Trends
Porque inventar se você pode inovar no Porquê?
Cases como do TikTok em OOH mostram como é mais simples inovar dentro do seu porquê
Se você tivesse que isolar algo da sua empresa, um produto, um serviço, uma tecnologia ou mesmo uma metodologia, que representasse sua missão, seus valores, e tivesse a autoridade, a relevância e a essência de seu negócio, o que seria? Agora, com isso em mente, tente abstrair um pouco do dia-a-dia da sua empresa e pense: você teria como aplicar esse “algo” de alguma forma diferente para que ele se torne um novo produto ou serviço com uma nova linha de receita?
Nossa reflexão do Morse Trends de hoje vem apimentada por uma notícia que demos no Morse News desta semana sobre o novo projeto do TikTok que pretende levar esse seu “algo” diferente para além do seu App, e até mesmo dos smartphones, com o “Out of Phone”.
Saindo da sua “casinha”, ou do seu Appzinho…
Isso mesmo, o TikTok, uma das maiores redes sociais (ou plataforma de entretenimento), com grande destaque para seu serviço de publicidade digital, de repente resolve migrar para o mundo físico… O projeto “Out of Phone” levará as campanhas publicitárias existentes no TikTok para mídia out-of-home como outdoors, telas de cinema e outras telas em locais como bares, restaurantes, aeroportos, postos de gasolina e lojas de varejo. A nova solução permitirá aos anunciantes ampliarem as suas campanhas para novos momentos da jornada de seu público e também para um novo target, muito mais vasto, porém com a mesma mecânica e modo de ser que o App criou e se tornou referência.
E o TikTokk sabe do potencial de unir o físico e o digital desde antes deste novo projeto, e vem ativando ações físicas em lojas destacando produtos que viralizaram em sua plataforma, como este exemplo aqui com “Este produto é uma tendência no TikTok”.
Mas o TikTok não foi o único a sair da caixinha de “onde meu produto está” levando seu algo diferente para além do “arroz com feijão”, várias grandes marcas entendem essa visão, como Spotify e até a própria Netflix que chegou a ativar conteúdos nos cinemas.
Aqui no Brasil também temos exemplos e um deles é o da Hands, uma adtech que, em 2020, em parceria com a empresa de mídia out-of-home Clear Channel, lançou o Smart Audience. O projeto de certa forma até se assemelha ao do TikTok, pois leva uma tecnologia do mundo mobile pro universo de OOH porém, ao invés de levar o conteúdo, o projeto tem como objetivo levar a possibilidade de segmentação. Com o cruzamento das tecnologias, os anunciantes podem comprar slots de mídia OOH segmentando os locais, dias da semana e até hora do dia, com base no perfil das pessoas que passam pelos locais, e isso sendo feito através dos dados de audiência utilizados pela Hands em suas campanhas de mídia mobile, e agora com foco em novas telas, no que foi chamado de OOH Mobile Solutions.
O que está por trás dessa visão, e oportunidade, é ir além da oferta atual de seu produto ou serviço, entendendo a essência, missão e autoridade de uma empresa e analisando “fora da caixa” quais novos horizontes podem ser explorados.
Golden Circle: Voltando ao porquê
Em um TED Talk em 2009, Simon Sinek popularizou seu conceito de Golden Circle (se você ainda não conhece, assista), que traz uma visão precisa do propósito de uma empresa antes mesmo de abordar o que ela oferece. De acordo com o conceito, as empresas eficazes e inspiradoras operam de dentro para fora deste círculo, começando pela pergunta do “Porquê?”, seguida pelo “Como?” e, por fim, do “O quê?” uma empresa faz. Essa abordagem incentiva as empresas a se concentrarem na sua missão e propósito central antes de se preocuparem com os métodos específicos ou os produtos que oferecem.
Pegando o conceito de Golden Circle, fica mais fácil entender o movimento do TikTok migrando para OOH. Se fossemos olhar taticamente o “O que” a empresa faz, poderíamos nos fixar no produto que conhecemos, um App de vídeos curtos, mas quando olhamos o “Porquê?”, que está atrelado à entreter as pessoas durante a jornada do seu dia, fica até óbvio imaginar os conteúdos engraçados e divertidos que outrora estavam apenas no seu celular aparecendo nas demais telas ao seu redor. O mesmo acontece no projeto da Hands com com OOH, pois ao entender que o “Porquê” da empresa, pautado no data driven mobile experience, é utilizar a inteligência de dados dos smartphones para criar melhores experiências entre marcas e consumidores, levar essa assertividade de comunicação para OOH se encaixa facilmente como um novo “O que”.
Girando o círculo
No fluxo automático dos negócios, muitas vezes o “Porquê” do Golden Circle pode ser muito bem adotado no início mas se perder facilmente com a rotina e crescimento da empresa.
Volta e meia ouvimos histórias de empreendedores que no começo, por muitas vezes não terem a tecnologia ou produto pronto, tinham que fazer “na mão” mesmo, o atendimento físico, ajudar o cliente presencialmente, entre outros exemplos. No fim, todas aquelas ações faziam parte de uma essência e “porquê” que no fim envolvia a resolução de uma dor, geração de impacto e resultado, e direcionava a criação do produto ou serviço.
O livro ‘Essencialismo’ de Greg McKeown faz uma provocação na forma como vemos o mundo à nossa volta e tem grande relação com o “porquê”, a essência, e a verdadeira missão por trás de um negócio. Na rotina intensa e cheia de influências, ao invés de nos questionarmos “Do que tenho que abrir mão?”, precisamos nos questionar “Em que quero investir tudo?
Pense na empresa em que você atua, você saberia dizer qual é a essência do negócio e como ela poderia caminhar e se adaptar a novos horizontes? Será que isso está claro para toda a empresa? Será que aonde estão investindo para inovação se encaixa nessa essência? Sem essa clareza, a inovação na sua empresa pode estar percorrendo um caminho muito mais difícil, caro e arriscado, se afastando do seu “Porquê”, sem parar para pensar que na verdade teriam caminhos mais simples, rápidos, menos custosos e arriscados, explorando novos “O que” dentro do seu “Porquê”.
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