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Negócios de Impacto e ‘Filantech’

Os modelos de negócios que unem a lógica de mercado com impacto socioambiental

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Estamos vendo cada vez mais empresas e empreendedores buscarem agregar a seus negócios, modelos de negócio de impacto socioambiental tendo em vista não só a solução estruturada de problemas complexos globais e do país, mas também a valorização das novas gerações aos propósitos das marcas. Mas como funcionam estes modelos e formatos? 

No universo do empreendedorismo e startups, vemos constantemente as empresas “tech”. Fintechs, Martechs, Healthtechs, Edutechs….Mas você já ouviu falar no termo Filantech? Nesta semana no MorseCast conversamos com Alexandre Vasserman, CEO da Infineat, a primeira Filantech do Brasil, mistura de filantropia com tecnologia. A empresa enfrenta um dos maiores problemas sociais do país, a fome, e ajuda mitigar também um problema ambiental. A empresa conecta empresas que estariam prestes a descartar volumes consideráveis de alimentos com instituições que os recebem e os distribuem a milhares de famílias em situação vulnerável. Desde janeiro de 2021, ela já salvou 840 toneladas de alimentos e complementou 1,5 milhão de refeições. Se toda essa comida fosse comprada no mercado, seriam necessários quase R$ 8 milhões – o número é calculado pela Infineat em parceria com a InfoPrice. Os doadores, por sua vez, economizaram R$ 600 mil que seriam gastos com o descarte – valor mapeado com 15 gestores de resíduos. 

A grande provocação que a Infineat traz é: Como podemos construir soluções para o terceiro setor da mesma forma como a gente constrói qualquer outro negócio para resolver dores do mercado? 

Invertendo a lógica

Assim como a fome no país, existem diversos outros problemas complexos e grandes, sejam sociais ou ambientais, que são carentes de soluções estruturadas. No mundo do empreendedorismo, trazemos provocações de resolver a “dor” do mercado de forma estruturada, com tecnologia e inovação, construindo modelos de negócio bem pensados e de forma estratégia, por que não trazer esta mesma lógica para a filantropia?

Existem milhares de ONGs e trabalhos incríveis de iniciativas que olham para o problema e criam soluções e impacto, mas pela própria estrutura na qual foram constituídas, muitas vezes é difícil mudar e migrarem para modelos mais estruturados, onde é possível “andar com as suas próprias pernas”. 

Alinhando filantropia estratégica com tecnologia bem pensada e escalável, é possível trazer um novo olhar para o terceiro setor, que é quem tem o contato em maior vulnerabilidade no país. Basicamente, é inserindo um problema do mundo real dentro de uma lógica econômica, onde cria-se soluções inovadores, tecnológicas e de negócio como forma de resolver a dor real, deixando de lado atuações paleativas. 

Negócios de Impacto 

Um outro conceito e modelo que permeia o impacto socioambiental com uma visão de modelo de negócio e econômica são os chamados ‘Negócios de Impacto’. Basicamente é um tipo de negócio que nasce do desejo de protagonizar soluções para os grandes desafios sociais e ambientais – e também do desejo de oferecer essas soluções de uma forma escalável financeiramente sustentável, por meio da oferta de produtos e serviços, sem depender de doações. Atuam de acordo com a lógica de mercado, com um modelo de negócio que busca retornos financeiros, e se comprometem a medir o impacto que geram. Inclusive, o ecossistema de negócios de impacto é chamado de “setor 2.5”. Trata-se de uma referência à união entre características do segundo setor, de empresas privadas e marcado pelo foco em gerar lucro, e do terceiro setor, de organizações sem fins lucrativos e marcado pelo foco em gerar impacto socioambiental positivo. 

A Sitawi, por exemplo,  é uma empresa que atua com a Gestão de Filantropia e de Fundos Patrimoniais, além de desenvolver mecanismos financeiros para conservar a biodiversidade e enfrentar os desafios climáticos no país. Outro exemplo de negócio de impacto é a 4you2, startup de impacto social, voltada para o ensino de inglês, que tem como um dos seus pilares a ideia de que todos merecem e devem ter acesso ao inglês com qualidade a um custo acessível. Para pessoas que moram em regiões menos favorecidas, estudar um idioma pode parecer uma realidade distante e inacessível. É justamente para este público que a 4you2 tem focado a sua metodologia de ensino complementar da língua inglesa. 

Através do intraempreendedorismo, é também possível criar soluções e negócios visando o impacto socioambiental. No mercado que você atua hoje, há algum problema socioambiental no qual sua empresa pode criar soluções estruturadas para atender esta dor? Seja você dono de uma empresa, empreendedor ou entusiasta na temática, inverta a lógica e a forma como você olha para problemas socioambientais, complexos, que muitas vezes assustam. Como podemos olhar para estes problemas com uma perspectiva econômica e de inovação, que poderá gerar muito impacto e solução?

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