Apenas nos últimos seis meses: o Banco Inter anunciou serviços de telefonia; a Tim firmou parceria com o C6 ; a OLX entrou no mercado de pagamentos; o Pagseguro (e o Uber) investiu em delivery; o Ebanx entrou nas contas digitais; o Facebook, em nome do Whatsapp, pisou o acelerador no pagamento e a Apple lançou um cartão de crédito – movimento que está sendo imitado por Samsung e Google. Muita informação? Com certeza. Por isso o Morse está aqui para responder três questões: quantas foram essas operações? quais são os limites do digital? E como reagir a essa dança das cadeiras?
Drop the “Fin”
Não é surpresa que as empresas de tecnologia estão investindo nos pagamentos (e até em partes de contas digitais, mas falaremos disso daqui a pouco), faz parte do esforço para monetizar a base de audiência. A novidade é o contrário. O Banco Inter vai usar a infraestrutura da SurfTelecom para oferecer serviços de telefonia para seus clientes. Sim, uma fintech virando operadora – tudo para criar mais um produto para oferecer em seu superapp. Em entrevista ao Neofeed, o presidente do banco, João Vitor Menin explica a ação. E a justificativa dele é melhor do que qualquer palavra nossa. “Queremos criar uma teia (…) A importância desse SuperApp é tão grande quanto a importância dos produtos bancários. Na verdade, é fundamental. Não vejo o Inter sem essa vertical. Ficaríamos como uma empresa manca”, disse o executivo.
Uma nova Conta
A ideia de que uma companhia, mesmo que já com produtos parrudos e reconhecidos, fica “manca” se não criar o ecossistema é um conceito completamente digital. Já que o meio permitiu que a distribuição de serviços diferentes possa ser feita de maneira mais fácil, as fronteiras para o que as empresas podem ou não ofertar se tornaram cada vez mais difusas. Veja o que aconteceu com as empresas de transação de pagamentos: elas perceberam que são mais do que o cano que leva o dinheiro de um lado para outro, mas que também têm tecnologia e capacidade de atingir uma capilaridade muito maior. Foi o pensamento por trás da Cielo, ao criar o Cielo Pay; e também da Ebanx, que lançou um cartão de crédito e uma conta digital. Assim elas não estão apenas presentes em dois pontos na vida de seus clientes. E isso faz diferença.
Pagamento garantido
Para os aplicativos, a lógica não é muito diferente: estar presente em cada vez mais momentos do dia a dia do usuário – seja este usuário uma pessoa física ou uma empresa, que fique claro. Tanto o iFood quanto o Rappi já oferecem os seus serviços de pagamento dentro do app e por meio de QR Codes em restaurantes (saudades de pagar com QR Code em restaurantes), na semana passada, foi a vez da OLX seguir o caminho, e lançou uma solução de pagamento apenas para um teste em Campinas. Outra empresa que também está na fase de testes para a sua plataforma de pagamentos é o Facebook, que abriu o “Facebook Pay” para alguns usuários nos Estados Unidos na semana passada.
Entrega de Tudo
E se tem um espaço que está passando por essa fronteira mais solta do digital, este é o de delivery de “last mile”. O que já era um mercado muito observado por parte dos varejistas como estratégia para o O2O, passou a ser extremamente necessário num momento em que todo mundo acabou tendo que ficar em casa para se proteger. Nesta semana, o Uber anunciou que fez uma oferta (de alguns muitos bilhões de dólares, diga-se de passagem) pelo GrubHub, plataforma norte-americana de entregas de comida. Aqui no Brasil, a ViaVarejo recentemente comprou a ASAP Log, que cria um “Uber” de fretes. Falando em ViaVarejo, a Pagseguro fez o caminho inverso: abriu um marketplace. Você já está ficando tonto?
O ingrediente secreto?
Ok, muito legal, e quem estava na ponta final, como fica? Uma saída são as parcerias. Que é o que as bandeiras de cartão de crédito, débito e de vales de refeição têm feito. A Mastercard está se juntando com o Google para lançar um cartão de crédito nos Estados Unidos, e eles também estão por trás do Apple Card. Existe também uma outra saída: usar os dados e apostar também em serviços. Porque esse é o fio que une todas essas muitas operações que citamos aqui: os dados. É exatamente por entender os seus usuários – e também por querer captar mais informações sobre eles – que as companhias estão se aventurando em “outras águas”, unindo plataformas, serviços e experiências. O limite não existe mais, viva os novos limites.
R$ 100,00 no bolso
Sabe aquela sensação ótima de quando você veste uma calça que não usava faz tempo e descobre que tem uma nota de cem reais meio amassada ali?
Essa é a mesma sensação que algumas empresas estão descobrindo, ou podem vir a descobrir, ao olharem com calma seus ativos atuais, as mudanças no mercado e com isso descobrir que novas oportunidades estão surgindo. Quer um exemplo?
Dados e Push Notification para o Bem
Logo no início da quarentena a operadora Claro percebeu os desafios que os seus clientes B2B, principalmente os pequenos e médios, estavam passando. Encontrar e ativar clientes no momento seguinte ao isolamento era uma missão quase impossível para muitos deles. Por outro lado, a operadora tem justamente o que essas empresas precisavam, dados para encontrar e segmentar clientes, bem como capacidade de ativá-los com notificações de promoções exclusivas. Nasceu aí o Push do Bem, uma iniciativa que utilizou a tecnologia de Dados e Ativação Mobile da Hands para criar uma Plataforma que permite que os clientes B2B da operadora criem ofertas exclusivas e segmentadas para os usuários do B2C. Números? 500.000 PMEs podendo gerar promoções para cerca de 10.000.000 de usuários opt-in.
E a sua empresa, já descobriu qual pode ser a próxima casa para avançar nesse jogo? Ou pior, será que já tem alguém avançando na sua casa? Quer saber como dados e plataformas mobile podem te ajudar nesse desafio? Fale com a Hands.