Ghost Interview

O  essencialista

Greg McKeown é autor dos best sellers Essencialismo e Sem Esforço

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Greg McKeown dá palestras no mundo todo sobre a importância de viver e de liderar como um essencialista. Seus livros Essencialismo e Sem Esforço são best-sellers e Greg é destaque em periódicos como The New York Times, Fast Company e Fortune. Ele é colunista na Harvard Business Review e um dos criadores do curso ‘Projetando a Vida Essencialmente’ na unidade de Stanford, onde fez seu MBA. Para falar sobre as estratégias de tornar mais fácil o que é importante e a disciplinada busca por menos, Greg é nosso convidado do Ghost Interview de hoje 🙂 

Pode nos explicar o que significa Ação Sem Esforço?

Você sabia que o fator mais importante para o sucesso no lance livre é a velocidade com que se solta a bola? Aingir a condição cinestésica ideal exige treino e memória muscular. O objetivo é chegar ao ponto em que os movimentos se tornam fluidos, naturais e instintivos. É isso que significa Ação Sem Esforço. Quando passamos de determinado ponto, mais esforço não produz melhor desempenho. Em vez disso, o excesso sabota o resultado. O objetivo é realizar o essencial se esforçando menos, não mais. Alcançar nosso propósito com intenção controlada, sem forçar a barra. É o que significa Ação Sem Esforço.   

Em seu livro ‘Sem esforço’ você aborda sobre a importância de saber a primeira ação mínima viável para a realização de algo. A importância de fato de começar e entender o primeiro passo. Como isso impacta a questão do equilíbrio entre projetos e atividades da rotina?

Você não precisa se sentir sobrecarregado pelos seus projetos essenciais. Concentre-se no primeiro passo óbvio e você evitará gastar energia mental demais pensando no quinto, no sétimo ou no vigésimo terceiro passos. Frequentemente ficamos estagnados porque avaliamos mal qual é o primeiro passo. O que achamos que é o primeiro na verdade são vários. Mas, assim que decompomos esse passo em ações físicas e concretas, aquela primeira ação óbvia começa a parecer sem esforço. 

Um dos pontos que você comenta no seu livro é a importância de se concentrar no que temos e sermos gratos. Pode explicar isso para a gente? Como impacta a produtividade?

Quando você se concentra no que lhe falta, você perde o que tem. Quando você se concentra no que tem, você consegue o que lhe falta. Reclamar é o exemplo supremo de algo que é ‘fácil mas trivial’. Pensamentos tóxicos como esse, por mais triviais que sejam, se acumulam depressa. E quanto mais espaço mental ocupam, mais ficícil retornar a um estado sem esforço. Quando você se concentra em uma razão para ser grato, o efeito é instantâneo. Imediatamente passa do estado de escassez ou de ver o que falta, para o estado de abundância ou de ver o que tem. Você se lembra de todos os recursos, todos os ativos, todas as habilidades que possui à sua disposiçãoe pode usá-los para fazer com mais facilidade o que é essencial.  

Você fala muito sobre os “contras” do conceito atual de sucesso, que ele faz você acreditar que pode fazer mais e mais. E isso impacta completamente o essencialismo e produtividade. Como você vê isso?

Sim, e é uma arrogância nascida do sucesso. Foi Jim Collins quem colocou dessa forma. Uma arrogância nascida do sucesso… Podemos apenas começar a pensar: eu posso, eu sou capaz… E isso pode se tornar uma maldição de capacidade. E nos tornamos vítimas do nosso sucesso. Sim, o sucesso pode se tornar um catalisador para o fracasso. A menos que aprendamos o antídoto para o problema. Portanto, se o problema é a busca indisciplinada por mais, o antídoto é a busca disciplinada por menos, mas melhor. E é exatamente disso que trata os meus livros. 

Mas como atingir essa fluidez nas nossas escolhas?

Somos levador a crer que, para ter um sucesso extraordiário, temos que fazer as coisas que são difíceis e complicadas. Mas, em vez disso, devemos procurar oportunidades que sejam altamente valiosas e também simples e fáceis. Reid Hoffman, um dos fundadores do Linkedin, declarou “Aprendi que parte importante da estratégia de negócios é resolver o problema mais simples, mais fácil e mais valioso”. 

