Morse News
A Voz da Razão
Os números falam alto, mas não são o ponto mais interessante quando o assunto é tecnologia de voz, isso porque essas assistentes acrescentam um canal novo de interação com o Mobile e abrem a porta para a entrada de vários grupos de pessoas no mundo digital. E, se tem uma lição que o mundo Mobile ensinou para gente é: onde tem experiência nova, tem audiência nova e, onde tem audiência nova, tem oportunidade para se encontrar formas mais inteligentes de se fazer negócios.
Na semana em que o primeiro celular com tela dobrável é lançado, falar de novas interfaces para se usar o Mobile parece até estranho. Mas a voz é uma fronteira dos smartphones: os assistentes de voz em smartphones, como a Siri, chegaram a 1 bilhão de aparelhos e, só nos Estados Unidos, tiveram 90,1 milhões de usuários por mês durante 2018. E a tendência é de crescimento! Alguns analistas do mercado apostam que, até 2020, metade das pesquisas da web serão feitas utilizando a voz. O que isso quer dizer?
Polifonia
Como interface, a voz traz comodidade: falar comandos que serão respondidos no celular é muito bom quando está dirigindo ou com as mãos ocupadas em casa. Para pessoas com deficiência, no entanto, essa tecnologia significa inclusão, pois dá chances de interagir com o digital de forma não visual e não táctil.
No caso da deficiência visual e de doenças que afetam a capacidade de visão, que atingem 285 milhões de pessoas no mundo, a voz já é a principal interface de uso de devices, com a massificação dos aparelhos e os sistemas de entendimento de discurso apurado eles só têm a ganhar. “Por meio de assistentes de voz, você consegue acessar a sites e apps de maneira muito mais fácil e até 10 vezes mais rápida”, disse o especialista norte-americano Bill Boules.
O mesmo acontece com pessoas com deficiências motoras ou com pessoas que possuem doenças crônicas que impedem o uso dos dedos por muito tempo, como o reumatismo. As fronteiras da voz são maiores e podem atingir grupos de pessoas de maneiras que os especialistas nem imaginavam. É o caso de quem tem autismo. Nos Estados Unidos, já há relatos de que a Alexa ajudou crianças com autismo a desenvolver linguagem e algumas habilidades sociais. Isso é possível porque a assistente da Amazon está sempre “disposta” a responder questões e a repetir músicas sem mudar o tom de voz ou “perder a paciência”, o que deixa algumas crianças autistas mais a vontade para a interação.
Para todas as idades
A inclusão etária também entra na conta do áudio. A projeção de analistas é que, em 2018, 7 milhões de idosos usaram assistentes de voz pelo menos uma vez no mês nos Estados Unidos. Outra pesquisa, desta vez feita dentro de uma casa de repousos norte-americana, indicou que 75% dos idosos utilizaram assistentes de voz todos os dias e se sentiram mais conectados.
“Idosos são vistos como o pessoal de cabelo branco com andadores, mas eles gastam dinheiro com viagens, com estudos e com aparelhos que os conectem com as suas famílias. Tem muita oportunidade nesse meio”, afirmou Heidi Culbertson, CEO da Marvee. Apenas no Brasil, há 30,5 milhões de idosos.
Outro grupo de pessoas que pode ser incluído digitalmente com os assistentes de voz: analfabetos e analfabetos funcionais – no Brasil, são 38 milhões de pessoas. Num mundo com reconhecimento de voz, o analfabetismo “não precisa ser mais uma barreira para uma vida decente”. “Apenas ao dar comandos por voz a um telefone, um grupo de quase 781 milhões de adultos no mundo pode ter acesso a serviços básicos como contas no banco, e, até mesmo, a entretenimento que existe na web”.
Toy Story
De todos os grupos, as crianças são aquelas que mais se sentem a vontade falando com assistentes de voz. Por ser uma comunicação fluída e direta com os devices, ela é, de fato, muito boa para estimular os pequenos. Com isso em mente, ex-executivos da Pixar criaram a Pullstring, uma startup que fazia aplicativos de voz para brinquedos (inclusive o Hello Barbie, que ficou famosinho lá em 2015).
O desafio de entender o discurso de voz das crianças e responder a elas no tom correto foi tanto, que a Pullstring acabou utilizando inteligência artificial e se tornou especializada no assunto. Por que estamos falando dela aqui? Na semana passada, a empresa foi adquirida pela Apple por um valor “maior do que 30 milhões de dólares” (alguns falam em 100 milhões de dólares).
New deals
Num primeiro momento, as grandes empresas se movimentam em favor de aumentar a acessibilidade de seus sistemas de voz. Mas o território tanto da acessibilidade quanto da inclusão digital tem sido tomado por startups e novos negócios. A Amazon, por exemplo, tem um “Alexa Fund”, fundo de 100 milhões de dólares para aceleração de startups com propostas para sistemas de voz.
Para quem não trabalha diretamente com tecnologia, a interface de voz significa a entrada de uma leva nova de usuários no mundo Mobile. O que eleva a necessidade de segmentação da audiência e de entender quem é esse público tão diverso. Há indicação de que as buscas por voz tendem a ser três vezes mais voltadas para conteúdo local e que 20% das pesquisas por voz procuram por conteúdos específicos mais do que produtos ou serviços.
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