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Um match no job do futuro

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“Quem faz inovação não é a tecnologia, são as pessoas”. Quantas vezes você já escutou esta frase nos últimos anos? Num momento em que a automatização chega para redefinir o mercado de trabalho e a digitalização tomou conta de todos os setores, o que significa, exatamente, ser uma pessoa que faz inovação? Para inovar é preciso ter conhecimentos técnicos de tecnologia? O que é exigido deste profissional, como as empresas estão procurando e, melhor, como podemos melhorar essa relação?

Job do futuro e Futuro do Job

Respondendo à primeira pergunta, ser inovador significa, em muitos pontos, ser flexível. Afinal, criar um novo produto – ou um novo processo (afinal, a inovação não acontece só da porta para fora) exige a capacidade de olhar o problema como um todo e considerar as suas pequenas variantes. O autor David Epstein, do livro “Range” (um dos livros no Top 5 do ano de Bill Gates, olha só), explica muito bem isso. Segundo ele, a exigência pela hiperespecialização do profissional não é a melhor saída no mundo comandado pela inteligência artificial e pelas novas carreiras. Alguns especialistas dizem que passamos por algo entre cinco e sete carreiras na nossa vida profissional, outros são mais conservadores e falam que a troca de carreira será perto de três, e aqui estamos falando de mudança de carreiras e não de empregos heim… De qualquer forma, isso já mostra uma grande tendência que a digitalização tem trazido: a criação de novos postos e de novas formas de economia. E esse movimento não vai parar por aqui: uma pesquisa da Dell em conjunto com o Institute for the Future mostrou que 85% das profissões que existirão em 2030 ainda não foram criadas. “Os trabalhadores terão que se reinventar com mais frequência, várias vezes ao longo de sua carreira, de uma forma que não precisavam no passado. Teremos de estabelecer sistemas que apoiem a reinvenção das pessoas, a menos que queiramos o que temos agora: que é um monte de gente perdendo empregos e incapazes de encontrar outro”, afirmou Epstein. Epstein tem um ponto: se os trabalhadores focarem apenas na especialização, vai ficar difícil ter a flexibilidade necessária para o que a inovação pede. E, do outro lado, se as empresas também apenas olharem para os especialistas, talvez deixem de lado um grande grupo de profissionais, capazes de mudar o jogo para a companhia.

Do you trust it?

Se parte do futuro do trabalho passa pela inteligência artificial, nada mais simples do que usar a IA para diminuir a diferença da parte do recrutamento, certo? Por alguns anos, as grandes empresas investiram em algoritmos para contratação até que, em 2018, surgiram evidências de que o algoritmo de recrutamento da Amazon estava, na verdade, repetindo padrões preconceituosos durante a triagem de candidatos. O que levou a empresa a desistir do seu uso. Algumas análises têm mostrado que, por se basear em comportamentos de contratação do passado, tais ferramentas podem não resolver a questão da diversidade nas companhias.

Diversidade de diversidades

Em um período no qual a diversidade finalmente chegou à pauta de grande parte das empresas, independente do porte, vale pensar em todos os tipos de diversidade. Não só de pessoas, mas também de skills. Se diversidade anda junto com inclusão, como atuar frente a dois grandes desafios que o mercado de trabalho está passando: o fim de algumas profissões e a necessidade de empresas se reinventarem?

Range Up

De acordo com o Institute for the Future, essas são algumas habilidades que o mercado vai exigir nos próximos 10 anos: “sense-making” – ou seja, capacidade de resolver problemas, pensar de maneira crítica e apontar insights únicos; inteligência social, pensamento adaptável e inovador e competência cross-cultural. Alguns especialistas apontam também para as habilidades de comunicação e de resolução criativa de problemas como as mais procuradas por executivos. Nenhuma destas skills é ligada a uma formação específica, nem a uma idade, o que significa que, para uma empresa, fechar a pesquisa de profissionais apenas em uma área – ou um certo range de idade – pode significar menos inovação.

Van Gogh, Federer e Bill Gates

Se o mundo está mudando, e você começando a ficar preocupado ao achar que o que você faz, ou vem fazendo nos últimos anos, não te preparou ou te habilita para os novos desafios da economia digital, calma, respire, e saiba que você pode sim ter algumas habilidades e skills que foram incorporadas ao longo dos anos e podem ser aproveitadas neste novo momento. No livro Range, que citamos acima, tendo sido indicado pelo Bill Gates, algumas histórias como a do tenista Roger Federer e do pintor Vincent van Gogh nos mostram que é possível sim colecionar habilidades diversas do passado como diferencial para se destacar em algumas novas funções.