Se você diz sim para alguma coisa, ao mesmo tempo está dizendo não para outra coisa?

Certo. É preciso olhar para as diferentes coisas e decidir quais coisas fazer e quais coisas não fazer. E a palavra “decidir”, a raiz latina da palavra “decidir”, significa “cortar ou matar”. E é isso que queremos dizer quando tomamos uma decisão. É o que fazemos… O que vamos eliminar? O que não faremos para permitir que a contribuição mais significativa que possamos fazer venha à tona? Que aspiração anterior que não nos serve mais estamos dispostos a abrir mão?

Qual é uma boa dica que você pode compartilhar para nos ajudar com nossos “checklists diários”?

Uma dica é ser claro sobre a aparência de “feito por dia”. A maioria de nós tem listas de tarefas assustadoramente longas que nos enchem de pavor com apenas um olhar. Eu sugiro que reservemos um momento para descobrir qual das tarefas nos deixará satisfeitos até o final daquele dia e focar apenas nelas.

Uma reflexão para marcar a nossa troca e inspirar nossos leitores:

É uma ilusão coletiva achar que o excesso de trabalho e o esgotamento são o preço que precisamos pagar para sermos bem-sucedidos. É claro que há caminhos difíceis para o sucesso, mas histórias heróicas criaram a falsa impressão de que empurrar a pedro morro acima é o único caminho para o sucesso. Warren Buffet já dizia “Não quero pular barras com 3 metros de altura; procuro as de 30 centímetros, sobre as quais eu possa dar um passo.” 

Em seu livro Essencialismo, você dá um ótimo exemplo de essencialista: alguém que estava prestes a se aposentar de uma empresa, mas decidiu mudar de função. Você pode nos contar um pouco mais sobre esse exemplo para ilustrar como o essencialismo realmente funciona?

Este indivíduo esteve focado ao mesmo tempo e navegou em todas as diferentes solicitações que ele estava tendo para eliminar os não essenciais, para que eles pudessem realmente executar um projeto que ele achava que poderia realmente fazer uma enorme diferença, pessoalmente e também no organização em que ele estava. E ele foi bem sucedido nisso. Por ter feito sucesso, houve um aumento de opções e oportunidades. E a forma que tomou é que a empresa da qual ele fazia parte foi comprada por uma firma maior e, ao que parece, mais burocrática.

Então ele entra no novo ambiente e tenta dizer sim a tudo e a todos sem pensar muito nisso, porque quer ser um bom jogador de equipe no novo ambiente. E no processo de aplicação dessa nova abordagem, seu sucesso parece atrapalhar seu sucesso. A qualidade deste trabalho está diminuindo e o estresse que ele está experimentando está aumentando.

Então o que ele pode fazer? No final, ele decide não se aposentar. Isso foi uma válvula de escape. Essa foi uma maneira de fazer toda a loucura parar. Mas ele fica e começa a ser mais seletivo, mais pensativo sobre como utilizar seu tempo e energia. E como ele é mais seletivo, ele descobre que consegue criar mais espaço neste calendário para descobrir o que é mais essencial para descobrir o projeto certo – se ele começar a trabalhar apenas nas poucas coisas certas.

E assim, no final daquele ano, sua avaliação de desempenho aumentou. Ele termina aquele ano com um dos maiores bônus de toda a sua carreira. E também em sua própria vida, ele disse: “recuperei minha vida”, porque aplicou o essencialismo não apenas às suas atividades profissionais, mas como uma ideia, uma abordagem filosófica para a totalidade de sua vida. E assim, ele disse, “eu pude ir à academia todas as noites novamente. E pude jantar com minha esposa ininterruptamente.”

E assim ele descobriu que, ao fazer algumas coisas melhor, era capaz de produzir resultados extraordinários pessoal e profissionalmente. E essa é realmente a proposição de valor do essencialismo.

Fontes: Livro Essencialismo, Livro Sem Esforço, Productive Mag, Mindtools

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