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Digital Twins

Tecnologia que representa virtualmente produtos e sistemas poderá em breve utilizar A.I. generativa para criar personas para testes de negócios

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Espelho, espelho meu

Imagine que você está se preparando para um evento importante e quer ter certeza de que está na sua melhor versão. Você se olha no espelho e verifica se o estilo está adequado, se a roupa está com bom caimento e se o cabelo está arrumado. O espelho é uma representação fiel de você, naquele momento, e mostra na prática um resultado que você não conseguiria projetar 100% ao ver a mesma roupa em um manequim de uma loja ou corte de cabelo em uma foto de revista. Da mesma forma, o chamado ‘Digital Twin’, ou gêmeo digital, é uma representação virtual fiel de um objeto, uma plataforma ou sistema, que tem ganho cada vez mais destaque nos últimos anos, e trata-se de uma tecnologia que é capaz de simular o comportamento e as interações em tempo real para testes de cenários, possibilidades, riscos, evoluções, melhorias e muito mais. Assim como um espelho pode ser usado para se avaliar e se preparar para um evento importante, o digital twin pode ser utilizado para avaliar e preparar sistemas, máquinas ou processos para aumentar sua eficiência, desempenho e qualidade.

Do universo ao metaverso

O conceito começou quando a NASA começou a replicar digitalmente suas espaçonaves em viagens para realizar estudos e desenvolver melhorias de instalações. De lá para cá os sistemas evoluíram e as aplicações são variadas. A BMW e a Ford, por exemplo, utilizam o digital twin para simular o desempenho de seus veículos em diferentes condições, desde testes de segurança até o uso cotidiano. Isso permite que os engenheiros identifiquem problemas e façam melhorias com rapidez e eficiência. Hospitais também podem utilizar o digital twin para para simular o fluxo de pacientes e a utilização de recursos hospitalares. Isso permite que a instituição identifique gargalos e faça melhorias para aumentar a eficiência e a qualidade dos serviços. A tecnologia chegou até no metaverso! Com as coleções phygital de diversas marcas de moda, o conceito de digital twin também ganha uma nova conotação, já que as comunidades destas marcas não só adquirem NFTs e peças digitais, como também possuem acesso às peças físicas. 

De acordo com a Gartner, em 2021, metade das maiores empresas do mundo já utilizaram digital twins e a estimativa é de que, até o final deste ano, as receitas geradas a partir desta tecnologia saltem de US$ 9,8 bilhões para US$ 13 bilhões. Além disso, de acordo com o Grand View Research, o mercado global de digital twins chegará, até 2025, a mais de US$ 25 bilhões em receita. Isso ocorre porque o digital twin pode ajudar as empresas a reduzir custos, melhorar a eficiência, aumentar a produtividade e otimizar o desempenho. 

Na prática 

O digital twin funciona por meio da coleta de dados em tempo real a partir de sensores e outros dispositivos conectados ao produto, processo ou sistema. Esses dados são então enviados para um modelo digital, que representa uma cópia virtual do objeto real. Com base nessas informações, é possível simular o comportamento e as interações do objeto em diferentes condições e cenários, permitindo que os engenheiros e técnicos possam visualizar e analisar o desempenho em tempo real. Isso permite que os profissionais possam identificar problemas e implementar melhorias com rapidez e eficiência.

Passo a Passo 

Para incluir a tecnologia de digital twin no seu negócio, o primeiro passo é identificar quais áreas ou processos podem se beneficiar dela. É fundamental avaliar quais sistemas ou objetos são essenciais para o negócio e como o digital twin pode melhorar sua eficiência, desempenho e qualidade. Depois de identificar as áreas ou processos, você precisa elaborar uma estratégia de implementação, que envolve a escolha da plataforma de simulação, dos sensores e sistemas de coleta de dados, a criação do modelo virtual do objeto ou sistema e a integração do digital twin com os sistemas de gestão e monitoramento existentes na empresa. É importante contar com uma equipe multidisciplinar, composta por engenheiros, designers, gestores e especialistas em tecnologia, para assegurar o sucesso da implementação e o uso eficaz na sua empresa.

Digital Twins pro mundo digital

O conceito de digital twins nasceu e é bem difundido no mundo físico, principalmente na indústria, no agronegócio e na saúde, no qual é possível virtualizar cenários físicos para testes virtuais. Porém, existe também a possibilidade de trazer o conceito para negócios que já são 100% digitais. Áreas de tecnologia, UX, UI e growth, por exemplo, costumam fazer os chamados testes A/B, ou seja, testar algumas possibilidades diferentes em recortes de sua base de usuários para entender quais os melhores resultados. O conceito faz todo sentido quando pensamos que estamos buscando a otimização dos processos através de aplicações práticas. Por outro lado, assim como nos negócios físicos, às vezes os testes com clientes reais podem gerar atritos na base e, por mais que sejam em recortes pequenos e específicos, vale considerar que hoje em dia qualquer cliente tem ao seu dispor a capacidade de amplificar sua mensagem exponencialmente através das redes sociais, ou seja, um pequeno erro pode rapidamente virar um grande problema.

A.I. generativa como dublê pro seu negócio

Dado ao risco acima algumas empresas, mesmo as nativas digitais, ao invés de testar novos cenários na base existente, já começam a criar clones de cenários. Unindo enormes bases de dados de interações reais de mercado, como histórico de transações, comportamento de consumidores online e até variáveis macro como dados do clima e indicadores econômicos, é possível criar um ambiente de testes quase perfeito. Some-se a isso o avanço da inteligência artificial generativa, que em breve poderá não apenas criar textos, imagens e sons, mas também criar personas, que com base nas informações que comentamos, podem demonstrar comportamentos de consumo com base em ajustes futuros de variáveis. Ou seja, em breve você poderá testar de forma prática como seria a aceitação de um novo App que você gostaria de lançar antes mesmo de tirar a idéia do PPT. Qual seria o investimento publicitário necessário para tracioná-lo? Qual seria o CAC projetado? Como os usuários iriam interagir através da UX projetada? Qual seria o LTV? E o melhor de tudo, você poderá utilizar todos esses dados e aprendizados como inputs para o lançamento real, isso se os estes não te fizerem abortar o lançamento, assim como a NASA já abortou o lançamento de alguns foguetes quando os digital twins mostraram que não iria dar certo…

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