Ghost Interview
Humor com Jennifer Aaker!!!!
Autora do livro ‘Humor, Seriously: Why Humor Is a Secret Weapon in Business and Life’
A Dra. Jennifer Aaker é professora da General Atlantic na Stanford Graduate School of Business e especialista em como o propósito e o significado moldam as escolhas individuais e como a tecnologia pode impactar positivamente o bem-estar humano e o crescimento da empresa. Seu trabalho foi amplamente publicado nas principais revistas científicas e apresentado no The Economist, The New York Times, The Wall Street Journal, The Atlantic e Science. Junto com Naomi Bagdonas, lançou o livro Humor, Seriously: Why Humor Is a Secret Weapon in Business and Life Baseando-se em anos de pesquisa de campo e workshops em sala de aula, as autoras explicam a teoria do humor — o que é, como funciona e por que os líderes empresariais precisam dela. No último Morse Trends trouxemos o Humor como forma de engajar e conectar. E trouxemos a provocação: A sua marca sabe ser divertida?
Jennifer, nos conte um pouco a sua história e como foi parar o Humor nesta história?
Eu estudei em Berkeley. Acadêmicos não é um campo conhecido por seu senso de humor, nem nunca fui conhecida por meu senso de humor. Fui classificada como a pessoa menos engraçada da minha família, cerca de cinco vezes seguidas, incluindo o cachorro. E, portanto, sim. Basicamente, cerca de 10 anos atrás, comecei a ver algumas pequenas histórias de diferentes líderes ou pessoas que realmente conseguiram coisas realmente notáveis usando o humor. Então, fiquei muito interessado nessa ideia de que o humor não é algo que pode distrair de seus objetivos ou ser ineficiente ou bobo, mas, na verdade, pode melhorar seus objetivos. E foi isso que me colocou nesse caminho para tentar entendê-lo. E foi quando conheci Naomi.
Você já mencionou sobre o ROI (Retorno sobre Investimento) do Humor. Como é isso? Pode nos trazer dados?
O humor tem um impacto substancial em muitas das variáveis dependentes que analisamos de uma perspectiva de negócios. Por exemplo, líderes com senso de humor – qualquer senso de humor, nem mesmo um bom senso de humor – são 27% mais motivadores e inspiradores. Seus funcionários ficam 15% mais engajados quando trabalham com eles. E suas equipes são duas vezes mais criativas quando avaliadas quando resolvem um desafio de criatividade.
Mas o retorno também pode vir de forma financeira, certo?
Se você não se importa com motivação, admiração ou criatividade, pode gostar de saber que o humor o tornará mais rico. Um de nossos estudos favoritos mostrou que, se você adicionar uma linha simples e alegre ao final de um discurso de vendas – como “Esta é minha oferta final. E eu vou jogar meu sapo de estimação” – os consumidores são muito mais propensos a realizar a compra. É isso mesmo, uma piada ruim de pai pode lhe render um preço 18% mais alto.
Em um tweet, por que o humor é importante em uma conversa?
Há pesquisas que mostram quando você apenas ri um pouco, que as pessoas revelam muito mais informações pessoais. Quando vocês compartilham informações um sobre o outro depois de rirem juntos, as pessoas tendem a ser mais confiantes e muito mais abertas. E isso muda completamente a conversa subsequente e o quão produtiva ela é.
Você fez algumas pesquisas sobre admiração e como isso nos afeta. Você pode falar um pouco sobre isso?
O trabalho de admiração e tempo é feito com Melanie Rudd e Kathleen Vohs e é baseado na dissertação de Melanie. Uma razão pela qual começamos a examinar a admiração é que é uma emoção pouco estudada – particularmente em relação à felicidade. Uma segunda razão é que ela tem consequências únicas. Quando você sente admiração, está experimentando uma emoção positiva que parece vasta e grande e, como resultado, é capaz de alterar a visão de mundo de alguém. Nossos estudos se concentram nos efeitos da admiração sobre como as pessoas podem alterar seu senso de tempo – ou seja, a maneira como percebem e usam o tempo. Mostramos que quando as pessoas sentem admiração, elas sentem que têm mais tempo disponível em suas mãos. E, como resultado, eles estão mais dispostos a se voluntariar para ajudar os outros e dedicar tempo aos outros. Eles também tendem a fazer escolhas de produtos muito diferentes, preferindo produtos experimentais a produtos materiais. Eles até experimentam um aumento na satisfação com a vida.
