente atribuída em uma categoria do Youtube, conhecida como Youtube Shorts. Claro que de uma plataforma para a outra, algumas pequenas coisas variam mas no geral, a ideia aqui é dar aos usuários um espaço de transmitir uma ideia visual com um tempo curto de geralmente até 60 segundos, contando com ferramentas de edição e filtros personalizados. E, se alguns estavam com medo do efeito Story acontecer no TikTok quando o app do Facebook lançou o Reels, bem, aparentemente não foi exatamente o ocorrido. De qualquer forma, o que podemos dizer é que o Pinterest mostra que o formato dos 60 segundos veio para ficar.
E o engajamento?
E por que essa onda toda dos vídeos? “Só” porque o brasileiro gasta mais de 3 horas nas redes sociais e chega a ser um dos países com maior tempo de utilização diária. E boa parte desse tempo gasto na internet vem do boom do consumo por videos, em 2020, segundo a Kantar IBOPE Media, 80% dos brasileiros assistiram vídeos online gratuitos e 72% foram vistos nas redes sociais. A pandemia foi um protagonista nesse cenário e o consumo de streaming se tornou hábito diário para 43% dos brasileiros. Não é de estranhar todas essas redes sociais interessadas em trazer conteúdo por vídeos, ainda mais no formato de curta duração que possuem uma taxa de visualizações maior quando a produção é menor que 1 minuto.
Outro dado que surgiu há alguns meses é que o norte-americano passa mais tempo diário vendo vídeos curtos do TikTok do que assistindo um longa-metragem. Se a gente junta todas essas peças, e liga com a busca incessante dos apps pela atenção dos usuários, consegue-se entender, afinal, a razão do Pinterest ter se dobrado aos videozinhos.