Se você comparasse a sua carreira ou o seu negócio com uma viagem pelo oceano, você seria o tipo de navegador que segue fixamente seu destino, seguindo a rota pré estabelecida, tendo o seu sucesso pautado em sua capacidade de enfrentar as ondas, ventos e correntezas para conseguir chegar lá ou você seria o navegador que teria como foco desbravar algum lugar novo, e adaptaria continuadamente, desviando das ondas, ventos e correntezas, e tendo o seu sucesso pautado em descobrir algum novo lugar ou uma nova rota para chegar aos locais já conhecidos?
Pois bem, no mundo dos negócios também existem estes dois paradigmas distintos: seguir a sua carreira e negócio com uma bússola, seguindo uma rota pré definida de forma consistente e concreta, ou permitir-se ser levado pelos ventos e ondas que surgem pelo caminho, onde o destino se desenha conforme as forças externas. Essas abordagens representam diferentes filosofias de carreira (e também de negócios) e têm implicações profundas na realização profissional e na forma como o seu negócio pode crescer e se estruturar.
A Bússola: A estratégia que define o rumo
Optar por uma vida profissional guiada por uma bússola implica em ter uma direção clara e um destino definido. Isso significa estabelecer metas a longo prazo, desenhar de forma clara a sua visão de carreira e tomar decisões alinhadas com esses princípios. Olhando para os negócios, este modelo não abre mão do rumo, ou seja, define com antecedência onde a empresa ou o profissional chegará e estabelece suas estratégias conforme o destino já pré estabelecido.
Um dos benefícios dessa escolha é a “sensação de controle” sobre a própria carreira ou negócio. A bússola funciona como um guia constante, permitindo que o profissional e empresa façam escolhas fundamentadas, resistindo às influências externas que poderiam desviá-lo do foco e caminho pré estabelecido, além de dar uma visibilidade de onde a pessoa ou empresa está nessa jornada, quanto já percorreu e quanto falta para chegar. Isso não impede a flexibilidade, mas a flexibilidade é moldada de acordo com o destino ou objetivo maior, e ao saber.
A desvantagem pode estar em acabar gastando recursos ou esforços excessivos para enfrentar um desafio que poderia ser simplesmente contornado, encontrando novas rotas e oportunidades nas quais o mesmo esforço poderia trazer maiores ou melhores resultados.
Ventos e Ondas: A Adaptabilidade como Estratégia
Por outro lado, uma vida profissional e um negócio que se deixa levar pelos ventos e ondas é caracterizada pela adaptabilidade e pela abertura a oportunidades inesperadas. Essa abordagem pode ser mais reativa, respondendo às circunstâncias em vez de seguir um plano estritamente definido. Quem opta por esse caminho pode explorar diversas áreas e experimentar diferentes setores, absorvendo experiências diversas.
Um negócio que tem como estratégia essa navegação busca entender e adaptar suas soluções e escolhas com base nos ventos e ondas do mercado, nas tendências e escolhas do consumidor, e tem uma adaptabilidade e flexibilidade muito maior. É claro que negócios e profissionais que buscam navegar trazem consigo valores e propósitos que também os ajudam a ditar seu caminho e escolhas, ou seja, um mínimo direcionamento estratégico. Essa abordagem oferece a oportunidade de aprender com a imprevisibilidade. Os profissionais que navegam pelos ventos e ondas desenvolvem habilidades de adaptação, resiliência e pensamento rápido. Eles aprendem a prosperar em ambientes desafiadores, onde a única constante é a mudança.
Essa flexibilidade, no entanto, traz consigo desafios. A falta de uma bússola clara pode levar a uma sensação de falta de rumo ou instabilidade muitas vezes. A carreira pode parecer caótica, com mudanças frequentes de direção e um destino incerto. Para alguns, essa incerteza é emocionante e estimulante pois podem surgir “ventos e ondas” que os levem para lugares fantásticos.
Direcionamento vs Adaptabilidade
Estas diferentes estratégias, é claro, são utilizadas conforme a estrutura e características do negócio. Empresas que são obrigadas a apresentar um direcionamento estratégico mais consistente, para fundos e investidores por exemplo, ou que possuem estruturas e governanças maiores podem optar pela primeira abordagem de bússola para guiar todo seu escopo. Já empresas que buscam compreender o mercado constantemente, muitas vezes startups, e áreas da tecnologia, consumo, ou marketing, por exemplo, podem se guiar pela segunda abordagem como um mecanismo de crescimento conforme a demanda e adaptação que estas podem ter conforme o seu rumo.
Da mesma forma para a visão de carreira. Um profissional que deseja estabilidade ou um cargo específico em sua jornada pode construir um plano focado nestes objetivos, já um profissional que se sente empolgado por novidades e mudanças conforme a trajetória, pode navegar e encontrar territórios interessantes para prosperar.
O ponto é que nenhuma das estratégias está certa ou errada, são filosofias diferentes e que uma pode complementar a outra em diferentes estágios do seu negócio ou da sua carreira.
Bússola e Ventos
A escolha entre seguir uma bússola ou se deixar levar pelos ventos não é uma dicotomia rígida. E existem negócios e carreiras muito bem sucedidas nas duas abordagens.
A verdade é que muitas carreiras e negócios encontram um equilíbrio entre essas abordagens, incorporando elementos de planejamento estratégico e flexibilidade adaptativa. Encontrar esse equilíbrio pode permitir que os profissionais capitalizem as oportunidades que surgem enquanto ainda mantêm um senso de propósito e direção.
Independentemente da abordagem escolhida, a reflexão constante sobre as escolhas e a disposição para ajustar o curso quando necessário são elementos essenciais, ainda mais em um mercado em constante mudança e rodeado de novas tecnologias e recursos. Uma bússola precisa ser recalibrada de tempos em tempos, e os navegantes dos ventos e ondas precisam estar atentos às “mudanças no clima”.
A diferença entre uma vida profissional ou negócio que segue uma bússola para os que se deixam levar pelos ventos reside na abordagem de cada um. Em uma abordagem você enfrentará muito a pergunta “Qual a melhor forma de enfrentar esse desafio?” na outra a pergunta será mais como “Precisamos mesmo enfrentar esse desafio?”.
A chave está em entender as próprias motivações, valores e metas, e ajustar o curso de acordo com as condições externas. Seja navegando com uma bússola firme ou dançando ao ritmo dos ventos, a jornada profissional é, afinal, uma busca contínua por crescimento, realização e significado.
