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Ghost Interview

Uma das dez mulheres mais influentes

Corie Barry, a mulher CEO mais nova na Fortune 500

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Corie Barry, a primeira mulher CEO da gigante de tecnologia Best Buy, foi escolhida para suceder a Hubert Joly em 2019, após mais de 20 anos na empresa. Em um mundo em constante mudança, é cada vez mais comum ver mulheres assumindo cargos de comando dentro de grandes empresas, mas isso não significa que seu caminho seja fácil. Com essa nomeação, ela também se tornou a oitava CEO a trabalhar em uma empresa da Fortune 100. Além disso, ela é uma das líderes mais jovens a aparecer na lista da Fortune 500. Sob a liderança de Corie, a Best Buy está se tornando um dos melhores lugares para se trabalhar na América, dobrando seus principais eventos de relacionamento com clientes para 50 milhões e buscando aumentar a receita anual para US$ 50 bilhões até o ano fiscal de 2025. Devido à crise provocada pela Covid-19, a Best buy passou por dificuldades, tendo que manter apenas vendas online, porém, Corie conseguiu manter a loja como fornecedora líder de produtos e serviços de tecnologia de consumo, com aproximadamente 125.000 funcionários na América do Norte e quase US$ 44 bilhões em receita anual. E para falar sobre o assunto, trouxemos Corie para o Ghost Interview de hoje! 🙂

O que a Best Buy teve que fazer para acompanhar as mudanças do mercado recentemente?

“Na verdade, enfatizamos o nosso propósito e apenas dissemos: ‘Este é o nosso momento de tentar ajudar as pessoas genuinamente a viver uma vida melhor através da tecnologia e vamos encontrar as maneiras mais criativas de fazê-lo’. Mudamos de uma situação duo-channel, física e digital, para uma miríade de pontos de contato que precisam ser devidamente atendidos para proporcionar experiências consistentes para nossos clientes. E é preciso estar preparado para se adaptar para atender expectativas que mudam o tempo todo. Acho que esse será o objetivo do futuro: experiências sem atritos onde o cliente se sente no controle.”

(Entrevista The Business Journal – Dezembro 2021)
(Entrevista Fast Company – Janeiro 2022)

Como que a relação com a tecnologia mudou?

“Acreditamos que o futuro, a forma como vivemos em quase todos os aspectos, será vivido por meio da tecnologia. … Não se trata mais apenas de um desejo, trata-se de uma necessidade e de um modo de vida que fundamentalmente mudou mais rápido do que imaginávamos nos últimos dois anos. Minha esperança é que haja uma definição totalmente diferente de flexibilidade em como trabalhamos e como vivemos nossas vidas pessoais”

(Entrevista Mad Money – Maio 2022)
(Entrevista The Business Journal – Dezembro 2021)

Quais são as novas tendências para o futuro do varejo?

“Há uma nova preocupação com a segurança, tanto por parte dos clientes como funcionários, o conceito será definido por cada pessoa individualmente. É pessoal, e as empresas terão de ser flexíveis e se adaptar. O conceito de conveniência também ganhou novas nuances, se aprofundou e, mais uma vez, é muito pessoal. Para cada pessoa, representa algo diferente. Hoje 40% das pessoas que fazem compras online preferem usar o serviço de pick up e retirar nas lojas. A ideia de conforto digital se expandiu. Muitas pessoas passaram a usar recursos digitais durante a pandemia e tanto entre os novos usuários quanto os que sempre usaram, a expectativa é alta, por uma experiência maravilhosa. Além disso, os funcionários passaram a ditar as regras, e esperam mais atrativos para se desenvolverem na empresa, como planos de carreira e transparência. A última tendência são os dados. Há muitos dados sendo coletados, há muitos dados disponíveis para inspirar e embasar e aprimorar experiências. Este é o desafio: transformá-los em melhores experiências para os consumidores, sempre.”

(Entrevista Fast Company – Janeiro 2022)

Como a Best Buy conseguiu passar pelos tempos de crise em relação à economia e à cadeia de suprimentos?