Como você sabe quando e como injetar humor em uma situação de trabalho?
A tipologia ilumina os riscos naturais que as pessoas sentem ou experimentam quando usam o humor no trabalho. Stand-ups, por exemplo, tendem a provocar os outros, quase como um sinal de que “eu gosto de você”. Mas essa franqueza pode ferir os sentimentos daqueles com diferentes estilos de humor. Os namorados podem ser mais discretos em seu estilo de humor, mas geralmente estão tão focados em elevar os outros que podem exagerar na autodepreciação. Em níveis mais altos de status em uma organização, a autodepreciação é uma ferramenta realmente poderosa. Mas em níveis mais baixos, pode realmente ser um bumerangue. Para usar o humor de forma autêntica no trabalho, você precisa entender não apenas seu próprio estilo de humor, mas também o de sua equipe.
O que você mais te surpreende neste trabalho que entende o humor na percepção de neurociência e também de negócios?
O que é realmente poderoso é que todo esse trabalho de neurociências, ciências sociais, todas essas coisas em que Naomi e eu nos aprofundamos na última década, não se trata apenas sobre ter senso de humor e não se levar muito seriamente. Isso realmente permite que você mitigue os outros. Porque quando você tem esse senso de humor e mentalidade de leviandade, você é capaz de assumir riscos mais ousados. Você se sente mais autêntico. Você pode “ler melhor a sala” também.
É possível aprender a ter humor? Qual a sua visão?
Nossa pesquisa mostra que o humor é uma habilidade que pode ser aprendida. Todos nós temos senso de humor e, usando a tipologia do humor, podemos entender o senso de humor dos outros. Podemos aprender a ser engraçados com os outros, especialmente comediantes.
O poder do humor não é apenas construir laços ou estimular a criatividade ou aumentar o status ou mesmo melhorar a resiliência e o bem-estar mental. Trata-se de encontrar um equilíbrio entre gravidade e leveza e dar poder a ambos.
Qual é a coisa mais comum que as pessoas estão fazendo de errado em termos de suas vidas serem mais felizes ou mais significativas? Quais são os erros que a maioria das pessoas comete no dia a dia?
Estou convencida de que as questões (a) o que é realmente significativo e (b) como você gasta seu tempo são filtros úteis pelos quais você pode tomar melhores decisões. No entanto, a pergunta ‘O que é significativo para mim?’ é difícil de responder. Como você começa a entender essa questão? Alguns novos estudos sugerem que, se passarmos o tempo pensando nas histórias de nossas vidas, essa pode ser uma maneira mais eficaz de descobrir o que é significativo e o que não é. Por exemplo, se você fizer às pessoas perguntas simples como ‘Conte-me uma história do seu dia’ ou ‘Conte-me as 10 principais histórias que definem sua vida’, você pode fazer com que as pessoas pensem mais sobre o que é significativo para elas. Uma hipótese é que, ao fazer isso, você fará escolhas e tomará decisões de uma forma que pode ser não apenas mais sábia, mas também potencialmente mais interessante, distinta e impactante.
O que as pessoas podem fazer de forma simples e acessível para torná-las mais felizes ou ter uma vida mais significativa?
Um exercício útil é fazer uma auditoria de como você está gastando seu tempo. Até que ponto a forma como o seu tempo está sendo gasto está alinhada com a forma como você deseja gastar o seu tempo? Curiosamente, muitas vezes pequenas mudanças em como você gasta seu tempo têm um impacto maior em sua felicidade final do que você imagina.