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Desmistificando o Quantum Computing

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Nessa semana, o Google fez um anúncio que estremeceu o mundo da tecnologia: eles finalmente atingiram a “supremacia quântica”. Ou seja, eles conseguiram fazer um computador quântico superar um computador normal numa operação “simples”. Quando o assunto é de um nível de complexidade que deixou até mesmo Albert Einstein espantado o melhor caminho é ser direto. Então resolvemos usar esse Morse para explicar para vocês três questões básicas: o que é computação quântica? O que significa a descoberta do Google? E como isso tudo pode afetar o futuro do seu negócio?

Muito mais que 0 e 1

Começamos do início: o que raios é computação quântica? Basicamente, é um novo tipo de processamento de informações que, no lugar de utilizar bits, utiliza qubits. Tudo o que a gente faz seja no notebook, seja no celular, utiliza códigos de “0” e “1” (= bits); esses aparelhos têm qualquer tipo de programa, imagem ou interface a partir dos bits. Os computadores quânticos, no entanto, usam partículas subatômicas ( = qubits) para fazer as mesmas operações. Diferentes dos bits que só podem ser 0 ou 1, os qubits podem ser 1, 0 e “0 e 1” ao mesmo tempo (isso sem contar que eles podem ser 0 e 1 ligados, mas aí realmente, nem a gente entendeu 100% isso. Mas tudo bem, porque como falamos, é exatamente essa parte que o próprio Einstein não compreendeu). Tecnicidades a parte, não precisamos ser superfísicos para entender que 4 possibilidades é maior do que só 2.  Ainda ficou muito complicado? Então vamos com a explicação de Seth Loyd, professor do MIT. “A computação clássica é como uma voz cantando sozinha: apenas uma linha de tons puros se sucedendo. A computação quântica é como uma sinfonia: muitas linhas de tons interferindo umas nas outras”.

Rápido como qubits 

De maneira prática, quando controlados, os qubits são capazes de processar informações muito muito muito mais rápido do que os bits. E é aí que chegamos no anúncio do Google e na tal “supremacia quântica”. O Google criou o Sycamore, um processador de 54-qubits, que levou 200 segundos para encontrar um padrão num grupo enorme de números aleatórios. A parte mais chocante fica com a próxima informação: segundo o Google, o seu melhor supercomputador em funcionamento conseguiria fazer este mesmo cálculo em 10 mil anos.  Acontece que, bem, os qubits são BEM instáveis (afinal, são partículas subatômicas!!!!) e, até agora, os principais pesquisadores não tinham conseguido fazê-los “ganhar” de um computador clássico numa operação qualquer; pelo menos não até o Sycamore. Eis que a gigante da tecnologia bateu o martelo: “atingimos a supremacia quântica”, em outras palavras “fomos mais rápidos que o nosso melhor computador”. 

Para quê?!

“O mais animador sobre o quantum é que o Universo funciona fundamentalmente de maneira quântica, então é a melhor tecnologia para entender melhor a natureza. Ainda estamos no começo, mas onde a mecânica quântica brilha é exatamente na habilidade de estimular moléculas, processos moleculares. Descoberta de um novo remédio é um grande exemplo”, explicou o CEO do Google, Sundar Pichai, em entrevista ao MIT Technology Review. Saindo do mundo da ciência, indo para a realidade. Com um poder de processamento muito mais rápido, a computação quântica pode significar uma capacidade maior de conseguir abraçar o grande volume de dados que o mundo vem gerando. 

It’s only Business, but I like it!

O potencial do quantum é muito mais do que ser um computador super ultrarrápido, e sim a possibilidade de se criar um novo tipo de programação e de forma de processar dados, já que por não depender do dualismo do 0 e 1, os computadores Q são mais parecidos com a maneira humana de pensar e podem criar todos os cenários possíveis implicados em um só algoritmo. Imagina o que isso pode significar para a inteligência artificial, para uso em chatbots ou, até mesmo, para os modelos preditivos. Existem outros usos da computação quântica em várias áreas de negócio, a financeira é uma delas – uma vez que esse tipo de tecnologia poderia melhorar os algoritmos e modelos de previsão, podendo entender de maneira mais complexa as árvores de decisão. Além do Google, a IBM e a Microsoft têm investido pesado no mundo quântico. A gente até comentou há um ano sobre como a IBM tem tentado atrair usuários e negócios para utilizar a tecnologia. Existem algumas startups também surgindo nesse mercado, como a 1Qbit, que está pensando em como criar o quantum para o uso comercial. 

Uma briga quântica!

Antes que vocês comecem a procurar pelas “torres” de computação quântica (sério, olha só como se parece uma dessas máquinas!), a gente tem que te dar uma notícia não tão surpreendente: vai demorar para essa tecnologia ser adotada. Para vocês terem ideia, até mesmo esse avanço do Google está sendo questionado: a IBM indicou que, apesar de muito importante, esse experimento feito pela dona do Android não foi tão grande assim. Aquele cálculo de segundos que seria feito em 10 mil anos? O pessoal da IBM falou que, na verdade, levaria apenas alguns dias para um supercomputador fazer. A questão é que, bem, já diminuiu de alguns dias para alguns segundos, não?!

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