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Arroz com feijão do Big Data!

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Em menos de dois anos, os aplicativos de delivery mudaram o jeito das nossas cidades – e o nosso jeito de usar o smartphone. Sério, um levantamento feito pelo Mobile Time mostrou que 8% dos brasileiros têm o iFood na sua tela principal – porcentagem parecida com a quantidade de orçamento mensal que o brasileiro reserva para apps de delivery, inclusive.

Como isso está chegando nos restaurantes?! Nessa semana, muito se falou sobre uma reportagem da BBC que contou o que os apps têm feito a estabelecimentos menores. Estamos aqui para mostrar o outro lado, afinal, assim como a Amazon não acabou com as lojas físicas, os apps de delivery não vão acabar com os restaurantes. Tais espaços só terão que passar por uma pequena transformação, que passa diretamente pelos dados.

Você tem fome de quê?

Apenas fazer uma boa comida – ou lanche – já não é o bastante para restaurantes, mesmo para os menores. Entender o cliente é essencial e isso, hoje em dia, pode ser feito a partir da análise de dados! Não é à toa que o McDonald’s gastou alguns milhões de dólares exatamente numa empresa de analytics, não é mesmo?! “Restaurantes são mini-indústrias. É como criar um carro ‘on demand’ a cada 20 minutos”, afirma Ming-Tai Huh, diretor da Toast. Para que isso funcione, informações são necessárias.

Quantos graus?

Há um ano, a gente comentou de como o Uber Eats tem feito parceria com restaurantes menores nos Estados Unidos, indicando quais tendências de pratos que fariam sucesso nas cidades e bairros. Mas não são só eles os grandes hubs de dados para restaurantes, um exemplo? O Piper’s Café, um pequeno café vegano do Kentucky! A solução deles foi tão inteligente que temos que contar aqui: junto dos números de venda dos dias, eles começaram a colocar as estatísticas de clima e temperatura da cidade. Com isso, eles perceberam que fazia sentido entrar de vez nos hubs de previsão de tempo e, de fato, enriquecer as informações que tinham do orçamento. “Descobrimos, por exemplo, que as vendas caíam quando a temperatura mudava rapidamente de um dia para outro – seja essa mudança de frio para o calor ou vice-versa. Isso nos surpreendeu muito”, afirmou um dos gerentes do café. Segundo ele, agora eles estão fazendo uma análise preditiva de estoque com relação ao clima. “Isso é muito diferente do nosso approach 1 a 1 [com o cliente]”.

PF digital

É uma mudança de chave para quem estava pensando na eficiência de uma cozinha ou de horários de pico, começar a pensar em dados de fora de seu restaurante, olhar para a cidade inteira, para espaços de tempo diferente, bem como para tipos de comida que cada usuário prefere O que nos leva de volta aos apps de delivery, que viram nos dados uma oportunidade de mercado. O iFood, por exemplo, lançou o Loop em parceria com alguns restaurantes, exatamente ao observar uma alta de procura em almoços mais baratos. Isso sem contar em como os dados estão na raiz das “dark kitchens”, as cozinhas escuras – nada mais do que restaurantes virtuais.

O mercado do Supermercado

Para vocês terem uma ideia, o setor de entrega em restaurantes e bares deve faturar R$ 18 bilhões em 2020, depois de chegar a R$ 15 bilhões no ano passado. Antes de temer, os estabelecimentos devem olhar para outros que já passaram por isso: os mercados. De acordo com a Associação Paulista de Supermercados, as parcerias com apps já respondem a 10% das receitas de mercados por aqui. A saída desses comércios é também usar os dados para entender quais produtos devem ter em estoque, quando e para que tipo de público. O Carrefour, por exemplo, passou a ter mais geladeiras nas lojas Express ao perceber o aumento da demanda no delivery por bebidas geladas. Isso sem contar nos esforços de fidelizar clientes – mesmo os de apps. Ou seja: há caminho!

Nova lei vindo…

Nesse mercado, apenas as cozinhas podem ser “dark”. Para que o equilíbrio chegue a esse ecossistema de restaurantes e aplicativos de delivery, é preciso achar um meio termo. A questão é que, com a rapidez que o mundo digital se movimenta, às vezes fica difícil achar onde, afinal, fica esse “meio do caminho”. Com isso em mente, uma deputada da Califórnia (ou o mais parecido com que se existe com deputado nos Estados Unidos) apresentou a proposta de uma lei para que apps de entregade comida consigam competir de maneira saudável com outros serviços. Como parte dessa legislação, há a exigência de que apps compartilhem dados com os restaurantes!

The power is on the table

A gente só vai deixar essa pergunta aqui: se os dados chegarem, o que os restaurantes farão com eles? E aí, bora começar a fazer o arroz com feijão na análise de dados do seu negócio?

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