Morse News
It’s Super Bowl time!
Não seria uma surpresa falar da importância do Super Bowl para a publicidade mundial: para vocês terem ideia, só este ano o espaço de 30 segundos do intervalo do jogo estava no valor de US$ 5,6 milhões! O que tem sido uma grande mudança é o quanto o evento esportivo tem mostrado a força de duas tendências tecnológicas que amamos aqui no MORSE: Mobile e Big Data!
Live from Miami
Quando a bola oval começar a rolar no dia 2 – mais conhecido como, daqui a dois domingos, pelo menos 7 milhões de norte-americanos vão assistir o jogo via streaming e, pelo menos 11% dos telespectadores totais estarão sentados, confortavelmente, acompanhando o game nos seus celulares. De acordo com pesquisa da AdColony, mesmo aqueles que optarem por assistir na televisão (seja ela smart ou não) ou no computador, deverão utilizar o smartphone durante o jogo – mais da metade dos respondentes da pesquisa afirmou assim, pelo menos. Outra coisa que a AdColony mostrou foi que a fatia da TV Linear na preferência dos fãs do SuperBowl tem caído a cada ano. E isso significa muito quando falamos do mundo da TV On Demand, uma vez que a programação ao vivo ainda é uma grande barreira que os streamings precisam ultrapassar.
Mobile Touchdown
Quem optar por ir até o Sun Life Stadium, em Miami, também vai ter que sacar o celular, pelo menos se quiser assistir ao jogo mesmo. Isso porque a NFL está finalizando a implementação de um sistema extensivo e exclusivo de Mobile Ticketing. Neste ano, serão 100 mil, mas é esperado que até ano que vem, todos os ingressos sejam Mobile. A gente poderia escrever pelo menos 2 newsletters sobre como o ticketing via smartphone traz conforto e conveniência para toda a cadeia, mas a razão da NFL para estabelecer essa tecnologia é outra, e a gente vai deixar um analista escutado pelo Yahoo Sports falar no nosso lugar: “Dados, dados, dados. Controle. E dinheiro. Os preços poderão ser mais altos. A NFL vai controlar o inventário”.
O time do Vale do Silício
Se a NFL quer mesmo conhecer quem vai aos estádios, deveria perguntar o caminho das pedras para um dos times que jogará o Super Bowl desse ano. O San Francisco 49ers está mostrando o poder do Vale do Silício no mundo dos games: além de ser um dos grandes times a usar analytics para alterar suas estratégias em campo, o 49ers usa análise de big data para melhorar a experiência de seu estádio. O Levi’s Stadium, do time californiano, usa um sistema de tracking em tempo real para analisar como os fãs do time estão durante o jogo, assim conseguem ver e consertar os gargalos da infraestrutura do estádio, bem como detalhes da experiência, como o atendimento. Além disso, o 49ers ainda conta com um aplicativo chamado ‘HappyOrNot’, que coleta feedback em tempo real dos fãs – nele os usuários podem avisar se algum banheiro, por exemplo, não está funcionando.
Com esses dois sistemas, eles conseguem coletar dados valiosos para melhorar não só o estádio em si, como também a receita do time em vendas dentro do espaço. “É um trabalho em progresso que continuamos a refinar. Planejamos, eventualmente, usar machine learning e análise preditiva [para entender os fãs]”, disse o diretor de BI e analytics do time (e, olha só, ex-Google), Steve Chan.
Uma fantasia de dados
Os times não precisam estar localizados no coração do Vale do Silício para entrarem nesse negócio de análise de dados. No ano passado, a gente falou por aqui no Morse sobre como os dados em tempo real estavam mudando o dia a dia dos times de futebol americano. Pois então, de lá pra cá, a NFL estendeu o contrato com a Zebra Technologies, responsável pelos chips que captam informações dos atletas durante o game e estabeleceu o Next Gen Stats, uma plataforma onde tanto times quanto usuários de fantasy games (onde o usuário vira o “técnico” de um time digital composto por jogadores da vida real) podem ver os dados em tempo real. O negócio tá fazendo tanto sucesso que, no final de 2019, a Adobe lançou uma ferramenta de analytics (que usa, inclusive, inteligência artificial, mas esse é outro papo) apenas para fãs desse tipo de jogo online usarem.
Aqui é Gol!
Que tal deixar o futebol deles de lado um pouco e falar do nosso? Isso porque, bem, por aqui os tais fantasy games também estão trazendo algum sucesso. E no core disso está exatamente o uso de dados, como nos explicou Pedro Santos, o CGO e sócio-fundador do Scoutz, fantasy game de futebol que será lançado no mês que vem. Sem as informações dos jogadores, o game simplesmente não funciona – ou fica simples demais para a audiência atual, disse Santos. O que significa que, os dados esportivos que antes eram usados para estratégica dentro dos times, chegaram ao entretenimento de vez. Santos aponta que, num futuro próximo, tais dados poderão criar novas fontes de receitas para os próprios times. “O esporte vai mudando aos poucos. O direito de transmissão, por exemplo, nem existia, até a receita chegar a um ponto que obrigou os times a discutirem. Agora a discussão está nos direitos para as apostas. Na Copa passada, as apostas levantaram 10 vezes mais dinheiro que a Fifa. Imagino que as discussões sobre os Fantasy Games também chegarão [nos times]. Vai demandar uma discussão, mas os times têm interesse em linhas de receita que não a TV, porque ela está ficando obsoleta”, disse Santos.
É bom lembrar…
Estamos falando, lógico, do Cartola FC da Globo. O jogo que, em 2019, arrecadou mais de R$ 17 milhões para a Globo também tem estimulado o mercado “paralelo” de análise de dados. Sites como o Cartola Analytics, ou o Sofá Score dão ferramentas dignas de um BI para quem quiser levar a sério o game. E não é só isso, a própria Globo tem utilizado o site para entender melhor, e de maneira mais granular, como é a audiência de esporte na televisão aberta. Um gol de placa do analytics, não?!
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