Ghost Interview

America’s Next VC Investor

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Nas últimas semanas, falamos de esportistas, cantores e atores que se tornaram nomes importantes no mundo das startups de tecnologia. Havia apenas um segmento que tínhamos deixado de lado: a moda. Por isso, para encerrar a temporada do Summer Ghost, olhamos para as passarelas e para as capas de revista de moda e, ali, achamos Tyra Banks: ex-”angel” da Victoria Secret, produtora e apresentadora de televisão e, olhem só, uma investidora de tech de primeira!

Tyra tem um fundo de VC chamado Fierce Capital que, desde 2013, já investiu em uma série de startups, entre elas a Locket, que cria conteúdo personalizado e ads para tela bloqueada de celulares (e que foi adquirida pela Wish recentemente); a The Muse, uma das plataformas mais conhecidas nos Estados Unidos para recrutamento de jovens e, olha só, a The Skimmm, uma plataforma de conteúdo voltada para newsletters de curadoria de notícias (é, a gente já viu isso em algum lugar…).  Se vocês ainda acham que estamos exagerando, então vão lá falar com a direção da Universidade de Stanford, que convidou a modelo para dar aulas em um curso de branding e marketing digital por lá…


MORSE: Tyra, você saiu das passarelas, passou a ser modelo de fotos, depois virou atriz e migrou para TV, onde não só criou como também apresentou o America’s Next Top Model – considerado o reality show mais longo a ficar no ar nos Estados Unidos. Depois foi para o mundo do Venture Capital. O que te motivou a mudar tanto?!

Tyra Banks: Os pivots foram necessários para eu não me tornar obsoleta. Eu não poderia ser uma modelo para sempre. Eu precisava de um plano, e de uma mudança. As pessoas podem ser disruptivas hoje, mas amanhã sempre terá alguém para mudar o cenário todo. Então precisamos sempre ficar de olho no que está acontecendo para a gente não se tornar irrelevante. 

Fonte: Entrevista à Forbes em 12 de junho de 2017

Tyra Banks: Eu acho que foi o Steve Jobs que disse que ele chegou onde chegou não por causa das vezes que ele disse “sim” mas por causa de tudo para que ele teve que falar “não”. Logo no começo da minha carreira, quando estava fazendo catálogos para lojas de departamento, eu decidi parar apesar de ser algo que estava me pagando muito bem. Como modelo, continuei a dizer não, e meus agentes não gostavam disso, indicando que estava perdendo dinheiro ao tomar tais decisões. Mas eu tinha ideia de que ao negar alguns trabalhos eu estava me tornando uma marca. Tinha a ideia que de que alguns contratos podiam me dar dinheiro no momento, mas não seriam bons para o futuro. Meu “não” foi um investimento num futuro maior. E isso aconteceu todas as vezes que eu acabei mudando de carreira.

Fonte: Entrevista à revista Forbes em 21 de outubro de 2016

MORSE: Tyra, quais startups você investiu e o que está atrás em termos de investimentos?

Tyra Banks: Uma das minhas favoritas, se chama Muse, é uma companhia que está crescendo e ainda é fundada por uma mulher, eles são focados em recrutamento de pessoas jovens. Adoro receber os updates deles e perceber o quanto estão crescendo. Eu mantive o meu portfólio de investimentos pequenos, tenho entre 7 e 8 startups investidas, a maioria delas é fundada por mulheres, mas eu sou aberta a todo tipo de empresa.

Fonte: Entrevista ao Techcrunch em 27 de setembro de 2016

Tyra Banks: Investi recentemente na TheSkimm [plataforma de newsletters e curadoria de notícias] porque eles tem uma abordagem rápida, inteligente e forte para abordar as notícias. É uma empresa que criou uma plataforma que funciona perfeitamente com o estilo de vida corrido! 

Fonte: Comunicado à imprensa publicado pela Variety em 21 de maio de 2018

MORSE: Agora escutando o outro lado, como a Tyra é como investidora?Yunha Kim (CEO e fundadora da Locket, startup que fez parte do portfólio da Fierce Capital): Eu fiz o pitch diretamente para ela, ela fez questão de escutá-lo, e ela gostou não só da história, mas também do fato de eu ser a única mulher no time. Ela foi muito bem preparada para a reunião, com umas três ou quatro páginas de perguntas, muito parecidas com a que outros investidores já tinham feito. 

Fonte: Entrevista ao Techcrunch em 19 de novembro de 2013

MORSE: Indo para o mundo da tecnologia, você chegou a lançar um aplicativo chamado Smize, em 2012. O app tentava recriar o “sorriso com os olhos” para quem usasse a câmera, mas acabou não dando muito certo… O que você aprendeu nessa empreitada?Tyra Banks: Esse aplicativo foi uma bagunça. Uma grande bagunça!

Eu aprendi [com o app] que você precisa dar um tempo para a tecnologia ficar madura, não tem como querer fazer tudo antes. Eu consigo imaginar que, hoje em dia, ele seria um aplicativo que iria funcionar muito melhor, porque a tecnologia [de reconhecimento facial e IA] já existe. Os filtros do Snapchat são uma prova disso. Mas o Smize fazia as pessoas parecerem um alien!

Eu agora aprendi que, se o produto não está completamente pronto, tudo bem esperar. E se ele não é incrível, tudo bem descontinuar.

Fonte: Entrevista à revista Fortune em 28 de setembro de 2016

MORSE: Antes de você entrar de cabeça no mundo dos investimentos e dos negócios, você fez um MBA longo em Harvard, como essa formação te preparou para o mundo das startups?Tyra Banks: O assunto que mais me ajudou foi Marketing. E a ‘customer-centricity’ [colocar o usuário no meio de tudo]. Isso abriu a minha cabeça para entender sobre público-alvo, sobre empresas.

Meu professor de marketing na HBS até usou o America Next Top Model como exemplo para mim. Ele estudou como o público-alvo do programa, que no começo era para meninas de 15 a 18 anos, migrou para mulheres mais velhas e chegou, até mesmo, nos homens gays. Para ele isso era algo muito bom. Para mim, ficou a lição de que se você pensar psicologicamente e não demograficamente, amplia muito as audiências. 

Fonte: Entrevista à Fast Company na edição de Novembro de 2014

MORSE: Para finalizar, no America’s Next Top Model, você sempre deu dicas de como ser a melhor modelo possível. Então, vamos pedir a dica para o mundo dos negócios, afinal, o que torna alguém um bom líder?

Tyra Banks: Ser um bom líder é ser a pessoa mais burra da sala. O que significa, saber um pouco sobre o que cada um da sala está fazendo, mas, ao mesmo tempo, dar permissão para que elas façam o que precisam fazer. Você não precisa ser o expert, mas pode liderar experts. Um bom líder dá espaço para que as pessoas executem.

Fonte: Entrevista à revista Money em 5 de abril de 2018

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