Innovation Hubs

Uma das saídas de companhias para fomentar o profissional diverso, que consegue conversar entre várias áreas da empresa, é criar hubs de inovação interna. Tais hubs funcionam como espaços de aprendizagem e de conversa entre departamentos, todas com a função de fomentar a inovação e o tal intraempreendedorismo. Um exemplo que já falamos aqui no MorseCast é o Grupo Pão de Açúcar, que tem um grupo interno de inovação. Ainda assim, existe um gap, já que, em algum momento, a empresa precisa crescer: como procurar pessoas que tenham fit para inovar?

Go Pro

Do outro lado, na ponta dos profissionais, existe muita vontade de mudança. De acordo com a pesquisa Re:Trabalho 2020, feita pela Tera, a Scoop e a revista Época Negócios: 63% de profissionais já mudaram de carreira e 48% pretendem mudar de carreira nos próximos 12 meses. E, para procurar por essa transição, quase 34% buscaram exatamente nas suas próprias empresas, procurando por vagas onde pudessem aprender novas habilidades. O aprendizado também é visto como essencial para os profissionais na iminência de trocar de área, mas cada vez menos das formas tradicionais: 84% das pessoas acreditam que uma pós-graduação não ajuda a se preparar para a Economia Digital. O que 79% das pessoas vêm fazendo é correr atrás de cursos, mentorias e novos projetos para se preparar para o mercado. Existe um grande descompasso entre como as empresas conseguem absorver profissionais aptos a levar inovação e quem quer mudar de área, mais conhecido com aquele ciclo eterno de: “não sabe porque não trabalha, não trabalha porque não sabe”.

Deu Match!

O conceito de match é muito utilizado no mundo dos aplicativos e sites de relacionamento e, o principal, que descobrimos em nossa pesquisa, seus algoritmos não são treinados para achar o “par perfeito”, mas sim para encontrar a maior combinação de pares. Explicando um pouco melhor, o conceito destas plataformas é viabilizar que a maior quantidade de pessoas possam encontrar companheiros e começar novos relacionamentos. Desta forma, são analisados diversos dados, por vezes não óbvios, que ajudam não apenas os algoritmos, mas também as pessoas a reconhecerem que algumas qualidades, ou mesmo alguns defeitos, que antes não eram considerados, podem ser trazidos à luz para gerar interesse entre as pessoas. Estas plataformas entenderam, logo no início, que se considerassem apenas o “padrão” que até então era considerado na busca por um par perfeito, o número de combinações seria muito menor, e, com isso, muitas pessoas poderiam ficar “dançando com a vassoura” no fim da festa. Agora, vamos para o mundo dos negócios. Estamos passando por algo parecido, a aceleração da transformação digital, a busca pela inovação e predição do futuro, acabam gerando nas empresas uma miopia inicial de skills, que assim como no início dos sites de relacionamento, corre o risco de deixar algumas pessoas de fora. Uma análise mais profunda, detalhada e abrangente pode reorganizar o salão para que todos possam entrar na dança.

Morse Match

Pensando nas dores de profissionais (e do mercado) e na necessidade de nós mesmos, enquanto Morse, nos adaptarmos aos desafios e oportunidades que vão surgindo, apresentamos para vocês nossa nova empreitada: o Morse Match, uma joint-venture com a Future Talent, renomada empresa de Executive Search e Talent Acquisition, que inclusive foi a consultoria que viabilizou o match entre o Morse e a Camila de Lira, uma das pessoas que aqui vos escreve, e vos fala nos podcasts. São histórias como essa, que inclusive está em nosso podcast de ontem, e você pode escutar aqui, que mostram como a diversidade de skills pode ajudar os profissionais e empresas em momentos de transformação como o que estamos vivendo.

Porém, sentimos na pele: este não é um trabalho fácil para as empresas e profissionais, e muitas vezes acaba sendo inevitável ficar entre a inércia e “o ovo e a galinha”. A inércia quando se opta por buscar novos profissionais ou novas empresas sempre dentro da área de conforto, do histórico que já vinha sendo construído, mesmo que ele não venha funcionando mais como antes. Ou o “ovo e a galinha” quando a tentativa de sair da inércia acaba indo para o lado do, como saber quais skills necessários se ainda não sei a transformação que gostaria de fazer”, ou “como fazer a transformação sem ter novos skills”…Se você, ou sua empresa, se encontra, ou já se encontrou, nesse meio do caminho, agende um papo com a gente (por aqui no e-mail, ou aqui no site)! Será um prazer entender como podemos atuar juntos na busca do Match.

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