Morse News
Gif Economy & Mobile Experience
Em um minuto na internet quase 1,4 milhão de gifs são consumidos no mundo. A principal plataforma de buscas destas imagens animadas já tem 300 milhões de usuários diários que são expostos a 5 bilhões – BILHÕES! – de gifs por dia. No segundo maior buscador de gifs, os números mensais são de 12 bilhões de pesquisas e 300 milhões de usuários.
Os números impressionam, mas não surpreendem. Afinal, se você pensar no seu dia a dia, com certeza consegue lembrar de um gif famoso que reflete como está se sentindo. Está confuso com tudo? John Travolta perdido. Está pensando muito naquele problema, mas não sabe a resposta? Nazaré fazendo a conta. Está prestes a ver algo que adora? Michael Jackson comendo pipoca. Está cansado? Boo quase dormindo. A lista poderia continuar em um loop eterno – exatamente como o gif.
A questão é: gifs fazem parte do nosso dia a dia e da maneira que a gente se comunica online. Mas, o que são os gifs, do que eles se alimentam, onde vivem, e, principalmente, por que são relevantes para você? Hoje, no Glob… MORSE.
What the gif…?
Conhecidos (por ninguém) como Graphics Interchange Format, os gifs foram criados em junho de… wait for it… 1987, pelo cientista da computação da CompuServe, Steve Wilhite. Basicamente, esse cidadão achou uma forma de comprimir arquivos de imagem coloridas (até então o formato mais usado era o RLE que só mostrava imagens em preto e branco, a vida não era fácil) sem que eles perdessem muita qualidade, o que tornava o compartilhamento rápido – mesmo em computadores lentos.
A história da evolução do gif é, na verdade, a história do crescimento da internet. O formato se mostrou não apenas útil, mas necessário, no começo da adoção massiva da web, quando as conexões eram super-devagar e feitas após a meia-noite. Se você entendeu essa última referência, muito provavelmente irá lembrar de um dos primeiros memes em gif da história da web: o “bebê dançante” de 1996 – esse mesmo, que abre o MORSE.
Curious fact: a patente que a CompuService detinha do .gif só caiu em 2003!
Ah, e para quem se pergunta como se fala, é GUÍF, não JIF – embora Wilhite tenha afirmado que é “JIF”. Acreditem, isso já deu briga.
Mobile first, gifs later
De 2012 – quando “gif” foi escolhido como “palavra do ano” do dicionário Oxford – para cá, a popularização do gif foi gigantesca. E a razão disso está, literalmente, nas nossas mãos.“A habilidade de mandar atalhos de informação, AKA os gifs, não seria possível sem o mobile first”. Essas são as palavras de Alex Chung (favor não confundir com a it-girl Alexa Chung!), o sócio e atual CEO do Giphy, principal plataforma de buscas dessas pequenas imagens animadas – aquela lá de cima, que tem 300 milhões de usuários por dia.
É de Chung também a melhor explicação do que é um gif: “gifs são os legos de todo o tipo de comunicação visual”. Ainda há um adicional: as imagens animadas em loop não têm barreiras de língua, nem de idade. De acordo com uma pesquisa feita pela Magif, 70% dos usuários norte-americanos entre as idades de 8 e 64 anos sabem como enviar um gif, e mais da metade deles indicou que envia, pelo menos, uma dessas imagens aos amigos por semana.
“Ads that don’t suck”
Mas, ok, gifs são legais, têm mais de 30 anos, são super compartilhados, e você com isso? Você tem tudo a ver com isso. E a sua empresa também. Porque, pensem bem,qual é o valor de estar presente em um formato natural para quem está online, com enorme potencial viral multiplataforma, sem barreiras de idiomas e por um tempo ilimitado?
Profissionais da Pepsico, por exemplo, escolheram lançar a Bubly, sua nova marca de água com gás, por meio de gifs do ator Neil Patrick Harris (que vocês devem conhecer daqui). Compartilhados via Giphy, as imagens animadas mostram o ator expressando uma série de emoções, desde desanimado até dançando. Este último gif, sozinho, teve mais de 16 milhões de visualizações até agora. A Amazon também se aventurou no mundo dos gifs, com uma página própria no Giphy – que já conta com quase 295 milhões de visualizações.
Diferente dos vídeos de seis segundos que tomaram conta da internet, os gifs são feitos a partir do contexto do usuário – com indicação de emoções específicas para serem compartilhadas. De acordo com o COO da Giphy, Adam Leibsohn, sincerão, os gifs podem se tornar “propagandas que não são uma porcaria”.
Mas, e no Brasil?
Quer um exemplo brasileiro? Temos vários! As montadoras Suzuki e Mitsubishi no Brasil abriram páginas próprias no Giphy, e contam com imagens tanto de seus carros, quanto ícones para serem usados nas redes sociais. Isso porque, no último ano, as principais redes sociais adicionaram uma feature unida com o Giphy e com a Tenor– a segunda maior plataforma de busca das imagens animadas – abrindo espaço para os usuários acrescentarem tais videozinhos em suas interações.
A rede de academias Smart Fit tem página no Giphy com mais de 11 milhões de visualizações e ícones voltados para serem usados no Stories do Instagram. E, num momento autojabá (vez ou outra pode, né?), a Hands Mobile desenvolveu, junto ao Meio & Mensagem (thanks again, pessoal!) o primeiro projeto de gifs patrocinados de um evento. Com o intuito de aproximar a nossa marca do público presente, e potencializar a ação para os seguidores que não estavam lá, o projeto contou com gifs como figuras animadas de palmas e até da hashtag fato que virou pauta de curadoria e entrevistas durante o evento. Ao final, as imagens animadas foram visualizadas mais de 101 mil vezes e deram aquele up para a experiência mobile de quem estava no Maximidia 2018!
Segue a grana
Se há uso, há visualização, se há visualização existe audiência, se tem audiência deve haver grana, certo? Certo! A Tenor, principal concorrente da Giphy, foi comprada pelo Google no começo deste ano, numa operação que não teve os valores publicados. Já aGiphy tem valor de mercado de US$ 600 milhões e, neste ano, estava finalizando conversas para uma nova rodada de US$ 100 milhões de investimentos. E, o mais importante, ambas empresas têm menos de 100 funcionários!
Outra plataforma, de menor tamanho, é a Gfycat, que tem cerca 130 milhões de usuários mensais e levantou US$ 10 milhões no ano passado e em 2016.
E como elas se mantém rentáveis? Nosso amigo sincerão da GIPHY, Adam Leibsohn, fala sem rodeios: “Pesquisas pagas são o nosso modelo de receita. Então, basicamente, você coloca o conteúdo relevante nas pesquisas, então ele aparece no primeiro resultado, e as pessoas usam e veem muito mais esse gif”, disse.
Diz a Bloomberg que as empresas pagam entre US$ 100 mil e US$ 500 mil para patrocinar os seus gifs dentro do Tenor. E a empresa cobra das companhias quando seus gifs são compartilhados, não quando eles são vistos.
Moral da história: nós guifamos, eles guifaram, e vós? Guifem-se!
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