“Acho que uma das coisas mais importantes na Best Buy é que estamos navegando isso há quase 20 meses. Os eletrônicos de consumo foram uma das primeiras categorias a realmente estourar, e isso significou que a demanda disparou globalmente e algumas das fábricas foram fechadas por causa de problemas de covid. Portanto, nossas equipes têm trabalhado muito, com nossos parceiros fornecedores, durante todo esse tempo, tentando trazer produtos. O que isso significa é que estamos planejando com bastante antecedência para épocas como as férias. E estávamos realmente em um lugar muito bom com nosso inventário. Estamos entrando no feriado com 20% a mais de estoque do que tínhamos há dois anos e 50% a mais do que no ano passado. E assim aqueles com escala, aqueles com especialidade e aqueles que realmente diversificaram suas cadeias de suprimentos estarão em uma posição melhor, mesmo em meio à crise.”

(Entrevista Today – Outubro 2021)

Como vocês navegaram a onde de demissões e falta de funcionários?

“Curiosamente, estamos em uma situação muito boa com nossos funcionários. E acho que para nós, uma das coisas mágicas que aconteceram nos últimos 20 meses é que liberamos a engenhosidade de nossos funcionários. Em alguns casos, eles estão fazendo trabalhos diferentes, trabalhando em call centers ou chats se estiverem nervosos por estarem presentes na loja. Investimos em salários. Há mais de um ano aumentamos nosso salário mínimo para 15 dólares a hora, fomos um dos primeiros a fazer isso. Mas não se trata de salários, acho que se trata de se sentir um funcionário valorizado. Nosso volume de negócios está realmente baixo em comparação com dois anos atrás, pré-pandemia. Então o que você tem que pensar é qual é o bem-estar, qual é o cuidado com seus funcionários”

(Entrevista Today – Outubro 2021)

Como você se sente sendo a primeira mulher CEO da empresa e a mais jovem CEO mulher no fortune 100 e qual é o seu diferencial?

“Carrego muita responsabilidade nessa função, e adoro poder dar o exemplo como mulher ou como alguém que talvez seja mais jovem do que o CEO médio. Mas essa não é a prioridade. A prioridade é ser o melhor CEO possível para esta empresa incrível. Acredito genuinamente que somos tão fortes quanto nosso pessoal e uma força de trabalho engajada é o ativo mais poderoso que temos. Tudo o que posso fazer para investir em nosso pessoal, para garantir que eles sintam que têm uma carreira, para garantir que sintam que estão fazendo algo significativo e genuíno, isso para mim cria mais impulso do que qualquer outra ideia estratégica que eu possa pensar. Outra coisa que é muito importante para mim é constantemente experimentar novas ideias. Saúde e nossa inserção no setor de atenção à saúde da terceira idade é um exemplo dessa inovação. Acredito que será uma das maiores evoluções em tecnologia.”

(Entrevista Kare 11 – Junho 2019)

Sobre sua inserção no mercado de saúde, o que desencadeou essa etapa e você não está preocupado com a concorrência?

“Todo mundo está tentando entrar na saúde, todos os dias há um novo lançamento sobre saúde. Gastamos muito tempo analisando tanto o mercado em que atuamos quanto a dinâmica do consumidor do produto. Nosso propósito como empresa é enriquecer a vida das pessoas com a ajuda da tecnologia. Fundamentalmente, acreditamos que podemos ajudar os idosos a envelhecer em suas casas por mais tempo com a ajuda da tecnologia. Com a tecnologia dentro de casa, o cuidador pode ter uma noção melhor do que está acontecendo, se acontece uma emergência médica, se precisa de ajuda, etc. A tecnologia no mundo está mudando tão rapidamente, e a ideia de que nossa saúde vai ser interrompida de uma forma positiva é muito real. Achamos que deveria haver um foco no envelhecimento da população, que é uma população que vai crescer 50% em 20 anos.”

