O Brasil fechou 2020 com US$ 3,5 bilhões captados por startups, um recorde! Enquanto isso, 73,2% das startups brasileiras nunca receberam investimento para operar. Literalmente, para quem empreende, as rodadas de milhões de reais são assunto de sites e newsletters de notícias sobre inovação e não necessariamente um extrato de conta bancária. Mas, e se a gente falar que a inovação nas ferramentas de financiamento pode, de fato, mudar o ponteiro para os 70% que não tiveram acesso a investimento? Ou mesmo para os que já tiveram, mas podem encontrar nestes novos modelos uma forma alternativa de financiar o crescimento sem perder equity no negócio.
Be Agile
Não é preciso ser um expert em mercado de tecnologia ou inovação para dizer que ser flexível e criar novos caminhos para acelerar os serviços é essencial. Só que boa parte das ferramentas de venture capital – o capital de risco, aquele voltado para startups – seguem modelos muito engessados. Existe toda uma tendência de tecnologia que pede pelo chamado “Agile Funding”, ou seja, um conjunto de estratégias e processos mais flexíveis que sejam capazes de realizar os aportes necessários para produtos e serviços inovadores com a velocidade e flexibilidade que o mercado demanda. Um desses produtos é o “revenue based investment”, mais conhecido como o “revenue share” para pagamento do investimento.
RSI is in the house
O Revenue Share Investment é um modelo que prevê o “compartilhamento de ganhos” da companhia como contrapartida para pagar o investimento. O funcionamento é menos complexo do que o nome leva a entender, isso porque o retorno do investimento é fracionado e depende do quanto a companhia tem de receita mensal. Se ela cresce – o que costuma acontecer quando estamos tratando de startups fazendo investimento em estratégias digitais – quem investiu acaba recebendo o valor antes. Como essa analista do Transform Finance aponta, o Revenue Share Investment (ou seria Growth Funding) é um modelo que funciona muito bem para aportes menores – entre US$ 50 mil e US$ 500 mil, mas que podem fazer total diferença na saúde de uma empresa no começo das suas operações ou numa empresa em fase de crescimento.
I jump, you jump!
Do ponto de vista do empreendedor (ou do fundador, aí depende da vertical de empresa que estamos falando… Ah, as nomenclaturas!), o revenue share investment tem duas grandes vantagens; a primeira é que as parcelas de pagamento são flexíveis e diretamente relacionadas ao sucesso das ações realizadas com o investimento, ou seja, conforme o investimento começar a tracionar e trazer resultados, as parcelas vão sendo quitadas na mesma proporção, a segunda é dar a oportunidade do empreendedor se manter com uma boa fatia do negócio, uma vez que não é necessário diluir a sua participação em troca do aporte, como aconteceria num caso clássico de Investimento Anjo ou Venture Capital. Nos EUA, há um pouco mais de 32 firmas de investimento usando este modelo e elas gerenciam um valor estimado de US$ 4,31 bilhões em capital. Segundo este levantamento, a maior parte delas investe em companhias de Software as a Service (SaaS, falando em nomenclaturas), já que essas empresas, por trabalharem normalmente com o modelo de assinaturas, costumam ter receita previsível. Um exemplo de companhia norte-americana que faz esse tal de Revenue Share Investment é a Bootstrapp, que é voltada para automatizar o financiamento exatamente para as empresas de SaaS.
E por aqui?!
O Brasil não fica para trás desta tendência. Por aqui, a Divibank trouxe esse modelo, mas com um “leve twist”: o valor do aporte é dado diretamente nas contas de ads digitais das empresas. Isso porque eles perceberam que boa parte do dinheiro que as startups recebiam ia direto para o marketing. De fato, segundo a Sebrae, 63% dos pequenos e microempresários brasileiros querem investir em seus negócios em 2021, e, olha só, a “divulgação” ficou no primeiro lugar de iniciativas que as empresas querem colocar uma grana. A Divi (sim, já somos íntimos) também oferece uma forma mais rápida de análise e checagem para a aprovação do empréstimo – lembrando aqui que, no cenário geral, 52% das pequenas empresas brasileiras buscaram empréstimo em 2020, e só 34% das que solicitaram tiveram o pedido aprovado. Ou seja, dois terços ficaram sem capital para acelerar seus negócios.
Growth Funding
O crescimento via canais digitais é um círculo virtuoso e facilmente mensurável. Se o seu produto ou serviço já possui valor percebido para os potenciais clientes, com um bom market fit, quanto mais você investe, mais você fatura. O desafio é sair da inércia e financiar esse fluxo de caixa, já que muitas vezes o CAC, o custo de aquisição do cliente (que você pode aprofundar mais nesse Morse LearningCast), só acaba sendo retornado em vários meses e isso gera um gap financeiro. Esse gap é ainda maior nas empresas SaaS pois, como não cobram por uma venda ou um set-up, o CAC acaba sendo amortizado nas mensalidades futuras. A receita mensal neste caso pode ser um desafio para quem empreende, mas é música para os ouvidos de quem quer investir, já que existe a previsibilidade, risco menor e existe uma proposta clara de financiar o desafio do fluxo financeiro.
Smart Money
Outro ponto importante deste modelo está ligado ao conhecimento que vem agregado ao investimento. As companhias que optam por oferecer o Revenue Share Investment acumulam um ótimo conhecimento histórico sobre estratégias de growth, estão sempre atualizadas das últimas tendências, possuem acesso aos grandes players de mídia além de cases de sucesso e fracasso para ajudar no planejamento, enfim conseguem (e tem todo interesse em) ajudar a otimizar ao máximo o uso dos recursos disponibilizados. Com isso, as empresas que captam o investimento acabam levando junto uma consultoria para growth, uma mão na roda para quem está, de fato, de olho no investimento para crescer. Foi o caso da CapaCard, investida pela Divi, que, em dois meses, conseguiu ter um aumento de 85% na receita e alta de 69% na taxa de conversão. “O financiamento mensal deles, e o conhecimento disponibilizado, nos permitiu atingir novos clientes enquanto investimos nosso caixa em outras áreas da empresa”, disse o fundador e CEO da CapaCard, Thiago Custódio.
Re(soluções) de ano novo
Se a meta de 2021 da sua empresa é crescer a receita – e, por que não, se tornar um unicórnio, deixamos este final do Morse mais como uma pergunta do que uma conclusão: será que você está considerando todas as alternativas de financiamento que fazem sentido para o seu negócio? Já pensou como o Revenue Share Investment poderia acelerar o seu negócio? Conheça mais aqui.