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Moda Digital

Da produção à experiência de compra

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Se você acha que a moda digital surgiu com o hype do metaverso, você se engana.. Afinal, muito antes do Facebook se chamar Meta, empresas já estavam olhando para realidades imersivas e virtuais como espaço para criar produtos e construir experiências com foco também na sustentabilidade. Nike e Adidas, que lançaram suas coleções virtuais no ano passado, e comercializaram seus NFTs, começaram seus trabalhos com moda 3D desde 2013. Na mesma época, empresas de luxo adotaram a moda virtual com foco em sustentabilidade, reduzindo o consumo de matéria prima e otimizando a logística de produção. A moda virtual evoluiu nos últimos anos e hoje vemos grandes marcas adotando a tecnologia para os dois lados, eficiência e sustentabilidade na produção; e também comércio e marketing. 

Antes do Hype  

Com o surgimento de novas tecnologias imersivas e da evolução da Web3, a moda digital ganhou mais reputação e caminhos com um foco de marketing, comunidade e experiências. Mas antes disso, a moda digital vem contribuindo para a sustentabilidade de várias maneiras. Em primeiro lugar, a produção de roupas virtuais não requer o uso de recursos naturais, como tecidos, água e energia, que são necessários na produção de roupas físicas. Ou seja, em etapas da produção é possível validar estilos, modelos, conceitos e formatos através da computação gráfica. Além disso, a moda digital nas etapas de produção e percepção de produto promove um consumo mais consciente e reduz o desperdício. Um exemplo foi a Amaro que criou uma rotina em seu Instagram de compartilhar suas produções 3D nos stories com enquetes para que os seus seguidores opinem sobre as peças e criações. 

Com as roupas e produtos virtuais, as pessoas podem avaliar diferentes estilos e tendências sem a necessidade de adquirir peças físicas que podem ser usadas apenas algumas vezes e depois descartadas. Isso leva a uma redução na demanda por roupas novas, prolongando a vida útil das roupas existentes e diminuindo a pressão sobre os recursos naturais utilizados na produção. A moda virtual encoraja uma abordagem mais sustentável para a moda, incentivando as pessoas a repensarem o conceito de posse e a optarem por soluções virtuais, mais ecológicas e de baixo impacto.

Vamos separar as coisas

“Mas não dá para tocar”, talvez este seja o principal argumento do consumidor na hora de pensar em moda digital. E é fato que não é possível. Mas isso não significa que a moda digital não possa ter um impacto significativo na experiência do cliente. Vamos separar as coisas! É possível você criar experiências virtuais que facilitem a compreensão dos produtos. A Renner no ano passado lançou seu desfile virtual trazendo toda uma nova experiência para os consumidores, sem abrir mão de uma boa visualização das roupas, trazendo criatividade, estilo e comunicação. A Snap lançou seu produto focado também nessas experiências. A ARES fornece às empresas tecnologias avançadas de AR e IA para melhorar a experiência de compra, como a prova de roupas e visualizador 3D. 

Aqui no Brasil, existem diversas empresas que estão atuando no universo.  A metaKosmos + hōl é um exemplo que atua como agência, consultoria e desenvolvedora de tecnologias para web3 com foco em metaversos. “A nossa hipótese é de mudar a experiência de compra no e-commerce com a moda digital. A intenção é que a gente consiga levar a tecnologia até o site. Assim como você tem a parte de filtros e de buscas, será possível você ter um popup 3D onde você também fará essa pesquisa e conseguirá visualizar em tempo real os produtos”, afirma David Benalcázar, head de computação gráfica. 

Skins e o universo gamer

A moda digital também teve seu crescimento muito por conta do universo gamer. A distribuição de skins e comercialização dentro destas plataformas permitiu novos caminhos e oportunidades para a ativação de marcas e tecnologia. A 10ª edição da Pesquisa Game Brasil revelou que 69,6% do público gamer no Brasil gosta quando as marcas aparecem dentro dos jogos, como em skins de avatares, equipamentos exclusivos entre outros itens; e 60,3% dos jogadores preferem comprar produtos de marcas que realizam esse tipo de publicidade. 

São várias as marcas que uniram a moda digital com o universo gamer. Em novembro de 2022, a Ralph Lauren fez uma grande ação no Fortnite, onde lançaram uma coleção com skins exclusivas. Nomeada ‘Polo Stadium’, a colaboração é inspirada na herança da coleção ‘Stadium’ da marca de luxo dos Estados Unidos e na ‘linha Polo Sport’ da década de 1990, reimaginada para o metaverso. Além das peças digitais, foi lançada uma coleção cápsula de vestuário físico no site da marca. 

Na última semana, a Epic Games e a empresa de moda digital CLO Virtual Fashion anunciaram que compraram ações uma da outra. O CLO Virtual Fashion oferece ferramentas como software de design de moda que já se integra ao Unreal Engine da Epic e um mercado onde os designs de roupas são comprados e vendidos. 

Próximos desafios 

Apesar do crescimento e das oportunidades de produção e experiência,  ainda há diversos desafios para o crescimento na adoção da tecnologia e estratégia. David Benalcázar, da metaKosmos + hōl, acredita que nos próximos 5 anos teremos uma adoção muito grande por marcas de médio e grande porte, mas que há grandes desafios para os pequenos: “Isso se tornará um padrão de indústria, mas ainda terá uma dificuldade muito grande de pequenas marcas fazerem isso, a não ser que surjam empresas que consigam escalar esse serviço. A moda virtual ainda está muito atrelada aos custos e também as margens”. 

Nesse sentido, a moda virtual ainda tem um longo caminho de evolução e amadurecimento, contudo, o seu impacto pode e deve ir além da publicidade. “As experiências devem ser úteis, agradáveis, que simplifiquem o processo e ajudem as pessoas a tomar melhores decisões. No fim, queremos alinhar as tecnologias 3D e de moda digital de tal forma para criar uma ferramenta de performance”, afirma David.

Com os avanços tecnológicos contínuos, podemos esperar uma maior integração da realidade aumentada e virtual na experiência de compra e vestuário virtual. À medida que a tecnologia avança e a criatividade floresce, a moda digital continuará a desafiar os limites e a oferecer novas formas de produção, expressão e envolvimento com a moda. 

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