(Entrevista Fortune – Outubro 2019)

Você transformou a Best Buy depois de um tempo difícil. Qual foi a sua percepção da crise e o que a fez trabalhar para dar a volta por cima?

“2012 foi um período difícil para a Best Buy. Chegamos ao trabalho um dia e recebemos o e-mail que dizia “seu CEO está saindo”. O preço das ações caiu e não tivemos um CEO substituto imediatamente. É difícil quando você está em uma empresa que sente que pode fazer tantas coisas incríveis pelas pessoas e, ao mesmo tempo, cometeu tantos erros. No seguimento de 2012 entrou Hubert Joly, que não tinha experiência no varejo. Os preços das ações caíram mais de 20% quando ele chegou, mas, literalmente, em cerca de um mês e 15 reuniões eu pensei “bem, agora, aqui está uma lufada de ar fresco”. Trabalhávamos um trimestre após o outro, éramos grandes na relação dizer-fazer. Nós conversávamos sobre o que queríamos realizar, iríamos progredir e então atualizaríamos as pessoas sobre isso. Durante esse período, as pessoas questionavam minha escolha de continuar trabalhando para a Best Buy, os clientes não compravam garantia porque achavam que não seríamos negócios. Falamos muito sobre propósito na Best Buy, não apenas o propósito da empresa, mas também nosso propósito como líderes. E meu propósito é de serviço, acredito muito em deixar a empresa melhor, minha família melhor, a comunidade melhor porque eu estava lá. Todos os dias eu sento no meu carro e tento pensar porque a Best Buy foi melhor hoje. Se o seu propósito é serviço, sair quando as coisas estão ruins é um crime supremo, para mim parecia que eu estava fugindo de algo que eu deveria estar lá para consertar.”

(Entrevista Fortune – Outubro 2019)

Houve um tempo em que você foi avaliada como um risco para a empresa. Como você lidou com isso e o que você recomenda que as pessoas façam para ter o progresso que você teve?

“Acho que em qualquer momento como esse há uma resposta de luta ou fuga. Você pode decidir que vai fugir disso, o que às vezes pode sair porque você não está reconhecendo o problema, ou pode decidir que em algum lugar existe a verdade é que há coisas nas quais você precisa trabalhar. Resolvi reconhecer. Eu me apertei e disse ‘Quais são esses atributos que podem estar me levando a ser visto como um risco e como eu me esforço proativamente contra isso e tento sair do outro lado como um líder melhor?’. E, finalmente, na próxima avaliação de liderança, trouxe meus próprios planos de desenvolvimento e disse: ‘Ouvi você, aqui estão todas as coisas em que estou trabalhando e aqui é onde fiz progressos’.”

(Entrevista Fortune – Outubro 2019)

O que torna um profissional pronto para ser CEO como você?

“Eu nunca me deixei ser colocada em uma caixa. Não sou apenas uma pessoa de finanças, não sou apenas uma pessoa de operações, não sou apenas uma pessoa de estratégia, acho que é importante que você se sinta desconfortável. Eu vim para a Best Buy em 1999 e meu caminho aqui não foi nada linear. Eu fiz todos os tipos de funções financeiras, funções operacionais, funções estratégicas e basicamente tudo o que pude em toda a organização. Eu tendo a amar os trabalhos que ninguém mais quer. Eu gosto de trabalhos que são arriscados, às vezes indefinidos, talvez em uma área que está realmente quebrada e precisa ser consertada. Eu gravito em direção às coisas que acho que posso melhorar no final. Para mim, nunca houve um momento distinto em que percebi que queria ser CEO, não era sobre o título para mim. Acho que quando as pessoas pensam em CEOs pensam que, de alguma forma, todos marcharam de função em função e tudo saiu do jeito que eles queriam e é uma linha reta. Isso não poderia estar mais longe da verdade. Acredito na amplitude da experiência e em assumir riscos, e acho que na minha carreira isso tem me ajudado a me desafiar, aprender e aumentar meus limites, mas também me preparar para o papel.”

(Entrevista Fortune Magazine – Setembro 2019)

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