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A pluralidade dos negócios
Nós profissionais podemos ser várias coisas, certo? Uns podem ser consultores ao mesmo tempo que tocam seus próprios negócios, uns empreendem ao mesmo tempo que criam conteúdo em suas redes sociais, uns atuam em marketing ao mesmo tempo que são entusiastas de tecnologia. Em “multifoco ou perda de foco?” falamos sobre como as múltriplas carreiras vem moldando o mercado e profissionais. Mas e as empresas? Elas podem ser múltiplas também? E o quanto isso é estratégico vs perda de foco?
Nesta semana tivemos a notícia de que o Nubank entrou para o segmento de telecom com o anúncio do Nucel, seu primeiro serviço de telefonia móvel. Com esse movimento, a empresa entra de vez na ideia de um ecossistema que acompanha seus clientes em diferentes aspectos de suas vidas, oferecendo soluções diversas.
Outras empresas também estão adotando essa abordagem de ampliar suas ofertas, criando novos negócios que, à primeira vista, podem parecer bem diferentes do core business, mas que, no fim das contas, se complementam e até fortalecem a percepção da marca. O iFood é um exemplo: começou como um aplicativo de delivery de comida, mas hoje oferece até serviços financeiros para seus parceiros e restaurantes. A ideia é que, ao melhorar as condições financeiras dos restaurantes, o iFood ajuda a elevar a qualidade do serviço de entrega e, claro, fideliza os parceiros em seu ecossistema.
A Magazine Luiza, que iniciou sua jornada como uma rede de lojas de eletrodomésticos, hoje atua em uma variedade de segmentos — oferece soluções em logística, crédito, seguros e até produtos financeiros digitais. Em outras palavras, ela evoluiu de uma varejista tradicional para uma plataforma que ajuda o cliente a resolver diversos problemas em um só lugar.
Para o cliente, essa pluralidade de negócios é um presente. Imagine o cenário: você, cliente de um banco digital, não precisa mais buscar uma outra empresa para cuidar da sua telefonia, nem precisa trocar de aplicativo para conseguir um empréstimo para o seu negócio. As empresas, ao diversificarem suas ofertas, conseguem simplificar a experiência do consumidor, integrando serviços que facilitam o dia a dia e oferecem uma solução mais completa. Essa praticidade, no fim das contas, cria laços mais fortes com o consumidor, que encontra em uma única marca um conjunto de soluções que se conectam. Além disso, com mais serviços sob um mesmo guarda-chuva, o cliente tende a se beneficiar de uma experiência integrada, com um suporte mais unificado e, muitas vezes, com um custo reduzido em comparação à contratação de serviços de empresas distintas.
Mas é claro que não há estratégia sem risco, e a pluralidade nos negócios não é diferente. Quando uma empresa decide expandir suas operações para áreas completamente novas, ela precisa de uma estrutura e de um planejamento muito bem definidos. Se não houver essa base sólida, o risco de dispersão de foco é real. Imagine uma empresa que construiu sua reputação em um tipo de serviço e, ao expandir para uma área completamente nova, começa a perder a qualidade no produto inicial. Esse movimento pode não só causar uma queda na qualidade dos serviços, mas também desgastar a relação com os clientes que, de repente, começam a sentir que o negócio principal perdeu atenção. A falta de alinhamento entre as novas e as antigas operações também pode gerar atritos internos, complicando a operação no dia a dia e sobrecarregando as equipes com demandas que fogem de sua expertise.
A pluralidade nos negócios, portanto, é uma poderosa ferramenta de crescimento, inovação e fidelização, mas exige equilíbrio. A empresa precisa saber até onde pode ir e o que realmente faz sentido para sua marca e seu público. Em um mercado cada vez mais competitivo e cheio de opções, as empresas que conseguem navegar bem essa pluralidade saem na frente, oferecendo experiências ricas, diversificadas e, ao mesmo tempo, consistentes para os seus clientes.
Afinal, a expansão é uma oportunidade de se tornar mais presente na vida do consumidor, mas, para isso, é essencial que cada passo seja bem pensado, para que a pluralidade nunca signifique perda de identidade e de valor.
E você, já pensou em como seu negócio pode ser plural?
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