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Facebook cai e a internet cai junto. Por que?!

O que a queda dos servidores do Facebook significa para os negócios. E as perguntas que deveríamos nos fazer.

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Os serviços do Facebook caíram nesta segunda-feira, um apagão que durou um pouco mais de uma tarde e impactou mais de 3 bilhões de usuários pelo mundo. Porque, sim, os cálculos são de que Instagram, Facebook, WhatsApp e Messenger tenham, juntos, 3,5 bilhões de usuários ativos mensais. Aqui vamos falar um pouco do que rolou. 

O sistema é f*da, parceiro

O problema começou quando faltavam 15 minutos para 12h na Costa Leste dos Estados Unidos, 12h45 pelo horário de Brasília. Segundo especialistas, a razão para a queda está no DNS, o protocolo que transforma o domínio do site em endereço real buscável em bancos de dados. Em outras palavras, o DNS é o sistema que “localiza”, traduz e conecta os sites à internet. Foi como se o Facebook não existisse para os servidores, que não conseguiam achar o código para o domínio. 

Por algumas horas, inclusive, o domínio do Facebook ficou aberto, como se ele não existisse, algumas pessoas tentaram comprá-lo. Depois de quase cinco horas de queda, eles conseguiram voltar depois de um reset manual do sistema (sim, gente, alguém foi lá desligar o botão do servidor geral, parece até brincadeira). E, internamente, a queda levou até mesmo a funcionários não conseguirem acessar o sistema no Facebook, sem conseguir entrar nos prédios! 

Segundo o Facebook, o culpado foi uma mudança nas coordenadas de infraestrutura de tráfego do site, que acabou cascateando para todos os data centers da empresa.

Terremoto para os negócios

Logo depois das informações sobre a queda dos servidores, pipocaram notícias do quanto as ações do Facebook caíram. O cálculo de quantos bilhões de dólares Mark Zuckerberg estava perdendo a cada hora do Facebook fora do ar também foi assunto de publicações mil nas redes sociais que sobraram. E, por mais que seja uma conta inusitada de se fazer, para a gente, o que importa mais é tentar entender o quanto o mercado perdeu nestas horinhas sem Instagram, Facebook e WhatsApp.

O New York Times falou sobre empresas de todos os lugares entrando em algo perot de pane. Um exemplo foi a HUH Clothing, startup de venda de roupas irlandesa que perdeu milhares de vendas sem o Instagram no ar. “Pode não parecer muito para uma grande empresa, mas quatro ou cinco horas em vendas pode ser a diferença entre pagar ou não a conta de luz e o aluguel do mês”, comentou Mark Donnelly, fundador da HUH Clothing. Outros ouvidos pelo jornal consideraram a situação assustadora, já que muitos contam com uma ou duas das plataformas do Facebook para ganhar dinheiro. 

Aqui no Brasil, as histórias de empresas dos mais variados setores foram as mesmas. Foram restaurantes que ficarem sem ter forma de falar com clientes; prestadores de serviços sem conseguir agendar suas conversas; e até mesmo varejistas que ficaram sem vender, perdendo dois dos seus canais importantes de comércio. O presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), Eduardo Terra, afirmou ao Estadão que foram três os maiores impactos no varejista brasileiras: além da perda das vendas que vem diretamente do Instagram e do Facebook, há também a perda de venda por WhatsApp. “No caso dos varejistas [de moda] perdeu-se venda por impulso apenas. Já no setor de serviços, a venda não se recupera, não se estoca serviço”, disse.

Pressão em Zuck

Além das explicações técnicas, existe uma pergunta muito contundente que muitos já tinham se feito antes, mas que acabou sendo sublinhada quando o sistema estava fora do ar: uma empresa deveria ter esse poder todo? Quando uma falha técnica de uma companhia faz com que milhares de empresas pelo mundo simplesmente parem suas operações porque não tem mais um canal de comunicação, mercado como aconteceu nesta segunda-feira, está na hora da gente se questionar sobre a razão do nosso mercado estar apoiado em poucos pilares. 

Nesta segunda-feira mesmo, a congressista norte-americana Alexandra Ocasio Cortez levantou a bola, falando que essa queda do sistema do Facebook só mostra os perigos de uma empresa dominar tantas áreas vitais no mercado digital. A gente sabe que Mark Zuckerberg está passando por três processos judiciais encabeçados por agências do governo norte-americano, que questionam se o Facebook opera ou não como um monopólio, machucando a competição do ecossistema digital. Num desses processos, há o pedido para que o Facebook divida as suas operações do Instagram e do WhatsApp, por considerar que são serviços que ocupam espaços diferentes no dia a dia das empresas, podendo se tornar via única para muitos empreendedores e impedindo a entrada de novos players. Vimos ontem que essa realidade não é tão exagerada assim.

Em paralelo a isso, e quase que ironicamente, no final desta segunda-feira, logo após de fazer os servidores voltarem a funcionar, o Facebook entrou com documentação para se defender de um dos processos de monopólio, exatamente este que pede que ele se divida. O processo, encabeçado pela Federal Trade Comission, acusa o Facebook de monopólio. Segundo a defesa de Zuckerberg, há uma forte concorrência no mercado, com a entrada do TikTok e de outros aplicativos que chamam atenção dos usuários, o que impede que o Facebook seja considerado um monopólio. 

Marketplaces & outros palyers

Atualmente, quase 40% de todo o orçamento de ads digitais se concentra no Facebook e no Google. Essa conta sozinha não mostra as outras formas que as marcas estão presentes e quase dominam os canais de comunicação das marcas.  Por isso, quando falamos aqui no Morse sobre a entrada de novos players no mercado de ads e de mídia, como o caso da Amazon, do Mercado Livre, da Magalu, do PicPay e de outras fintechs, também estamos falando sobre diminuir o risco de um colapso do mercado como um todo, presos a uma ou duas únicas opções.

A pergunta que queremos deixar aqui é: sua marca ou seu negócio está preparado para mais uma tarde ou um dia inteiro de queda nos servidores do Facebook?

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