Ghost Interview
GHOST INTERVIEW #2 | Jimmy Iovine

A posição da tecnologia da nossa vida, para mim, é como a da medicina. É como ciência: para consertar um problema. A indústria fonográfica não sabe para onde a tecnologia vai. No passado, a tecnologia os ajudou. O álbum mudou a maneira de se fazer negócio; o cassete, o cartucho, tudo isso ajudou a indústria; o CD fez o business explodir, qual foi a próxima tecnologia? MP3, mas ela cortou a receita pela metade. Então isso pode acontecer a qualquer momento. Todo mundo tem que se adaptar rápido para entender qual o nosso papel nessa mudança.
(Entrevista dada à revista Billboard em novembro de 2017)

O fato é que o streaming grátis de música é tão tecnicamente bom e onipresente que atrasa o crescimento do streaming pago. Duas coisas vão ter que acontecer: ou o streaming de graça se torna mais difícil ou restrito, ou os serviços pagos devem melhorar.Você precisa colocar tudo em prática para fazer que a experiência dos assinantes seja especial. E para que músicos se sintam encorajados a se promover.Nós vemos o Apple Music como uma plataforma cultural, e a música está se tornando cada vez mais sobre storytelling. Vou colocar dessa forma: as pessoas que pagam pela assinatura devem, sim, ter vantagens. As gravadoras devem isso aos seus usuários. Se eles querem que os clientes sejam fiéis por muito tempo, as marcas têm que saber que devem experiência ao usuário. E o mais importante para as gravadoras e marcas fonográficas é fazer com que os serviços pagos sejam atraentes e divertidos. E que não façam os serviços de graça tão bons quanto os serviços pagos. Isso não é óbvio?
(Entrevista na Music Business, de maio de 2017)
Eu não acho que os serviços de streaming já estejam bons o bastante. É só olhar o catálogo: é uma questão de tempo até as músicas dos anos 50 virarem as dos anos 60 e a dos anos 50 virarem a dos anos 40. As pessoas que estão escutando as músicas dos anos 60 vão morrer, eu sou uma delas. A vida continua. Então você tem que ajudar os artistas a criarem novas músicas que eles nunca conseguiriam criar sozinhos. É mais a ideia de construir um ambiente onde eles podem ter liberdade de criação.
(Entrevista dada à Billboard, em novembro de 2017)
Eu vejo um grande paralelo entre os serviços de streaming de música e os de vídeo/TV.Para ganhar escala, as empresas precisam refletir o que está acontecendo em lugares como Netflix. Agora, o streaming de música é muito mais uma utilidade. Se um deles reduzir o preço, o resto está ferrado, porque não há uma oferta única. O Netflix tem toneladas de catálogo original, 6 bilhões de dólares de conteúdo original lançado todo ano. Isso é gera valor. Todos os streamings de música têm, exatamente, o mesmo catálogo e as mesmas músicas. Mas não é inteligente e o futuro mostrará que não haverá sucesso. A não ser que os serviços de streaming se tornem plataformas e apresentem algo de único, eles não vão ganhar em escala.
(Entrevista para a Radio Times, de março de 2018)
O que eu aprendi [com os grandes músicos] foi fazer do medo um vento de cauda, não um vento contrário. Você tem que fazer o medo te puxar para frente e estar disposto a falhar. Os grandes falharam. Bruce Springsteen tem tanto medo quanto todos nós, mas ele sabe como conquistá-lo. Se você é incrível, isso significa que você tem medo que no próximo dia não seja. Mas você continua tentando e nunca está satisfeito.(Entrevista dada para a Esquire, em junho de 2017) Gostou? Compartilhe.
Let’s get high

A história continua no Netflix: The Defiant Ones conta em detalhes a história de Jimmy, Dr. Dre e da Beats até a venda bilionária da empresa para a Apple.