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GHOST INTERVIEW #11 | No telefone de Marissa Mayer

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Wonder Woman in Tech

Amanhã é dia das mulheres e a presença feminina no mundo da tecnologia tem crescido cada vez mais. Como não é possível falar com cada uma das engenheiras, cientistas de dados, designers ou executivas do Vale do Silício, resolvemos fazer a Ghost Interview dessa semana com uma das pioneiras do posicionamento Mobile e Data Driven no mundo da internet: Marissa Mayer, a ex-CEO do Yahoo! e a atual fundadora da Lumi Labs.

Mayer é conhecida por ser a principal responsável por trazer a abordagem data-driven para o design do Google (ela foi a primeira engenheira da empresa, lá em 1999), o que a fez ganhar espaço no mundo web. Em 2012, depois de ter papel chave na criação de ferramentas como o GMail e o Maps, Marissa foi chefiar o Yahoo!.

No Yahoo, já como CEO, a carreira de Marissa teve algumas controvérsias, mas o fato é que, sob a sua tutela, a companhia entrou de cabeça no mundo Mobile.  De qualquer forma, Marissa é uma das executivas de responda quando o assunto é Mobile e Big Data. 

Data Lady

Eu amo tecnologia e não acho que é um tema que deveria ser dividido por gêneros. Existem uma série de contribuições que ainda precisam ser feitas para a igualdade de gêneros. Eu tenho visto estudos que mostram que meninas são desestimuladas a aprender matemática e ciência durante o Ensino Fundamental e o Ensino Médio. Eu sempre gostei de matemática e ciência e não via isso como algo ruim, e agora uma das minhas lutas é tirar esse estigma negativo para garotas.

Eu queria ser médica e cheguei entrar na faculdade, mas as aulas e o tema não me intrigaram tanto. Eu só comprei um computador na minha primeira semana na Stanford, meu primeiro, inclusive. Eu tive que ser ensinada o mais básico, tipo, como ligar a máquina, como usar o mouse.

Na primavera seguinte eu comecei a ir nas primeiras aulas de ciência da computação. Então achei uma graduação completamente diferente e intrigante chamada “sistemas simbólicos”, que misturava filosofia, psicologia cognitiva, linguística e ciência da computação, curso que eu acabei seguindo.

(Entrevista à Newsweek, em 22 de dezembro de 2010)

Eu gosto de ser data-driven, mas eu não ignoro o instinto humano da decisão. O meu processo decisório, muitas vezes, é de me afundar nos dados, entendê-los muito bem, e, só assim, bem informada, decidir baseada no instinto.

(Podcast Masters of Scale, 8 de agosto de 2018)

O número de smartphones triplicou nos últimos cinco anos, ou seja, o Mobile é uma mudança vinda dos usuários para a indústria. Mas volto um pouco para a pesquisa online, o mais interessante é que as pesquisas online antes eram algo que acadêmicos e pessoas curiosas faziam, depois se tornou um hábito diário. E eis a questão do Mobile: o que as pessoas fazem em seus smartphones tendem a se tornar hábito diário mais rápido. E, quando estamos lidando com os hábitos diários, temos oportunidade de adicionar muito valor para o usuário final.

O Mobile também traz uma grande oportunidade na área de personalização do conteúdo. Se você junta o que as pessoas postam, os sites que ela entram com a geolocalização e os contextos de atividade dá para criar uma personalização muito interessante. É tudo uma questão de ordenar essas informações.

Tudo o que temos de evolução tecnológica hoje em dia: reconhecimento de imagem, de voz, de outras línguas – para tradução – são tecnologias importantes cujo foco principal é entender o contexto do usuário. O passo agora é acrescentar essas informações à personalização.

Nesse sentido, acredito que o mais incrível que tenho visto com relação ao Mobile tem sido o fato de ele ser sensível à geolocalização. Algumas tecnologias são bem básicas, mas se você realmente sabe onde as pessoas estão e onde elas costumam ir, os insights que saem disso podem ser bem sofisticados.

(Entrevista dada ao Fórum Mundial Econômico, em 15 de fevereiro de 2013)

Uma internet personalizada é uma internet melhor. Para chegar lá, nós precisamos ter transparência e apoiar o controle individual. No final das contas, se resume a fazer com que os usuários entendam como os seus dados estão usando para que eles compreendam o que estão ganhando em troca. É um grande trade-off. Algumas pessoas têm dificuldade de entender que é um trade-off porque alguns grandes players não estão sendo transparentes o bastante.

(The Drum em 23 de janeiro de 2015)

Quando entrei no Yahoo! em 2012, eu sabia que passaria muito tempo em ajudar a empresa a levar os produtos e transacioná-los do desktop para o Mobile. Tiveram momentos no começo dos anos 2000 que as pessoas não entendiam onde o Yahoo! acabava e a internet começava. O que tornou muito mais difícil para fazer a transição, porque é difícil mudar os meios, mas continuar com o mesmo pensamento. A mídia está muito mais fragmentada hoje em dia, então é complicado manter esse pensamento.

(Entrevista à Bloomberg, em 4 de agosto de 2016)

Eu tenho orgulho de tudo que fizemos. Eu acho que, no final, todo o time e a empresa tiveram que passar por uma situação muito dura. Nós demos resultados bons para os acionistas, tivemos bons números para os anunciantes, usuários e funcionários.

Nós estávamos reconstruindo algo que sabíamos que tinha funcionado antes, e que, de alguma forma, deveria voltar a funcionar novamente. Isso dito, eu digo que um dos meus maiores aprendizados no Yahoo! foi que o timing é tudo.

(Entrevista ao New York Times, em 18 de abril de 2018)

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