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Os GPS já fazem parte da nossa experiência mobile. Não tem como pensar em usar o smartphone sem poder acessar mapas ou o sistema de localização. Mas ainda há muito espaço para essas plataformas se tornarem ainda mais refinadas, principalmente num futuro de veículos autônomos. Quem ganha e quem perde nessa história? A gente te conta agora.

Recalculando rotas

Há 18 anos, a explosão dos devices de GPS elevou duas empresas ao “estrelato”: a Navteq e a TomTom. A primeira foi comprada em 2007 pela Nokia em um valor estimado de 8,1 bilhões de dólares para, em 2015, ser adquirida por módicos 3 bilhões de dólares. Quem pagou essa porrada? A Uber bem que tentou, mas a compra foi feita por um consórcio de automobilísticas alemãs – Audi, BMW e Damier.

Já a TomTom tinha se reposicionado no mercado, deixando de ser produtora de devices para se focar nos sistema de mapeamento. A ação valeu a pena, a empresa vendeu, na semana passada, seu braço de gestão de frotas e de inteligência de carros conectados por um bilhão de dólares para (rufem os tambores) a Bridgestone (é, a gente também ficou um pouco surpreso).

Buraco à frente

A razão da corrida tem absolutamente tudo a ver com os carros autônomos. E faz todo sentido: sem um motorista presente, os veículos exigirão sistemas de mapas não só hiper precisos, mas também rápidos na atualização – capazes de mostrar as menores alterações no caminho em segundos.

Além das automobilísticas, há muita gente empenhada em alterar a maneira que os dados de mapeamento são feitos. A sueca Mapillary, por exemplo, crê na tecnologia open source e do crowdsourcing para fazer os mapas mais precisos. Ela utiliza análise de imagens enviadas por usuários para mostrar que há buracos ou placas novas nas ruas – sistema que já está sendo usado pela cidade de Amsterdã.

Já a norte-americana Mapper.ai foi para o outro lado business: criou um serviço on demand de mapeamento. A Uber, que perdeu o bid pela Navteq lá em 2015, está usando a mistura de algoritmos, visão 3D e probabilidade para acabar com os pontos cegos dos sistemas de navegação atuais. Há também quem esteja estudando o blockchain para cruzar os dados de satélite com o de informações dadas por pessoas em tempo real  (como esses caras, que a gente citou aqui no Morse lá no começo de dezembro #trendsetters).

It’s data time!

Não importa o tipo de abordagem das companhias, a ideia é a mesma: no mundo dos veículos autônomos, os dados serão soberanos. As informações usadas para operar serão muitas, mas as geradas por tais veículos serão ainda mais. A Intel projeta que um carro autônomo gere 4 terabytes de dados – o equivalente a 8 milhões de fotos digitais – por dia.

E que dados são esses? As distâncias percorridas, os lugares frequentados, os pontos de trânsito recorrente, os horários mais comuns de uso do automóvel, ou seja, todo o comportamento dos donos dos veículos – não necessariamente dos motoristas, porque, né?. E isso vale muito, tanto que os analistas dos principais bancos de investimentos dos Estados Unidos acreditam que empresas de tecnologia têm vantagem sobre as automobilísticas para capitalizar o mercado de carros num futuro próximo.

O entendimento é que as empresas que estiverem prontas para cruzar essa quantidade de informações dos veículos com as de localização e transformar os números em insights sobre os usuários estão com a faca, o queijo e a roda na mão. 

Are we there yet?

Mais uma coisinha antes de acabar esse texto: a evolução da tecnologia do GPS chegará também aos smartphones. Mapas que se atualizam mais rápido e de maneira segura abrem ainda mais espaço para a precisão das ações usando a geolocalização.  É bom lembrar que se estima que, apenas nos Estados Unidos, o gasto com esses tipos de campanha deve ser de US$ 26,5 bilhões esse ano e até US$ 38,7 bilhões até 2022.  

Vai ficar perdido nessa?

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